DA REPORTAGEM LOCAL

A TIM anunciou ontem a incorporação da Intelig. A operação envolve troca de ações, e não pagamento em dinheiro. O Grupo Docas, controlador da Intelig, receberá 6,15% do total das ações ordinárias da TIM e até 6,15% das preferenciais -o equivalente a cerca de R$ 800 milhões. Essas cotas podem sofrer alteração. Para ser concretizado, o negócio depende ainda do aval da Anatel (Agência Nacional de Telecomunicações) e do SBDC (Sistema Brasileiro de Defesa da Concorrência).
A TIM é controlada pela Telecom Italia, e o Grupo Docas pertence ao empresário Nelson Tanure. Ambos negociavam desde outubro passado. Naquela ocasião, a TIM contratou uma consultoria para avaliar a Intelig. Tanure pedia R$ 2 bilhões, e a TIM pretendia pagar menos da metade desse valor.
Mas o que emperrava as negociações era o endividamento da Intelig, que chegou a cerca de US$ 260 milhões, incluindo empréstimos tomados junto ao UBS e ao Deutsche. Esses bancos moveram ações judiciais pelo pagamento da dívida. Nas últimas semanas, eles entraram em acordo, abrindo caminho para a desfecho da transação com a TIM.
Para ela, o negócio cria oportunidades. Sem cobertura nacional própria, os custos com o aluguel da infraestrutura (rede) de terceiros atingiram 30% do total gasto em 2008 (R$ 414 milhões). Com isso, a TIM era obrigada a cobrar 10% a mais que a concorrência nas chamadas de longa distância.
Com uma rede própria, incorporada da Intelig, esses custos serão compatíveis com os do mercado, e a operadora deve voltar a ganhar competitividade. A Intelig oferece serviços de longa distância e tem rede de fibra ótica para transmissão de dados nas capitais mais atrativas comercialmente.


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