São Paulo, quarta-feira, 17 de maio de 2006

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Novos diretores do BC sinalizam ortodoxia

DA SUCURSAL DE BRASÍLIA

Na primeira aparição pública desde que foram indicados para a diretoria do Banco Central, os economistas Mário Mesquita e Paulo Vieira da Cunha sinalizaram ontem que pretendem dar continuidade à política de juros do BC. Segundo eles, o controle da inflação é o caminho a ser seguido para que a economia possa crescer de forma sustentada.
Mesquita e Cunha foram indicados para ocupar, respectivamente, as diretorias de Estudos Especiais e de Assuntos Internacionais do BC. Ontem, eles foram sabatinados pela CAE (Comissão de Assuntos Econômicos) do Senado. Ambos tiveram seus nomes aprovados e agora terão suas indicações votadas no plenário da Casa para que possam efetivamente assumir seus cargos.
"Tentativas de utilizar a política monetária para promover surtos temporários de crescimento têm geralmente sido infrutíferas", disse Mesquita, para depois ressaltar que "a atuação dos BCs tem por objetivo promover a estabilidade monetária, de forma a favorecer o crescimento sustentado".
O senador Wellington Salgado (PMDB-MG) perguntou a Mesquita se ele se considerava um liberal por ter estudado na PUC do Rio, escola identificada com uma teoria econômica mais ortodoxa. Mesquita respondeu que se considera parte de um grupo de economistas que "acha que o mercado está, em geral, certo, embora existam falhas e exista a necessidade ocasional da ação do Estado".
Sobre o comportamento da taxa de câmbio, Mesquita afirmou que a redução dos juros ocorrida desde o ano passado deve ajudar a fazer com que o dólar suba.
Já Cunha afirmou, em seu pronunciamento, que "a economia brasileira vive um de seus melhores momentos, não apenas dos últimos anos mas de décadas".
Ainda segundo ele, o BC tem conseguido controlar a inflação com sucesso, "mas a vigilância deve ser contínua". "O Banco Central precisa construir sua credibilidade no combate à inflação. É inconcebível supor que um Banco Central que [...] seja percebido como transigente na luta contra a elevação de preços consiga manter as expectativas da sociedade em linha com as metas futuras", afirmou.


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