São Paulo, segunda-feira, 17 de maio de 2010

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Analistas preveem mais instabilidade nesta semana

Dado positivo dos EUA pode amenizar o "efeito Europa"

DA REPORTAGEM LOCAL

A volatilidade e a incerteza dos mercados devem predominar novamente nesta semana, avisam os analistas.
O que pode acalmar um pouco os ânimos nos próximos dias será a apresentação de indicadores de atividade e inflação nos EUA, na quarta-feira.
Para o economista-chefe do banco Schahin, Silvio Campos Neto, isso tende a atenuar os temores vindos da Europa. "Os EUA apresentam um cenário de recuperação da economia com baixa inflação, e isso é muito positivo", ressalta.
A ata da reunião do Fed (banco central dos EUA) e o índice de preços ao consumidor norte-americano serão divulgados na quarta-feira. A expectativa é de poucas surpresas e a de que os números de inflação sigam estabilizados.
De qualquer maneira, as Bolsas de Valores foram fortemente influenciadas pela situação na Europa na última semana e encerraram o período acumulando perdas por conta da desconfiança com a capacidade de recuperação econômica da zona do euro.
"O ponto é saber até quando os investidores irão dar mais peso ao "risco Europa" do que ao cenário mais promissor dos EUA", avalia Neto.
De acordo com o economista Eduardo Otero, da Um Investimentos, a situação de instabilidade dos mercados permanecerá nesta semana, reforçada com a divulgação de uma curva deflacionária na Espanha, "algo que não acontecia havia mais de 20 anos".
Amanhã a zona do euro e a Inglaterra divulgam os índices de preços ao consumidor referentes ao mês de abril. No mesmo dia será possível avaliar o índice Zew de confiança de investidores na Europa.
Na sexta-feira, saem os índices de atividade industrial e de serviços da zona do euro. Todos esses indicadores devem manter a percepção dos analistas de um movimento de recuperação ainda moderado da economia do bloco.
Na quinta-feira será a vez de a Inglaterra apresentar o resultado das vendas no varejo durante o mês de abril.
Outra informação que deve ser observada pelos investidores nesta semana é o resultado do PIB do primeiro trimestre no Japão.
Os analistas avaliam que o resultado consolidará o cenário de recuperação de atividade no país, mas observam que a economia japonesa continua mostrando traços deflacionários, o que gera um pouco de preocupação nos mercados.
Na sexta-feira, o Banco Central do Japão anuncia sua taxa básica de juros.

Brasil
No país, serão divulgados o IPCA-15, medido pelo IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística), na quarta-feira. No dia seguinte, a FGV (Fundação Getulio Vargas) apresenta a segunda prévia do IGP-M de maio.
Ambos os indicadores estão acumulando altas preocupantes, principalmente quando se observa que a projeção base do Banco Central para o IPCA no segundo trimestre é de 1,13%.
Para a equipe econômica do Banco Santander, a inflação no Brasil deve frustrar a expectativa do mercado de desaceleração significativa entre maio e junho, o que anunciaria uma nova surpresa inflacionária no segundo trimestre.
O economista-chefe do Banco Schahin observa que os indicadores devem confirmar o cenário de forte aquecimento da economia nacional.
"Mas os mercados domésticos neste momento perdem a capacidade de se mover por aspectos internos, refletindo quase que completamente o ambiente internacional."


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