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EMPRESAS
Financiamento do BNDES vai viabilizar a operação entre Vale e CSN
Crédito a Steinbruch deve sair logo
WLADIMIR GRAMACHO
DA SUCURSAL DE BRASÍLIA
A novela em que se transformou
a saída do empresário Benjamin
Steinbruch da Companhia Vale
do Rio Doce entrou nos capítulos
finais. Até o fim da próxima semana, o BNDES (Banco Nacional
de Desenvolvimento Econômico
e Social) deve anunciar o valor do
financiamento que concederá ao
grupo Vicunha, de Steinbruch,
para que ele aumente sua participação na Companhia Siderúrgica
Nacional (CSN) e saia da Vale.
O financiamento vai permitir
que a siderúrgica e a mineradora
tenham controles independentes
e, a partir disso, passem a adotar
estratégias empresariais mais
adequadas para cada negócio.
Atualmente, a CSN detém 31% da
Valepar, holding que controla a
Vale. E a Vale, por sua vez, tem
10% da CSN.
O governo chegou à conclusão
de que essa troca só seria viável
com a participação do BNDES. A
decisão de financiar a operação
foi tomada na última quarta-feira,
durante encontro do ministro do
Desenvolvimento, Alcides Tápias,
com o presidente do BNDES,
Francisco Gros.
Os dois discutiram valores para
o financiamento, mas não bateram o martelo porque querem saber, com detalhes, qual é o limite
de endividamento do grupo Vicunha. Gros e Tápias já haviam acertado que o BNDES não dará mais
do que 50% do valor dessa operação, estimada em R$ 1,1 bilhão.
Segundo estimativas do mercado financeiro, o grupo de Steinbruch deve entre R$ 700 milhões e
R$ 1 bilhão. Os técnicos do
BNDES dizem que é preciso levantar com exatidão as dívidas da
Vicunha para calcular o valor máximo do financiamento. A princípio, estuda-se algo em torno de
R$ 300 milhões.
Se o grupo Vicunha adquirir os
10% que hoje são da Vale, sua participação na CSN vai subir para
26%. Seria uma situação mais
compatível com o poder que
Steinbruch já detém na empresa.
Desde 93, ele comanda a CSN
com base num acordo de acionistas, apesar de ter 16% das ações.
No mês passado, Steinbruch já
foi beneficiado por uma decisão
da Vale -na qual ele próprio teve
participação- que impediu o ingresso de um novo sócio na CSN.
O grupo luxemburguês Arbed tinha interesse em vender uma de
suas mineradoras, a Samitri, e
comprar a participação da Vale
na CSN. Com o veto de Steinbruch, o Arbed acabou resumindo sua negociação à venda da Samitri e ficou sem a CSN.
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