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EUA têm de cortar mais subsídios, afirma UE
Comissário europeu diz que "agora é hora de tomar decisões difíceis"
EUA, por seu lado, dizem que estão prontos para a mudança, desde que Europa também reduza tarifas sobre produtos agrícolas
DA BLOOMBERG
Os Estados Unidos ainda
precisam oferecer reduções
maiores aos subsídios agrícolas
para permitir o estabelecimento de um acordo mundial de comércio exterior, disse o principal negociador europeu em resposta ao apelo do presidente
dos EUA, George W. Bush, para
que outros países tomassem
suas medidas nesse sentido.
""Manifesto satisfação com o
comunicado do presidente,
mas agora é hora de tomar decisões difíceis" disse o comissário
de Comércio da União Européia (UE), Peter Mandelson, à
imprensa ontem na Bélgica.
Bush disse ontem que os
EUA estão ""prontos para promover a mudança", desde que a
UE ofereça maiores reduções
para as tarifas cobradas sobre
os produtos agrícolas que importam e que os países em desenvolvimento, como o Brasil e
a Índia, reduzam as tarifas que
cobram sobre os produtos industrializados.
Os negociadores da Organização Mundial de Comércio
(OMC) tentam desde 2001 firmar um acordo relativo a uma
série de reduções de tarifas e de
subsídios e também de normas
melhoradas para investimentos, a fim de intensificar o comércio transnacional. As conversações jogaram por vezes
países pobres contra países ricos, bem como os ricos entre si,
na batalha contra subsídios
agrícolas travada entre os EUA
e a UE, cujo comércio bilateral
movimenta US$ 1,7 bilhão ao
dia.
Outros países recusaram a
oferta apresentada em outubro
pelos EUA de reduzir em 60%
os subsídios agrícolas que distorcem o comércio alegando
que a proposta depende de um
número excessivo de condições.
""Os EUA estão se oferecendo
para pagar muito pouco pelo
que estão exigindo em troca",
disse Mandelson, que se reunirá com seus colegas norte-americanos em Viena, na Áustria,
na semana que vem, em encontro de cúpula entre Bush e dirigentes dos países-membros da
UE. ""Estamos preparados para
demonstrar mais flexibilidade,
mas não se não obtivermos nada em troca."
Os EUA desqualificaram as
críticas à sua oferta de reduzir
os subsídios agrícolas e disseram que há poucos indícios de
como a UE vai abrir seus mercados.
""Os EUA propuseram uma
coisa que não obriga a reduzir
os gastos, mas ninguém discute
que ela reduzirá" os subsídios
que mais distorcem o comércio
exterior, disse Jason Hafemeister, vice-assistente do gabinete
do representante de Comércio
dos EUA, à imprensa em Genebra. ""A questão que temos em
mente é se o acesso ao mercado
ocorre juntamente. Sem isso,
não cumpriremos as condições
do pacote de Doha."
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