São Paulo, sábado, 17 de junho de 2006

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EUA têm de cortar mais subsídios, afirma UE

Comissário europeu diz que "agora é hora de tomar decisões difíceis"

EUA, por seu lado, dizem que estão prontos para a mudança, desde que Europa também reduza tarifas sobre produtos agrícolas


DA BLOOMBERG

Os Estados Unidos ainda precisam oferecer reduções maiores aos subsídios agrícolas para permitir o estabelecimento de um acordo mundial de comércio exterior, disse o principal negociador europeu em resposta ao apelo do presidente dos EUA, George W. Bush, para que outros países tomassem suas medidas nesse sentido.
""Manifesto satisfação com o comunicado do presidente, mas agora é hora de tomar decisões difíceis" disse o comissário de Comércio da União Européia (UE), Peter Mandelson, à imprensa ontem na Bélgica.
Bush disse ontem que os EUA estão ""prontos para promover a mudança", desde que a UE ofereça maiores reduções para as tarifas cobradas sobre os produtos agrícolas que importam e que os países em desenvolvimento, como o Brasil e a Índia, reduzam as tarifas que cobram sobre os produtos industrializados.
Os negociadores da Organização Mundial de Comércio (OMC) tentam desde 2001 firmar um acordo relativo a uma série de reduções de tarifas e de subsídios e também de normas melhoradas para investimentos, a fim de intensificar o comércio transnacional. As conversações jogaram por vezes países pobres contra países ricos, bem como os ricos entre si, na batalha contra subsídios agrícolas travada entre os EUA e a UE, cujo comércio bilateral movimenta US$ 1,7 bilhão ao dia.
Outros países recusaram a oferta apresentada em outubro pelos EUA de reduzir em 60% os subsídios agrícolas que distorcem o comércio alegando que a proposta depende de um número excessivo de condições.
""Os EUA estão se oferecendo para pagar muito pouco pelo que estão exigindo em troca", disse Mandelson, que se reunirá com seus colegas norte-americanos em Viena, na Áustria, na semana que vem, em encontro de cúpula entre Bush e dirigentes dos países-membros da UE. ""Estamos preparados para demonstrar mais flexibilidade, mas não se não obtivermos nada em troca."
Os EUA desqualificaram as críticas à sua oferta de reduzir os subsídios agrícolas e disseram que há poucos indícios de como a UE vai abrir seus mercados.
""Os EUA propuseram uma coisa que não obriga a reduzir os gastos, mas ninguém discute que ela reduzirá" os subsídios que mais distorcem o comércio exterior, disse Jason Hafemeister, vice-assistente do gabinete do representante de Comércio dos EUA, à imprensa em Genebra. ""A questão que temos em mente é se o acesso ao mercado ocorre juntamente. Sem isso, não cumpriremos as condições do pacote de Doha."


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