São Paulo, sábado, 17 de junho de 2006

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Bolsa de SP tem 2º melhor pregão do ano

Como reflexo do dia positivo no mercado global na quinta-feira, Bovespa registra valorização de 4,42%; dólar tem queda

Ações brasileiras foram beneficiadas por otimismo com discurso de Bernanke, mas China afeta resultado nos EUA e na Europa


FABRICIO VIEIRA
DA REPORTAGEM LOCAL

Em uma resposta atrasada ao dia positivo que o mercado global teve na quinta-feira, a Bolsa de Valores de São Paulo viveu ontem seu segundo melhor pregão do ano, ao registrar considerável valorização de 4,42%.
O real também teve um dia favorável e se valorizou. A queda do dólar diante da moeda brasileira foi de 1,62%, o que fez com que fosse vendido a R$ 2,245 no fim das operações. Na quinta-feira, o mercado brasileiro não funcionou devido ao feriado de Corpus Christi.
A decisão do banco central da China de elevar o percentual dos depósitos compulsórios das instituições bancárias, como forma de conter a expansão do crédito e, conseqüentemente, da inflação, não atrapalhou a recuperação brasileira. Mas fez com que os mercados acionários europeu e americano tivessem resultados fracos ontem. Um crescimento menos forte da China não é interessante para outras economias, muitas delas exportadoras para o gigante asiático.
Na Europa, as mais importantes Bolsas fecharam em baixa. Em Frankfurt, a queda foi de 0,85%, e em Londres, de 0,39%. Na América Latina, onde os mercados têm perdido bastante nas últimas semanas, foram registradas altas modestas ontem, como nas Bolsas mexicana (0,61%), chilena (0,39%) e argentina (0,09%).
O risco-país brasileiro teve pequena elevação de 0,79% ontem e terminou em 255 pontos. Já na semana, o risco registrou uma baixa de 3,04%.
"O maior temor entre os investidores era o de que o Fed [o banco central dos EUA] poderia ter exagerado na dose de juros, sem conseguir deter a inflação. Mas os últimos sinais podem ser interpretados como que haverá mais uma alta de 0,25 ponto percentual nos juros do país, seguida de parada técnica", analisa Jason Vieira, da consultoria GRC Visão.
Na quinta-feira, Ben Bernanke, presidente do Fed, fez um discurso em que afirmou que os repasses dos preços de energia para a inflação americana não foram tão pesados quanto alguns temiam e que as expectativas inflacionárias estão bem administradas.
Com isso, as Bolsas subiram fortemente pelo mundo anteontem.
O Fomc (comitê de política monetária do Fed) se reunirá no fim deste mês para definir como fica a taxa básica de juros norte-americana, que hoje está em 5% anuais.
As dúvidas em relação ao futuro dos juros nos Estados Unidos têm sido o ponto central das turbulências que sacodem o mercado financeiro global há pouco mais de um mês.
No mercado americano, a Bolsa eletrônica Nasdaq, que havia subido 2,79% na quinta, caiu 0,66% ontem. O índice Dw Jones, principal de Nova York, fechou ontem estável -na quinta subiu 1,83%.

Recuperação lenta
Apesar da expressiva alta de ontem, o balanço da semana não foi dos melhores para a Bolsa paulista.
O Ibovespa -índice que reúne as 54 ações mais negociadas da Bolsa e principal referência do mercado- teve queda acumulada de 1,93% na semana. Das ações que compõem o índice, 43 perderam valor.
A ação ON (ordinária) da Contax foi a do Ibovespa que mais perdeu, com queda de 13,62%. No outro extremo, a maior alta ficou com o papel ON da Arcelor BR, que teve valorização de 2,52%.
Segundo operadores de corretoras de valores, investidores estrangeiros voltaram a comprar ações de companhias brasileiras ontem. Mas os últimos números disponibilizados pela Bolsa não são animadores.
Em junho, até o dia 12, os estrangeiros mais venderam que compraram ações na Bovespa no montante de R$ 1,26 bilhão. Em todo o mês de maio, esse balanço teve resultado negativo em R$ 1,51 bilhão.


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