|
Texto Anterior | Próximo Texto | Índice
Bolsa de SP tem 2º melhor pregão do ano
Como reflexo do dia positivo no mercado global na quinta-feira, Bovespa registra valorização de 4,42%; dólar tem queda
Ações brasileiras foram beneficiadas por otimismo com discurso de Bernanke, mas China afeta resultado nos EUA e na Europa
FABRICIO VIEIRA
DA REPORTAGEM LOCAL
Em uma resposta atrasada ao
dia positivo que o mercado global teve na quinta-feira, a Bolsa
de Valores de São Paulo viveu
ontem seu segundo melhor
pregão do ano, ao registrar considerável valorização de 4,42%.
O real também teve um dia
favorável e se valorizou. A queda do dólar diante da moeda
brasileira foi de 1,62%, o que fez
com que fosse vendido a R$
2,245 no fim das operações. Na
quinta-feira, o mercado brasileiro não funcionou devido ao
feriado de Corpus Christi.
A decisão do banco central da
China de elevar o percentual
dos depósitos compulsórios
das instituições bancárias, como forma de conter a expansão
do crédito e, conseqüentemente, da inflação, não atrapalhou a
recuperação brasileira. Mas fez
com que os mercados acionários europeu e americano tivessem resultados fracos ontem.
Um crescimento menos forte
da China não é interessante para outras economias, muitas
delas exportadoras para o gigante asiático.
Na Europa, as mais importantes Bolsas fecharam em baixa. Em Frankfurt, a queda foi
de 0,85%, e em Londres, de
0,39%. Na América Latina, onde os mercados têm perdido
bastante nas últimas semanas,
foram registradas altas modestas ontem, como nas Bolsas
mexicana (0,61%), chilena
(0,39%) e argentina (0,09%).
O risco-país brasileiro teve
pequena elevação de 0,79% ontem e terminou em 255 pontos.
Já na semana, o risco registrou
uma baixa de 3,04%.
"O maior temor entre os investidores era o de que o Fed [o
banco central dos EUA] poderia ter exagerado na dose de juros, sem conseguir deter a inflação. Mas os últimos sinais
podem ser interpretados como
que haverá mais uma alta de
0,25 ponto percentual nos juros do país, seguida de parada
técnica", analisa Jason Vieira,
da consultoria GRC Visão.
Na quinta-feira, Ben Bernanke, presidente do Fed, fez um
discurso em que afirmou que os
repasses dos preços de energia
para a inflação americana não
foram tão pesados quanto alguns temiam e que as expectativas inflacionárias estão bem
administradas.
Com isso, as Bolsas subiram
fortemente pelo mundo anteontem.
O Fomc (comitê de política
monetária do Fed) se reunirá
no fim deste mês para definir
como fica a taxa básica de juros
norte-americana, que hoje está
em 5% anuais.
As dúvidas em relação ao futuro dos juros nos Estados Unidos têm sido o ponto central
das turbulências que sacodem
o mercado financeiro global há
pouco mais de um mês.
No mercado americano, a
Bolsa eletrônica Nasdaq, que
havia subido 2,79% na quinta,
caiu 0,66% ontem. O índice Dw
Jones, principal de Nova York,
fechou ontem estável -na
quinta subiu 1,83%.
Recuperação lenta
Apesar da expressiva alta de
ontem, o balanço da semana
não foi dos melhores para a
Bolsa paulista.
O Ibovespa -índice que reúne as 54 ações mais negociadas
da Bolsa e principal referência
do mercado- teve queda acumulada de 1,93% na semana.
Das ações que compõem o índice, 43 perderam valor.
A ação ON (ordinária) da
Contax foi a do Ibovespa que
mais perdeu, com queda de
13,62%. No outro extremo, a
maior alta ficou com o papel
ON da Arcelor BR, que teve valorização de 2,52%.
Segundo operadores de corretoras de valores, investidores
estrangeiros voltaram a comprar ações de companhias brasileiras ontem. Mas os últimos
números disponibilizados pela
Bolsa não são animadores.
Em junho, até o dia 12, os estrangeiros mais venderam que
compraram ações na Bovespa
no montante de R$ 1,26 bilhão.
Em todo o mês de maio, esse
balanço teve resultado negativo em R$ 1,51 bilhão.
Texto Anterior: Combustívieis: Produção de petróleo e gás da Petrobras aumenta 1% Próximo Texto: BC chinês eleva compulsório dos bancos Índice
|