|
Texto Anterior | Próximo Texto | Índice
Déficit externo americano fica abaixo do esperado
No 1º trimestre, rombo nas transações com exterior registra US$ 208,7 bilhões
Para financiar desequilíbrios
da balança comercial e o
déficit orçamentário, os EUA
precisam atrair US$ 2,3 bi
ao dia em investimentos
VINÍCIUS QUEIROZ GALVÃO
DE NOVA YORK
O déficit em conta corrente
nos EUA caiu mais que o esperado pelo mercado financeiro
no primeiro trimestre deste
ano, para US$ 208,7 bilhões. O
índice é o maior indicador do
fluxo do comércio e de capitais.
O dado foi divulgado ontem
pelo Departamento de Comércio americano, que atribuiu o
resultado ao aumento das exportações acima das importações e à queda das transferências unilaterais.
O resultado foi menor que a
expectativa dos analistas, que
esperavam US$ 222,5 bilhões, e
abaixo do recorde revisado de
US$ 223,1 bilhões no quarto trimestre do ano passado. O déficit passou agora a representar
6,4% do PIB, contra 7% no trimestre anterior.
Para financiar desequilíbrios
da balança comercial e o déficit
orçamentário, os EUA precisam atrair cerca de US$ 2,3 bilhões ao dia em investimentos.
Quando esse fluxo cai, o dólar
se desvaloriza ante outras moedas. Ontem, a moeda americana fechou estável diante do euro e subiu diante do iene.
Os aumentos das taxas de juros e um crescimento econômico mais robusto em outras partes do mundo elevam as possibilidades de os investidores diversificarem suas carteiras fora
dos EUA.
No ano fiscal de 2005, o déficit da conta corrente americana subiu para US$ 791,5 bilhões, contra expectativa de
US$ 804,9 bilhões anunciada
inicialmente.
A melhora reduz o agravamento do déficit americano dos
últimos anos, fonte de preocupação dos parceiros comerciais
dos EUA e dos dirigentes do
Fed (Federal Reserve).
O resultado foi divulgado
num momento em que a Casa
Branca espera conter o déficit
orçamentário, que deve chegar
a US$ 423 bilhões, ou 3,2% do
PIB em 2006.
Recentemente, o secretário
do Tesouro, John Snow, disse
estar otimista por conta das
boas receitas tributárias.
Um aumento do déficit em
conta corrente significa que os
EUA têm que se endividar mais
com outras nações para pagar
pela diferença entre os dólares
que entram e saem do país.
Os chamados "déficits gêmeos" dos Estados Unidos (fiscal e em conta corrente) são,
para muitos especialistas, motivo de preocupação, já que o
país aumenta cada vez mais sua
dependência de financiamento
estrangeiro.
Com agências internacionais
Texto Anterior: BC chinês eleva compulsório dos bancos Próximo Texto: Para diretor do Fed, inflação é controlável Índice
|