São Paulo, sábado, 17 de junho de 2006

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Déficit externo americano fica abaixo do esperado

No 1º trimestre, rombo nas transações com exterior registra US$ 208,7 bilhões

Para financiar desequilíbrios da balança comercial e o déficit orçamentário, os EUA precisam atrair US$ 2,3 bi ao dia em investimentos


VINÍCIUS QUEIROZ GALVÃO
DE NOVA YORK

O déficit em conta corrente nos EUA caiu mais que o esperado pelo mercado financeiro no primeiro trimestre deste ano, para US$ 208,7 bilhões. O índice é o maior indicador do fluxo do comércio e de capitais.
O dado foi divulgado ontem pelo Departamento de Comércio americano, que atribuiu o resultado ao aumento das exportações acima das importações e à queda das transferências unilaterais.
O resultado foi menor que a expectativa dos analistas, que esperavam US$ 222,5 bilhões, e abaixo do recorde revisado de US$ 223,1 bilhões no quarto trimestre do ano passado. O déficit passou agora a representar 6,4% do PIB, contra 7% no trimestre anterior.
Para financiar desequilíbrios da balança comercial e o déficit orçamentário, os EUA precisam atrair cerca de US$ 2,3 bilhões ao dia em investimentos. Quando esse fluxo cai, o dólar se desvaloriza ante outras moedas. Ontem, a moeda americana fechou estável diante do euro e subiu diante do iene.
Os aumentos das taxas de juros e um crescimento econômico mais robusto em outras partes do mundo elevam as possibilidades de os investidores diversificarem suas carteiras fora dos EUA.
No ano fiscal de 2005, o déficit da conta corrente americana subiu para US$ 791,5 bilhões, contra expectativa de US$ 804,9 bilhões anunciada inicialmente.
A melhora reduz o agravamento do déficit americano dos últimos anos, fonte de preocupação dos parceiros comerciais dos EUA e dos dirigentes do Fed (Federal Reserve).
O resultado foi divulgado num momento em que a Casa Branca espera conter o déficit orçamentário, que deve chegar a US$ 423 bilhões, ou 3,2% do PIB em 2006.
Recentemente, o secretário do Tesouro, John Snow, disse estar otimista por conta das boas receitas tributárias.
Um aumento do déficit em conta corrente significa que os EUA têm que se endividar mais com outras nações para pagar pela diferença entre os dólares que entram e saem do país.
Os chamados "déficits gêmeos" dos Estados Unidos (fiscal e em conta corrente) são, para muitos especialistas, motivo de preocupação, já que o país aumenta cada vez mais sua dependência de financiamento estrangeiro.


Com agências internacionais

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