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Operação da PF em Rondônia mira frigoríficos e laticínios
Empresários e funcionários públicos federais são detidos em ação que mobilizou 250 policiais; JBS e Margen são investigados
MATHEUS PICHONELLI
DA AGÊNCIA FOLHA
A Operação Abate da Polícia
Federal prendeu ontem 22 pessoas, entre empresários e servidores federais, suspeitos de irregularidades na liberação de
alimentos em Rondônia.
Na ação, que mobilizou 250
policiais, foram cumpridos 22
mandados de prisão e 43 de
busca e apreensão em Rondônia, Mato Grosso, Rio Grande
do Sul, Santa Catarina, São
Paulo, Rio de Janeiro, Pará e
Rio Grande do Norte, além do
Distrito Federal.
Segundo o superintendente
da PF em Rondônia, Ney Ferreira de Souza, as empresas investigadas, como JBS e Margen, são suspeitas de corromper fiscais federais.
Eles são acusados de receber
propina para autorizar a venda
de produtos impróprios para
consumo humano. Um dos detidos é o superintendente da
SFA (Superintendência Federal da Agricultura) em Rondônia, Orimar Martins da Silva.
Segundo a PF, as empresas
adulteravam a pesagem das
carnes com injeção de água sob
pressão. Agentes observaram
casos em que fiscais orientavam as empresas suspeitas sobre como alterar a data de vencimento de queijos.
A operação da PF ocorreu
após um ano e dois meses de investigações com o Ministério
Público Federal em Rondônia.
A polícia afirmou, em nota,
ter identificado "um importante grupo econômico com sede
em Mato Grosso", responsável
pelo pagamento de propinas.
Os detidos são ligados ao grupo Bihl, que atua no comércio
de couro na região Norte. Em
Mato Grosso, foram presas
quatro pessoas e apreendidos
computadores e R$ 31,3 mil.
Foi preso ainda um gerente
do Basa (Banco da Amazônia),
em Belém, suspeito de receber
propina para liberar crédito a
uma empresa investigada.
Entre os detidos estão dois
funcionários do Ministério da
Integração Nacional.
Outro lado
O Ministério da Agricultura
disse apoiar a investigação.
A defesa do grupo Bihl afirmou que a família está "chocada". Disse que o grupo tem ajudado a PF nas investigações sobre a atuação de supostos cartéis de frigoríficos no país e
afirmou se sentir "punida" por
essa atuação. Segundo a defesa,
o grupo não atua há anos na
área de carnes e jamais atuou
no setor de laticínios.
O Basa e o Margen afirmaram desconhecer o teor das
suspeitas. O JBS negou envolvimento com os crimes.
As ações dos frigoríficos terminaram o pregão da Bovespa
em queda -4,65% para o Minerva, 3,34% para o Marfrig e
2,97% para a JBS.
Colaborou a Reportagem Local
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