São Paulo, quarta-feira, 17 de junho de 2009

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Operação da PF em Rondônia mira frigoríficos e laticínios

Empresários e funcionários públicos federais são detidos em ação que mobilizou 250 policiais; JBS e Margen são investigados

MATHEUS PICHONELLI
DA AGÊNCIA FOLHA

A Operação Abate da Polícia Federal prendeu ontem 22 pessoas, entre empresários e servidores federais, suspeitos de irregularidades na liberação de alimentos em Rondônia.
Na ação, que mobilizou 250 policiais, foram cumpridos 22 mandados de prisão e 43 de busca e apreensão em Rondônia, Mato Grosso, Rio Grande do Sul, Santa Catarina, São Paulo, Rio de Janeiro, Pará e Rio Grande do Norte, além do Distrito Federal.
Segundo o superintendente da PF em Rondônia, Ney Ferreira de Souza, as empresas investigadas, como JBS e Margen, são suspeitas de corromper fiscais federais.
Eles são acusados de receber propina para autorizar a venda de produtos impróprios para consumo humano. Um dos detidos é o superintendente da SFA (Superintendência Federal da Agricultura) em Rondônia, Orimar Martins da Silva.
Segundo a PF, as empresas adulteravam a pesagem das carnes com injeção de água sob pressão. Agentes observaram casos em que fiscais orientavam as empresas suspeitas sobre como alterar a data de vencimento de queijos.
A operação da PF ocorreu após um ano e dois meses de investigações com o Ministério Público Federal em Rondônia.
A polícia afirmou, em nota, ter identificado "um importante grupo econômico com sede em Mato Grosso", responsável pelo pagamento de propinas.
Os detidos são ligados ao grupo Bihl, que atua no comércio de couro na região Norte. Em Mato Grosso, foram presas quatro pessoas e apreendidos computadores e R$ 31,3 mil.
Foi preso ainda um gerente do Basa (Banco da Amazônia), em Belém, suspeito de receber propina para liberar crédito a uma empresa investigada.
Entre os detidos estão dois funcionários do Ministério da Integração Nacional.

Outro lado
O Ministério da Agricultura disse apoiar a investigação.
A defesa do grupo Bihl afirmou que a família está "chocada". Disse que o grupo tem ajudado a PF nas investigações sobre a atuação de supostos cartéis de frigoríficos no país e afirmou se sentir "punida" por essa atuação. Segundo a defesa, o grupo não atua há anos na área de carnes e jamais atuou no setor de laticínios.
O Basa e o Margen afirmaram desconhecer o teor das suspeitas. O JBS negou envolvimento com os crimes.
As ações dos frigoríficos terminaram o pregão da Bovespa em queda -4,65% para o Minerva, 3,34% para o Marfrig e 2,97% para a JBS.


Colaborou a Reportagem Local


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