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São Paulo, quinta-feira, 17 de julho de 2003

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"Operação de guerra" faria intervenção

LÁSZLÓ VARGA
DA REPORTAGEM LOCAL

O Ministério da Defesa esteve a um passo ontem de intervir na Varig. A decisão havia sido tomada no final da tarde pelo ministro da Defesa, José Viegas Filho, que se reuniu com representantes da Aeronáutica. O nome do interventor estava definido: Ozires Silva, ex-presidente da Varig, que se reuniu ontem com Viegas em Brasília.
O governo desistiu da intervenção no último instante. Viegas soube por volta das 17h, durante a reunião com a Aeronáutica, que o Tribunal de Justiça do Rio havia derrubado a liminar que impedia a assinatura do compromisso de fusão da Varig com a TAM.
Viegas descartou então imediatamente a intervenção. Segundo a Folha apurou, ele encarava a medida como último recurso para garantir a fusão das empresas. Antes da disputa judicial entre os representantes da FRB-Par (holding da Varig) contrários à fusão, como Gilberto Rigoni, ouvidor da Varig, e Joaquim dos Santos, favorável à união, a Defesa não pensava em medida tão radical.
A reunião de Viegas com a Aeronáutica foi praticamente uma operação de guerra. O economista Luciano Coutinho, que trabalha nos estudos do processo da união, participou do encontro em Brasília.
Luiz Martins, presidente do conselho de curadores da Fundação Ruben Berta (dona da Varig), que foi reconduzido ao cargo ontem, disse estar preparado para novas batalhas judiciais. "Não creio que isso ocorra. Caso isso aconteça, vamos derrubar todas as ações judiciais [contrárias à fusão]", disse Martins.
A expectativa agora é que o atual presidente da Varig, Roberto Macedo, seja demitido, pois dispensou executivos favoráveis à fusão. Gilberto Rigoni, que deu entrada na ação que resultou na liminar que impedia a assinatura do acordo de fusão, não foi localizado no início da noite de ontem em São Paulo.
Segundo Martins, a assinatura do acordo de associação Varig-TAM deve ocorrer somente na semana que vem. A Procuradoria de Fundações do Rio Grande do Sul analisa o contrato.
As ações PN da Varig registraram ontem uma queda de 5%.


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