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"Operação de guerra" faria intervenção
LÁSZLÓ VARGA
DA REPORTAGEM LOCAL
O Ministério da Defesa esteve a
um passo ontem de intervir na
Varig. A decisão havia sido tomada no final da tarde pelo ministro
da Defesa, José Viegas Filho, que
se reuniu com representantes da
Aeronáutica. O nome do interventor estava definido: Ozires Silva, ex-presidente da Varig, que se
reuniu ontem com Viegas em
Brasília.
O governo desistiu da intervenção no último instante. Viegas
soube por volta das 17h, durante a
reunião com a Aeronáutica, que o
Tribunal de Justiça do Rio havia
derrubado a liminar que impedia
a assinatura do compromisso de
fusão da Varig com a TAM.
Viegas descartou então imediatamente a intervenção. Segundo a
Folha apurou, ele encarava a medida como último recurso para
garantir a fusão das empresas.
Antes da disputa judicial entre os
representantes da FRB-Par (holding da Varig) contrários à fusão,
como Gilberto Rigoni, ouvidor da
Varig, e Joaquim dos Santos, favorável à união, a Defesa não pensava em medida tão radical.
A reunião de Viegas com a Aeronáutica foi praticamente uma
operação de guerra. O economista Luciano Coutinho, que trabalha nos estudos do processo da
união, participou do encontro em
Brasília.
Luiz Martins, presidente do
conselho de curadores da Fundação Ruben Berta (dona da Varig),
que foi reconduzido ao cargo ontem, disse estar preparado para
novas batalhas judiciais. "Não
creio que isso ocorra. Caso isso
aconteça, vamos derrubar todas
as ações judiciais [contrárias à fusão]", disse Martins.
A expectativa agora é que o
atual presidente da Varig, Roberto Macedo, seja demitido, pois
dispensou executivos favoráveis à
fusão. Gilberto Rigoni, que deu
entrada na ação que resultou na
liminar que impedia a assinatura
do acordo de fusão, não foi localizado no início da noite de ontem
em São Paulo.
Segundo Martins, a assinatura
do acordo de associação Varig-TAM deve ocorrer somente na semana que vem. A Procuradoria
de Fundações do Rio Grande do
Sul analisa o contrato.
As ações PN da Varig registraram ontem uma queda de 5%.
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