São Paulo, terça-feira, 17 de julho de 2007

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Varejo tem 5º mês seguido de expansão

Vendas em maio registraram crescimento de 10,5% em relação a 2006, aponta IBGE; no ano, alta acumulada é de 4,6%

Expansão da oferta de crédito, queda dos juros, aumento das importações e elevação da massa salarial ajudam o setor, diz instituto

CLARICE SPITZ
DA FOLHA ONLINE, NO RIO

O volume de vendas no comércio varejista subiu 0,5% em maio na comparação com abril, na série que leva em conta o ajuste sazonal. Foi a quinta alta consecutiva do varejo neste ano, de acordo com o IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística). Em relação a maio de 2006, o incremento das vendas chegou a 10,5%. No ano, o comércio apresenta um crescimento de 4,6%.
Na avaliação do instituto, a conjuntura econômica favorável, com a expansão da oferta de crédito, a queda na taxa de juros, o aumento das importações (fruto do dólar barato) e a elevação da massa salarial traçam um cenário positivo para a expansão do varejo em 2007.
De acordo com Reinaldo Pereira, da Coordenação de Comércio e Serviços, a continuidade da trajetória de crescimento da taxa na comparação entre maio e o mês anterior é significativa. Nessa base de comparação, o segmento com maior expansão percentual foi o de tecidos, vestuário e calçados (7,6%), seguido por móveis e eletrodomésticos (3,1%).
O pesquisador afirma que ambos são influenciados pelo aumento dos rendimentos dos trabalhadores. "Isso se deve à estabilidade do emprego e à massa salarial", afirmou.
Já o setor de híper, supermercados, produtos alimentícios, bebidas e fumo ficou perto da estabilidade, com alta de 0,1%. Os combustíveis e lubrificantes recuaram 1,2%.
Na comparação entre maio e o mesmo mês de 2006, todas as atividades do varejo tiveram taxas positivas. A alta de 10,5% pode ser explicada, segundo Pereira, pelo bom desempenho das vendas do Dia das Mães.

Alimentos
O segmento com maior importância para o resultado global foi o de híper, supermercados, produtos alimentícios, bebidas e fumo, que apresentou alta de 8,2% e correspondeu a 38% da taxa global de vendas no varejo. Segundo ele, apesar do aumento dos preços dos alimentos em relação ao ano passado, o setor tem se beneficiado em larga escala pelo incremento da massa salarial.
Com desempenho positivo ao longo do ano, o segmento de maior importância no comércio varejista brasileiro apresenta alta de 6,7% em 2007 e de 7,3% nos últimos 12 meses.
Outros artigos de uso pessoal e domésticos também contribuíram para a alta na taxa, com avanço de 28%. Essa atividade abrange os segmentos de lojas de departamentos, óticas e joalherias e contou com a influência das vendas do Dia das Mães e também do aumento da massa salarial. Móveis e eletrodomésticos, na mesma comparação, tiveram alta de 10,4%.
"Essa conjuntura econômica favorável contribuiu para que o Dia das Mães deste ano fosse melhor", afirma Pereira.
Segundo Carlos Thadeu de Freitas, economista-chefe da CNC (Confederação Nacional do Comércio), o setor pode fechar 2007 com expansão das vendas entre 7% e 8%.
"O comércio vai continuar favorável, pelo aumento da massa salarial e pela queda dos preços administrados, mesmo que os preços de alguns alimentos estejam subindo. A taxa de juros ainda está alta. Este ano é favorável para o comércio, mas deve contar com variações menores nos próximos meses."


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