|
Texto Anterior | Próximo Texto | Índice
RETOMADA
Reaquecimento da demanda interna dá fôlego à indústria de bens de capital
Setor de máquinas fatura 22% a mais
SANDRA BALBI
DA REPORTAGEM LOCAL
A retomada da demanda interna de máquinas e equipamentos,
alimentada pelo crescimento da
economia, está dando novo fôlego à indústria de bens de capital,
que já opera com 80,6% de sua capacidade. O setor faturou R$ 24,1
bilhões de janeiro a julho, um aumento de 22,4% em relação a
igual período do ano passado.
A projeção é a de uma expansão
de 21% nas vendas no ano, segundo Newton de Mello, presidente
da Abimaq (Associação Brasileira
da Indústria de Máquinas e Equipamentos). Mello tomou posse
ontem no comando da entidade e
apresentou dados do desempenho do setor no ano.
Até julho, a maior expansão foi
nas vendas de máquinas injetoras
plásticas (+56%) destinadas às indústrias eletroeletrônica, de autopeças e de embalagens. Em seguida veio o segmento de máquinas-ferramenta (+43%) -trata-se de
tornos, fresadoras e outros equipamentos, usados para trabalhar
metais.
Também tiveram forte expansão as vendas de máquinas gráficas (+36%) e de máquinas agrícolas (+27%). O destino desses
equipamentos, em quase todos os
casos, foi o mercado interno.
O consumo de máquinas pelas
indústrias brasileiras cresceu
13,2% de janeiro a julho e totalizou R$ 24,7 bilhões -equivalentes a cerca de US$ 8 bilhões. Desse
total, US$ 3,7 bilhões são equipamentos importados e o restante
são compras feitas aos fabricantes
locais de máquinas. "A demanda
interna deverá chegar a US$ 12 bilhões neste ano, depois de ter ficado estagnada em torno de US$ 3
bilhões anuais, entre 2000 e 2002",
diz Mello.
O baixo nível da atividade econômica naquele período fez com
que as indústrias investissem apenas em manutenção e reposição
de equipamentos antigos. Além
disso, o setor quase foi dizimado
pela política cambial que vigorou
no início do Real. "Mais de 1.200
empresas fecharam as portas entre 1994 e 1998, pois a valorização
do real desestimulou a produção
local", diz Mello.
Os fabricantes de equipamentos
industriais também eram criticados pelo governo da época por
não produzirem máquinas de boa
qualidade para atender a indústria local, segundo o empresário.
No entanto, o setor vem batendo
recordes de exportação. De janeiro a julho, as vendas externas totalizaram US$ 3,5 bilhões -um
aumento de 33% em relação a
igual período do ano passado.
Texto Anterior: Vagas na indústria têm maior alta em 5 anos Próximo Texto: Vendas de eletrônicos aumentam 34% Índice
|