São Paulo, terça-feira, 17 de agosto de 2004

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RETOMADA

Reaquecimento da demanda interna dá fôlego à indústria de bens de capital

Setor de máquinas fatura 22% a mais

SANDRA BALBI
DA REPORTAGEM LOCAL

A retomada da demanda interna de máquinas e equipamentos, alimentada pelo crescimento da economia, está dando novo fôlego à indústria de bens de capital, que já opera com 80,6% de sua capacidade. O setor faturou R$ 24,1 bilhões de janeiro a julho, um aumento de 22,4% em relação a igual período do ano passado.
A projeção é a de uma expansão de 21% nas vendas no ano, segundo Newton de Mello, presidente da Abimaq (Associação Brasileira da Indústria de Máquinas e Equipamentos). Mello tomou posse ontem no comando da entidade e apresentou dados do desempenho do setor no ano.
Até julho, a maior expansão foi nas vendas de máquinas injetoras plásticas (+56%) destinadas às indústrias eletroeletrônica, de autopeças e de embalagens. Em seguida veio o segmento de máquinas-ferramenta (+43%) -trata-se de tornos, fresadoras e outros equipamentos, usados para trabalhar metais.
Também tiveram forte expansão as vendas de máquinas gráficas (+36%) e de máquinas agrícolas (+27%). O destino desses equipamentos, em quase todos os casos, foi o mercado interno.
O consumo de máquinas pelas indústrias brasileiras cresceu 13,2% de janeiro a julho e totalizou R$ 24,7 bilhões -equivalentes a cerca de US$ 8 bilhões. Desse total, US$ 3,7 bilhões são equipamentos importados e o restante são compras feitas aos fabricantes locais de máquinas. "A demanda interna deverá chegar a US$ 12 bilhões neste ano, depois de ter ficado estagnada em torno de US$ 3 bilhões anuais, entre 2000 e 2002", diz Mello.
O baixo nível da atividade econômica naquele período fez com que as indústrias investissem apenas em manutenção e reposição de equipamentos antigos. Além disso, o setor quase foi dizimado pela política cambial que vigorou no início do Real. "Mais de 1.200 empresas fecharam as portas entre 1994 e 1998, pois a valorização do real desestimulou a produção local", diz Mello.
Os fabricantes de equipamentos industriais também eram criticados pelo governo da época por não produzirem máquinas de boa qualidade para atender a indústria local, segundo o empresário. No entanto, o setor vem batendo recordes de exportação. De janeiro a julho, as vendas externas totalizaram US$ 3,5 bilhões -um aumento de 33% em relação a igual período do ano passado.


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