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RECEITA ORTODOXA
Avaliação do governo é que Copom não mexerá na taxa; pedidos de corte diminuem com notícias positivas
Com pressão menor, BC deve manter juro
KENNEDY ALENCAR
DA SUCURSAL DE BRASÍLIA
Na avaliação da cúpula do governo, o Copom (Comitê de Política Monetária) manterá nesta semana em 16% ao ano a taxa básica
de juros da economia (Selic). A
reunião mensal do Copom começa hoje e termina amanhã.
Segundo a Folha apurou, a antiga pressão que havia em setores
do governo para forçar uma baixa
dos juros básicos perdeu força
com as recentes notícias positivas
na economia (aumento da produção industrial e geração de empregos, por exemplo).
Para nova redução, o Planalto
avalia que é preciso desanuviar o
clima de guerra no Congresso e
aprovar projetos importantes, como a nova Lei de Falências e as
(Parcerias Público-Privadas.
O governo acredita que, só depois de 3 de outubro, dia do primeiro turno das eleições municipais, terá condições mais claras
para votar um projeto de peso no
Congresso. Só após essa data voltaria a haver uma expectativa de
redução da Selic na cúpula do governo. Essa expectativa, porém,
dependerá do comportamento da
inflação, que deu sinais de alta nos
últimos meses.
Mais: a temporada eleitoral, que
entra numa fase importante hoje
com o início do horário gratuito
no rádio e na TV, não recomenda
alteração no juro, de acordo com
a visão da cúpula do governo.
No mercado financeiro, o que se
discute agora é como se comportará a taxa daqui para a frente. O
petróleo em níveis elevados no
mercado internacional pode acabar em reajustes dos preços internos dos combustíveis. E, se a inflação for ameaçada, o BC poderá
optar por elevar as taxas de juros
para deter a alta dos preços.
Para o departamento de estudos
econômicos do Bradesco, "reduções da taxa Selic devem ser retomadas somente no 1º trimestre do
próximo ano".
A Bolsa de Valores de São Paulo
encerrou o pregão com alta de
1,69%, aos 21.763 pontos. Ontem,
houve exercício de opções na Bovespa, que movimentou R$ 500,5
milhões do R$ 1,5 bilhão negociado no pregão.
Segundo levantamento feito pela consultoria Thomson Financial, o Ibovespa teria potencial para valorizar-se 37,5% em um período de 12 meses. A estimativa
foi obtida pela média de projeções
feitas por 18 corretoras e bancos
de investimento.
O dólar recuou 0,43%, vendido
a R$ 3,008 no final das operações.
Colaborou Fabricio Vieira,
da Reportagem Local
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