São Paulo, terça-feira, 17 de agosto de 2004

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RECEITA ORTODOXA

Avaliação do governo é que Copom não mexerá na taxa; pedidos de corte diminuem com notícias positivas

Com pressão menor, BC deve manter juro

KENNEDY ALENCAR
DA SUCURSAL DE BRASÍLIA

Na avaliação da cúpula do governo, o Copom (Comitê de Política Monetária) manterá nesta semana em 16% ao ano a taxa básica de juros da economia (Selic). A reunião mensal do Copom começa hoje e termina amanhã.
Segundo a Folha apurou, a antiga pressão que havia em setores do governo para forçar uma baixa dos juros básicos perdeu força com as recentes notícias positivas na economia (aumento da produção industrial e geração de empregos, por exemplo).
Para nova redução, o Planalto avalia que é preciso desanuviar o clima de guerra no Congresso e aprovar projetos importantes, como a nova Lei de Falências e as (Parcerias Público-Privadas.
O governo acredita que, só depois de 3 de outubro, dia do primeiro turno das eleições municipais, terá condições mais claras para votar um projeto de peso no Congresso. Só após essa data voltaria a haver uma expectativa de redução da Selic na cúpula do governo. Essa expectativa, porém, dependerá do comportamento da inflação, que deu sinais de alta nos últimos meses.
Mais: a temporada eleitoral, que entra numa fase importante hoje com o início do horário gratuito no rádio e na TV, não recomenda alteração no juro, de acordo com a visão da cúpula do governo.
No mercado financeiro, o que se discute agora é como se comportará a taxa daqui para a frente. O petróleo em níveis elevados no mercado internacional pode acabar em reajustes dos preços internos dos combustíveis. E, se a inflação for ameaçada, o BC poderá optar por elevar as taxas de juros para deter a alta dos preços.
Para o departamento de estudos econômicos do Bradesco, "reduções da taxa Selic devem ser retomadas somente no 1º trimestre do próximo ano".
A Bolsa de Valores de São Paulo encerrou o pregão com alta de 1,69%, aos 21.763 pontos. Ontem, houve exercício de opções na Bovespa, que movimentou R$ 500,5 milhões do R$ 1,5 bilhão negociado no pregão.
Segundo levantamento feito pela consultoria Thomson Financial, o Ibovespa teria potencial para valorizar-se 37,5% em um período de 12 meses. A estimativa foi obtida pela média de projeções feitas por 18 corretoras e bancos de investimento.
O dólar recuou 0,43%, vendido a R$ 3,008 no final das operações.


Colaborou Fabricio Vieira, da Reportagem Local


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