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VAREJO
Ampliação do crédito e recuperação da renda explicam a expansão consecutiva
Comércio vende mais pelo 4º mês
JANAINA LAGE
DA FOLHA ONLINE, NO RIO
O comércio varejista registrou
em junho o quarto mês consecutivo de expansão na série com ajuste sazonal. A receita de crescimento inclui a ampliação do crédito
ao consumidor e a recuperação
da renda, com o aumento do salário mínimo e a queda da inflação.
A comparação com igual mês
do ano passado também comprova o fôlego do comércio: as vendas registraram crescimento de
5,31%, o 19º mês seguido de resultados positivos. O desempenho
marca também uma retomada da
aceleração do crescimento. Em
maio, a taxa ficara em 2,67%.
Segundo Carlos Thadeu de Freitas, da CNC (Confederação Nacional do Comércio), se o ano terminasse neste mês, o comércio já
teria garantido uma expansão de
3,9%, mesmo sem contar o aumento das vendas de fim de ano.
O economista prevê um crescimento de 4% a 5% neste ano nas
vendas no comércio. A única
ameaça ao ritmo de expansão, para o economista, é a manutenção
da taxa de juros no patamar atual.
"De um modo geral os resultados são positivos. O crédito vem
segurando as vendas no varejo e
melhorou um pouco com o crescimento da renda", afirmou Reinaldo Pereira, economista do
IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística).
A recuperação da renda pode
ser verificada na atividade de hipermercados, supermercados,
produtos alimentícios, bebidas e
fumo, que cresceu 2,02% em junho. O segmento, mais dependente de renda do que de crédito,
tem peso de cerca de 25% na estrutura da pesquisa. Segundo
João Carlos Gomes, economista
da Fecomércio-RJ, o desempenho
foi motivado pelo aumento do salário mínimo e pela queda da inflação. "O consumidor teve ganho
nominal e real, com o aumento do
salário mínimo e com a queda nos
preços", disse.
A ampliação do crédito direto
ao consumidor e dos empréstimos consignados em folha de pagamento levou o segmento de
móveis e eletrodomésticos a crescer 4,29% em relação a maio. No
ano, a expansão chega a 19,7% e
nos últimos 12 meses, de 21,97%.
Ao longo do ano, móveis e eletrodomésticos sustentaram a expansão das vendas. Do primeiro
para o segundo trimestre, a pesquisa constatou um arrefecimento das taxas de expansão, que passaram de 5,87% para 3,78%. O
comportamento foi influenciado
pela queda na taxa de crescimento do rendimento médio de 2,2%
para 0,2% do primeiro para o segundo trimestre. A recuperação
da renda pode dar novo alento
para as vendas de não-duráveis.
Tecidos, vestuário e calçados tiveram queda de 5,17% em relação
a maio, com a demora na chegada
do inverno.
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