São Paulo, quarta-feira, 17 de agosto de 2005

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VAREJO

Ampliação do crédito e recuperação da renda explicam a expansão consecutiva

Comércio vende mais pelo 4º mês

JANAINA LAGE
DA FOLHA ONLINE, NO RIO

O comércio varejista registrou em junho o quarto mês consecutivo de expansão na série com ajuste sazonal. A receita de crescimento inclui a ampliação do crédito ao consumidor e a recuperação da renda, com o aumento do salário mínimo e a queda da inflação.
A comparação com igual mês do ano passado também comprova o fôlego do comércio: as vendas registraram crescimento de 5,31%, o 19º mês seguido de resultados positivos. O desempenho marca também uma retomada da aceleração do crescimento. Em maio, a taxa ficara em 2,67%.
Segundo Carlos Thadeu de Freitas, da CNC (Confederação Nacional do Comércio), se o ano terminasse neste mês, o comércio já teria garantido uma expansão de 3,9%, mesmo sem contar o aumento das vendas de fim de ano. O economista prevê um crescimento de 4% a 5% neste ano nas vendas no comércio. A única ameaça ao ritmo de expansão, para o economista, é a manutenção da taxa de juros no patamar atual.
"De um modo geral os resultados são positivos. O crédito vem segurando as vendas no varejo e melhorou um pouco com o crescimento da renda", afirmou Reinaldo Pereira, economista do IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística).
A recuperação da renda pode ser verificada na atividade de hipermercados, supermercados, produtos alimentícios, bebidas e fumo, que cresceu 2,02% em junho. O segmento, mais dependente de renda do que de crédito, tem peso de cerca de 25% na estrutura da pesquisa. Segundo João Carlos Gomes, economista da Fecomércio-RJ, o desempenho foi motivado pelo aumento do salário mínimo e pela queda da inflação. "O consumidor teve ganho nominal e real, com o aumento do salário mínimo e com a queda nos preços", disse.
A ampliação do crédito direto ao consumidor e dos empréstimos consignados em folha de pagamento levou o segmento de móveis e eletrodomésticos a crescer 4,29% em relação a maio. No ano, a expansão chega a 19,7% e nos últimos 12 meses, de 21,97%.
Ao longo do ano, móveis e eletrodomésticos sustentaram a expansão das vendas. Do primeiro para o segundo trimestre, a pesquisa constatou um arrefecimento das taxas de expansão, que passaram de 5,87% para 3,78%. O comportamento foi influenciado pela queda na taxa de crescimento do rendimento médio de 2,2% para 0,2% do primeiro para o segundo trimestre. A recuperação da renda pode dar novo alento para as vendas de não-duráveis.
Tecidos, vestuário e calçados tiveram queda de 5,17% em relação a maio, com a demora na chegada do inverno.


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