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BALANÇOS
Papéis da empresa caem na Bovespa e no mercado norte-americano
Real forte segura ganho, diz Petrobras
LUCIANA BRAFMAN
DA SUCURSAL DO RIO
A Petrobras atribuiu à valorização do real, somada a um efeito
contábil, a reação negativa do
mercado financeiro à divulgação
de seu balanço -que registrou
um lucro líquido recorde de R$
9,9 bilhões no primeiro semestre.
"A valorização do real impôs
uma redução no lucro líquido de
cerca de R$ 1 bilhão", resumiu o
diretor financeiro e de relações
com investidores da Petrobras,
Almir Barbassa.
Para justificar por que o mercado esperava um lucro líquido R$ 1
bilhão acima do divulgado, Barbassa explicou que a Petrobras é
credora de subsidiárias no exterior e que a valorização do real gerou uma perda contábil, não
identificada pelos investidores.
"Quando o real se valoriza
-como aconteceu no trimestre,
quando o real se valorizou mais
que 11%-, os dólares a que a
controladora tem direito a receber das subsidiárias passam a valer menos reais. E a controladora
tem que reconhecer isso como
perda."
O resultado da Petrobras não
agradou ao mercado financeiro.
Analistas projetavam que o lucro
da petrolífera poderia ser maior.
Por conta disso, as ações ordinárias da Petrobras caíram 1,99% na
Bovespa, e as preferenciais perderam 1,69%. No mercado norte-americano, os ADRs (recibos de
ações de empresas estrangeiras
negociados nos EUA) da Petrobras recuaram 3,15%.
Apesar da reação negativa do
mercado, o presidente da Petrobras, José Sérgio Gabrielli, destacou o bom desempenho, o aumento da produção, da receita, a
gestão dos custos, a geração do
caixa e o volume de investimentos
de R$ 11 bilhões.
Barbassa afirmou que a meta da
Petrobras é investir mais R$ 18 bilhões no segundo semestre. Ele
ressaltou que o lucro líquido no
semestre foi conseqüência dos recordes da produção, que fizeram
crescer as exportações.
A produção nacional de óleo e
gás natural cresceu 18,4% no segundo trimestre em relação a
igual período de 2004. Segundo a
Petrobras, esse foi um dos fatores
que permitiu à empresa exportar
15% a mais no semestre.
"As exportações foram a grande
estrela, que contribuiu com um
superávit na balança comercial da
Petrobras de US$ 900 milhões no
segundo trimestre", disse Barbassa. Ele ressaltou ainda o crescimento de 10,9% no preço médio
de realização no trimestre, que leva em consideração todos os
combustíveis produzidos.
Sobre a possibilidade de um
reajuste nos preços dos combustíveis -já que os praticados pela
Petrobras estão defasados em relação ao preço do barril de petróleo no mercado internacional-,
os dirigentes da Petrobras foram
vagos. "O resultado é de janeiro a
junho. Estamos em agosto", disse
Gabrielli. "A companhia tem optado pelo ajuste de médio prazo",
explicou Alípio Ferreira Pinto Júnior, gerente executivo de logística do abastecimento.
"Vamos acompanhar a tendência internacional, sem acatar os
picos excessivos. Se [o preço] permanecer nos níveis de US$ 66,
adotaremos um novo patamar",
informou Raul Campos, gerente-executivo de relações com investidores, sem mais detalhes.
Barbassa informou que a companhia deve divulgar seu novo
plano estratégico, com as previsões de negócios para o período
2006-2010 em 15 ou 20 dias.
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