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Irmão de dona da butique Daslu retorna à prisão
Após TRF decidir cassar habeas corpus, empresário, que é diretor financeiro da loja, entregou-se espontaneamente à Polícia Federal
CLAUDIA ROLLI
DA REPORTAGEM LOCAL
Antonio Carlos Piva de Albuquerque, diretor financeiro da
Daslu, e irmão da proprietária
da loja, Eliana Tranchesi, voltou à prisão ontem.
O empresário se apresentou
espontaneamente à Polícia Federal por volta das 23h de anteontem, após o TRF de São
Paulo cassar o habeas corpus
que permitia que ele respondesse ao processo criminal em
liberdade. Está preso por tempo indeterminado.
Tranchesi e Piva de Albuquerque são investigados por
suposto envolvimento em esquema de sonegação fiscal. São
réus em processo criminal da
Justiça Federal, no qual respondem pelos crimes de fraudes na importação da loja, formação de quadrilha e falsidade
ideológica. Eles negam ter cometido as irregularidades.
Essa é a terceira prisão de Piva de Albuquerque desde que a
butique foi alvo, em julho do
ano passado, da Operação Narciso, força-tarefa integrada por
fiscais da Receita, policiais federais e pelo Ministério Público Federal. Na ação, Tranchesi
chegou a ser detida por 12 horas
e seu irmão, por cinco dias.
Piva de Albuquerque passou
a madrugada de ontem no Centro de Custódia da PF em São
Paulo; à tarde, foi encaminhado
ao Centro de Detenção Provisória 2, em Guarulhos (SP).
Chegou ao local às 13h30 e
vai permanecer em regime de
observação por cerca de dez
dias. Ficará isolado, nesse período, dos demais 1.120 presos.
O local tem capacidade para
abrigar 768 presos, segundo informou a Secretaria de Administração Penitenciária.
O empresário já ficou preso
em Guarulhos por oito dias no
início de junho deste ano,
quando os procuradores da República Matheus Baraldi Magnani e Jefferson Aparecido
Dias pediram sua prisão.
Na avaliação dos procuradores, a Daslu "reiterou" a prática
de importações fraudulentas
(foram feitas novas apreensões
de mercadorias em Itajaí, em
SC, e no Paraná, além das mercadorias confiscadas em Guarulhos) e Piva de Albuquerque
estaria "prejudicando" o andamento do processo.
No dia 9 de junho, o desembargador Luiz Stefanini, do
TRF, reconsiderou o caso e
concedeu habeas corpus para o
irmão de Tranchesi. Mas, anteontem, ao reavaliar o caso, o
TRF decidiu cassar a liminar.
"Foi uma decisão unânime
dos desembargadores do TRF
que analisaram a questão", disse Magnani.
Ao saber que o empresário
trocara de advogado mais uma
vez, o procurador questionou:
"Trocar sete vezes de advogado
é normal? Fica claro que ele
tenta tumultuar o processo".
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