São Paulo, quinta-feira, 17 de agosto de 2006

Texto Anterior | Próximo Texto | Índice

Irmão de dona da butique Daslu retorna à prisão

Após TRF decidir cassar habeas corpus, empresário, que é diretor financeiro da loja, entregou-se espontaneamente à Polícia Federal

CLAUDIA ROLLI
DA REPORTAGEM LOCAL

Antonio Carlos Piva de Albuquerque, diretor financeiro da Daslu, e irmão da proprietária da loja, Eliana Tranchesi, voltou à prisão ontem.
O empresário se apresentou espontaneamente à Polícia Federal por volta das 23h de anteontem, após o TRF de São Paulo cassar o habeas corpus que permitia que ele respondesse ao processo criminal em liberdade. Está preso por tempo indeterminado.
Tranchesi e Piva de Albuquerque são investigados por suposto envolvimento em esquema de sonegação fiscal. São réus em processo criminal da Justiça Federal, no qual respondem pelos crimes de fraudes na importação da loja, formação de quadrilha e falsidade ideológica. Eles negam ter cometido as irregularidades.
Essa é a terceira prisão de Piva de Albuquerque desde que a butique foi alvo, em julho do ano passado, da Operação Narciso, força-tarefa integrada por fiscais da Receita, policiais federais e pelo Ministério Público Federal. Na ação, Tranchesi chegou a ser detida por 12 horas e seu irmão, por cinco dias.
Piva de Albuquerque passou a madrugada de ontem no Centro de Custódia da PF em São Paulo; à tarde, foi encaminhado ao Centro de Detenção Provisória 2, em Guarulhos (SP).
Chegou ao local às 13h30 e vai permanecer em regime de observação por cerca de dez dias. Ficará isolado, nesse período, dos demais 1.120 presos. O local tem capacidade para abrigar 768 presos, segundo informou a Secretaria de Administração Penitenciária.
O empresário já ficou preso em Guarulhos por oito dias no início de junho deste ano, quando os procuradores da República Matheus Baraldi Magnani e Jefferson Aparecido Dias pediram sua prisão.
Na avaliação dos procuradores, a Daslu "reiterou" a prática de importações fraudulentas (foram feitas novas apreensões de mercadorias em Itajaí, em SC, e no Paraná, além das mercadorias confiscadas em Guarulhos) e Piva de Albuquerque estaria "prejudicando" o andamento do processo.
No dia 9 de junho, o desembargador Luiz Stefanini, do TRF, reconsiderou o caso e concedeu habeas corpus para o irmão de Tranchesi. Mas, anteontem, ao reavaliar o caso, o TRF decidiu cassar a liminar.
"Foi uma decisão unânime dos desembargadores do TRF que analisaram a questão", disse Magnani.
Ao saber que o empresário trocara de advogado mais uma vez, o procurador questionou: "Trocar sete vezes de advogado é normal? Fica claro que ele tenta tumultuar o processo".


Texto Anterior: Bastos nega que PF tenha antecipado cronograma de ações para ajudar Lula
Próximo Texto: Outro lado: Empresário troca de novo de advogado
Índice



Copyright Empresa Folha da Manhã S/A. Todos os direitos reservados. É proibida a reprodução do conteúdo desta página em qualquer meio de comunicação, eletrônico ou impresso, sem autorização escrita da Folhapress.