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análise
Juros nos EUA devem ficar inalterados
GILSON SCHWARTZ
ESPECIAL PARA A FOLHA
A divulgação do Índice de
Preços ao Consumidor dos
EUA, ontem, confirma o cenário de pausa no ciclo de alta das taxas de juros adotado
pelo Fed (banco central) na
sua última decisão.
A notícia é boa para os países em desenvolvimento,
mas não ótima, pois a causas
da inflação baixa estão sobretudo no desaquecimento
da maior economia do mundo. Cresce o número de analistas que apontam para o
fim do ciclo de expansão dos
últimos cinco anos, comparável apenas ao "boom" do
início dos anos 70.
A inflação mais baixa para
o consumidor, em nível inferior ao dos três meses anteriores, justifica a decisão de
interromper a alta dos juros.
Mas o mercado também interpreta essa decisão como
resultado da competência do
BC americano para avaliar
de modo objetivo e rigoroso a
trajetória da economia.
Embora novas altas não
estejam descartadas, a firmeza das convicções do Fed
também está sob avaliação. É
muito baixa a probabilidade
de uma nova alta em setembro ou mesmo outubro.
O indicador de preços na
produção divulgado nessa
semana também confirma o
cenário benevolente para a
inflação. A produção industrial está abaixo do esperado.
O ritmo da construção civil é
cada vez menos intenso.
O círculo virtuoso entre
dados e expectativas de inflação é um fato. Se o cenário de
longo prazo mais provável é
o de uma inevitável desaceleração da economia dos EUA,
não há porque temer sustos
no CPI (inflação ao consumidor) ou mesmo pressões sobre a estrutura de produção.
Portanto, uma nova alta dos
juros é hipótese improvável,
embora ela ainda não esteja
descartada.
Para Stephen Rose, analista do Morgan Stanley sempre com um olho no longo
prazo, o vigor da economia
mundial, vitaminada pelos
EUA, já virou um canto de
sereia.
O crescimento do emprego
nos últimos meses está cerca
de 35% abaixo da média registrada desde 2004. Não há,
na economia internacional,
outro país em condições de
funcionar como dínamo global. O emergente mais vigoroso, a China, enfrenta um
desafio antípoda -precisa
esfriar a sua economia.
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