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MERCADO ABERTO
GUILHERME BARROS - guilherme.barros@uol.com.br
Inflação provoca retração do consumo, afirma LatinPanel
Apesar do aumento recorde
de 10,6% registrado pelo IBGE
nas vendas do varejo no primeiro semestre, os brasileiros
já começaram a diminuir a variedade de itens que põem no
carrinho no supermercado.
É o que indica um estudo da
LatinPanel, que acompanha semanalmente 8.200 domicílios
no país e analisa 67 categorias
das cestas de alimentos, bebidas, higiene pessoal e limpeza.
Segundo o levantamento, os
preços médios dessas cestas subiram 7% de janeiro a junho.
Alimentos, bebidas e itens para
limpeza foram os que tiveram
maior aumento do preço médio, com 8%, 9% e 4%, respectivamente. No período, a inflação
foi de 3,64%, segundo o IPCA.
A LatinPanel mostra que
houve retração de 2% no volume de compras no primeiro semestre neste ano. Os consumidores passaram a diminuir a
compra de produtos de maior
valor agregado. Leite de saquinho, farinha de trigo, sorvete,
bolo pronto e polpa e purê de
tomate foram os produtos que
sofreram as maiores quedas
-24%, 15%, 14%, 13% e 12%,
nessa ordem.
"O consumidor ficou mais seletivo porque sua renda média
não teve muitos ganhos reais.
Ele precisou reduzir a quantidade de produtos comprados
ou migrar para opções mais baratas", diz Fatima Merlin, diretora de varejo da empresa.
As famílias de todas as faixas
de renda diminuíram o número
de produtos que levam para casa. No total, passaram de 30 categorias nos seis primeiros meses de 2007 para 28 no semestre passado. As classes D e E foram as que mais restringiram a
variedade -de 24 para 22.
Fatima Merlin afirma que,
mesmo que o consumo tenha
se retraído, as famílias não frearam bruscamente as compras.
"Os brasileiros passaram por
um longo período de limitação.
Agora que a cesta de produtos
que eles compram se sofisticou,
a tendência é que façam esforço
para continuar consumindo."
Mesmo com a retração, a
maior parte dos analistas concorda que a queda não será suficiente para brecar o aumento
dos juros que o Banco Central
fará para conter a inflação.
ALBATROZ
A Helibras (Helicópteros do Brasil S/A), que fabrica helicópteros há 30 anos, atingiu US$ 105 milhões até junho
em encomendas. "O resultado foi puxado pelo mercado
interno", diz Julien Négrel, diretor-comercial da companhia. De 2005 até o ano passado, as vendas anuais da empresa passaram de cerca de 40 para 100 aeronaves.
ARREMATE
A galeria Bolsa de Arte fará, em São Paulo, em 6 de setembro, um leilão de fotos -será o primeiro já feito no país. "A
fotografia terá status de obra-de-arte aqui", diz Jones Bergamin, dono da casa, que faz o primeiro leilão fora do Copacabana Palace. Serão vendidas obras do século 19 que retratam
o Rio de Janeiro, cenas dos movimentos estudantis dos anos
60 e fotos de Vik Muniz, brasileiro radicado em Nova York
-o lance inicial de uma foto do artista será de R$ 150 mil, o
mais caro do leilão. Há montagens de José Oiticica e trabalhos de Alair Gomes, que fotografava rapazes nas praias do
Rio na década de 1960. Uma das fotos de Gomes, que mostra
um pênis em close, terá lance mínimo de R$ 5.000.
DOMINÓ
As obras da CSA (Companhia Siderúrgica do Atlântico), no Rio, já consumiram
quase 26 mil estacas. Se fossem enfileiradas, formariam
uma linha de 900 quilômetros. A previsão é instalar
um total de 36 mil estacas no
complexo siderúrgico, todas
produzidas pela CSA. O investimento total dos acionistas -a produtora de aço
alemã ThyssenKrupp Steel
(90%) e a Vale (10%)- é de
4,5 bilhões.
POR ENCOMENDA
João Crestana (Secovi) e
Mauricio Linn Bianch (SindusCon-SP) afirmam que o
aquecimento da construção
civil tem provocado falta
momentânea de insumos
-por dias ou semanas, em
geral. Como a indústria opera com cerca de 87% de sua
capacidade, a oferta se reajusta e não há desabastecimento. Para Bianch, a escassez ocorre pela falta de planejamento e contribui para
a importação de insumos.
CLORO
No primeiro semestre
deste ano, a produção de cloro cresceu 3,2% em relação
ao mesmo período do ano
passado, segundo dados da
Associação Brasileira da Indústria de Álcalis, Cloro e
Derivados. Comparado com
os últimos 12 meses, o avanço foi de 1,7%. De acordo
com a associação, na média,
a taxa de utilização da capacidade instalada no setor foi
de 90% do total de janeiro a
junho de 2008.
Custo elevado afeta produtor de laticínios
O primeiro semestre não
foi bom para os produtores
de leite, afirmou o presidente da Associação Brasileira
dos Produtores de Leite,
Jorge Rubez. Segundo ele, a
produção cresceu 10% no
período, mas a demanda
caiu, o que provocou queda
de preço ao produtor.
"Já consumimos 149 litros
per capita de leite por ano no
país e hoje esse volume deve
estar em 139 litros," disse.
Para ele, a queda da demanda foi impulsionada pela alta
no preço dos alimentos, que
obrigou as famílias a reduzir
o consumo de laticínios,
priorizando produtos como
arroz e feijão.
Apesar do aumento no
preço do leite no varejo neste ano, os custos para o produtor cresceram em proporção maior. Na região de
Campinas (SP), por exemplo, enquanto o custo do farelo de soja cresceu 7% entre
maio e junho deste ano, o
preço do leite ao produtor
paulista aumentou 3,52%,
segundo dados do Cepea.
PESQUISA
EXECUTIVO SOFRE COM INSÔNIA E COLESTEROL
O percentual de executivos
brasileiros que se alimentam
mal passou de 80% em 1990
para 58% neste ano, segundo
pesquisa da clínica Med-Rio
Check-Up. O levantamento
foi feito com base em exames médicos de 32 mil executivos de 30 a 75 anos. Se,
por um lado, os executivos
se preocupam mais com alimentação e forma física, o
nível de estresse se mantém
em 70% há 18 anos. O percentual dos que sofrem com
insônia passou de 16% para
23% e o colesterol, que atingia 25% dos executivos, agora alcança metade deles.
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