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BANCOS
Resultado positivo deve ficar próximo de R$ 610 mi
Caixa Econômica Federal registra o maior lucro do governo FHC
NEY HAYASHI DA CRUZ
DA SUCURSAL DE BRASÍLIA
A CEF (Caixa Econômica Federal) obteve, no primeiro semestre
deste ano, o maior lucro já alcançado pela estatal durante o governo do presidente Fernando Henrique Cardoso.
A melhora no resultado só foi
possível graças ao socorro bilionário dado pelo Tesouro Nacional aos bancos federais -a CEF
inclusive- no ano passado.
A CEF encerrou o ano de 2001
com prejuízo de R$ 4,687 bilhões
-um dos piores resultados obtidos por um banco nos últimos
anos. Também em 2001, o governo concedeu um pacote de ajuda
à instituição cujo valor ultrapassou R$ 60 bilhões.
Graças a esse socorro, a CEF inverteu sua situação financeira no
início deste ano. Apenas entre janeiro e maio, a CEF obteve lucro
de R$ 610,336 milhões, segundo
balancetes entregues ao Banco
Central.
Desde 1995, o melhor resultado
obtido pela estatal em um primeiro semestre havia ocorrido em
1997, quando obteve lucro de R$
308,197 milhões.
Os números finais do primeiro
semestre devem ser divulgados
oficialmente hoje. Segundo a Folha apurou, o lucro obtido entre
janeiro e junho ficou próximo dos
R$ 610 milhões acumulados até
maio.
Socorro bilionário
Em junho do ano passado, o governo criou o Proef (Programa de
Fortalecimento das Instituições
Financeiras Federais), com o objetivo de socorrer bancos federais
que enfrentavam dificuldades financeiras.
Embora tenha beneficiado também os bancos do Brasil, do Nordeste e da Amazônia, a CEF era a
instituição que mais precisava da
ajuda do Tesouro.
O Proef injetou R$ 12,5 bilhões
nos quatro bancos. Desse total, R$
9,35 bilhões foram para a CEF. Esse dinheiro serviu para reforçar o
patrimônio líquido da estatal, colocando-a no nível mínimo exigido pelo Banco Central para que
mantivesse suas operações.
Além disso, o Tesouro Nacional
assumiu R$ 53,5 bilhões em créditos podres. A maior parte desse
dinheiro se referia a financiamentos habitacionais concedidos pela
CEF e que dificilmente seriam pagos. O governo federal ficou com
as dívidas e, em troca, deu à estatal o mesmo valor em títulos públicos.
Depois dessa reestruturação nas
suas contas, a CEF também limitou a concessão de financiamentos habitacionais. Essas operações
não são muito rentáveis aos bancos por causa das taxas de juros
cobradas nos empréstimos
-mais baixas do que nas outras
modalidades de crédito- e da
elevada inadimplência.
No final de agosto de 2001, a
CEF suspendeu o financiamento
de imóveis para famílias de classe
média, com renda superior a 12
salários mínimos. A concessão
desses empréstimos só foi retomada depois que a estatal recebeu
R$ 1 bilhão do FAT (Fundo de
Amparo ao Trabalhador), em janeiro deste ano.
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