DA REPORTAGEM LOCAL

A participação dos cheques sem fundos no total dos casos de inadimplência no país tem caído nos últimos três anos. Pesquisa realizada pela Serasa mostra que, nos oito primeiros meses do ano, essa participação foi de 38% no total. Nos primeiros oito meses de 2000, os cheques sem fundos representavam 48% do total pesquisado e, no mesmo período de 2001, 43% da inadimplência registrada no período.
Na outra ponta, a parcela do total de inadimplência proveniente de cartões de crédito e financeiras cresceu de 25% nos oito primeiros meses de 2000 para 30% em igual período deste ano.
O número de cheques devolvidos por não terem fundos ainda segue alta. Segundo os últimos dados da Serasa, de cada mil cheques emitidos em julho, 13,8 foram devolvidos. Em janeiro de 2001, esse número era de 10,7.
O recorde histórico, desde 91, foi registrado em março deste ano, quando a devolução de cheques registrada por falta de fundos alcançou os 16,2 de cada mil emitidos.

Financiamento em alta
Dados da Serasa mostram que o volume de crédito cresceu de forma maior que a inadimplência nos últimos anos. Entre janeiro de 99 e julho deste ano, as linhas de financiamento cresceram 64%. Já a inadimplência teve um aumento de 57% entre janeiro de 99 e agosto deste ano.
No caso das pessoas físicas, essa diferença é muito mais expressiva. Enquanto a inadimplência subiu 72% no segmento no período pesquisado, as linhas de crédito concedidas tiveram um aumento de 141%.
"O que temos notado no mercado nos últimos meses é que as instituições estão sendo mais seletivas na hora de conceder financiamento. Esse cenário deve se manter pelo menos até as eleições estarem decididas. Isso deve estar ajudando a melhorar os resultados referentes ao crescimento da inadimplência", diz Alan Marinovic, analista da ABM Consulting.


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