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Salário do brasileiro só é menos taxado que o do dinamarquês
DA REPORTAGEM LOCAL
A carga tributária sobre o salário do brasileiro é uma das
maiores do mundo, só perdendo para a taxação do trabalhador dinamarquês. A tributação
é suportada tanto pelo empregado como pelo patrão.
A forte taxação é um dos fatores que alimentam a informalidade no país, segundo o IBPT
(Instituto Brasileiro de Planejamento Tributário), entidade
que reúne profissionais do setor que se dedicam a estudos
tributários de natureza institucional, setorial e empresarial.
Outro estudo do instituto
mostra que, em 2005, a média
da tributação sobre os salários
no Brasil ficou em 42,50%. Em
2003 era de 42,15% e, um ano
antes, de 41,71% (ver quadro
acima). Na Dinamarca, a carga
média foi de 42,9% em 2004
(último dado disponível).
O estudo do IBPT considera
a tributação suportada pelos
empregados (contribuição ao
INSS ou aos institutos de previdência dos Estados e dos municípios e o IR da pessoa física retido mensalmente na fonte).
No caso das empresas, são
considerados os encargos sobre
a folha de salários, como a contribuição ao INSS e as referentes ao Sesi, Senai, Sesc, Senac,
seguro de acidentes do trabalho, salário-educação etc.
O estudo é feito por faixa salarial, em número de salários
mínimos. Para uma renda
mensal de dois mínimos (hoje,
R$ 700), o trabalhador tem o
desconto apenas da contribuição ao INSS, que é de 7,65%.
Já o patrão tem de arcar com
uma carga bem maior, de
39,15%. Assim, o empregado
tem desconto de R$ 53,55, recebendo R$ 646,45, enquanto o
patrão terá de pagar R$ 220,50
de tributos.
Riqueza adicional
Segundo Gilberto Luiz do
Amaral, presidente do IBPT,
com a carga tributária de 37,5%
do PIB registrada em 2005,
uma pessoa precisa gerar riqueza de R$ 32 mil para comprar um bem de R$ 20 mil.
Para facilitar o cálculo, ele
usa a média entre os 37,82% da
carga calculada pelo IBPT e os
37,37% da Receita Federal. Como a taxação é de 37,5%, é preciso ganhar R$ 32 mil (geração
de riqueza) para ficar com R$
20 mil líquidos -os restantes
R$ 12 mil vão para os fiscos. Para comprar um imóvel de R$
100 mil, será preciso gerar uma
riqueza de R$ 160 mil.
(MC)
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