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Fed surpreende e socorre AIG com US$ 85 bi
Em ação sem precedentes, BC dos EUA assume controle de maior seguradora do mundo para conter "fragilidade do mercado"
Bovespa sobe 1,68%, e Dow Jones, 1,30%, após relatos de reunião em NY para socorrer AIG; Fed mantém taxa de juros inalterada
DA REDAÇÃO
O Federal Reserve (o BC dos
EUA) anunciou ontem uma injeção de cerca de US$ 85 bilhões na AIG (American International Group), a maior seguradora do mundo, que tentava
desesperadamente levantar dinheiro nos mercados para evitar uma concordata que traria
prejuízos a grande parte dos
bancos americanos e abalaria
ainda mais os mercados.
Após não obter apoio dos
principais bancos do país, as
autoridades americanas decidiram encampar a AIG, assumindo a participação de 80% na seguradora em troca do empréstimo salvador.
Com o socorro, os mercados
globais podem ter um dia positivo hoje. As Bolsas asiáticas
abriram em alta, após perdas
pesadas ontem. Até o fechamento desta edição, Tóquio ganhava 1,8%, após perdas de
4,95% na véspera, e Coréia do
Sul subia 3,5%, após recuo de
6,10% na segunda-feira.
Só a perspectiva de ajuda à
AIG motivou um pregão menos
pessimista ontem, após um dos
piores momentos das Bolsas
internacionais desde a crise
pós-11 de Setembro. A Bolsa de
Nova York teve alta de 1,30%
no índice Dow Jones.
No Brasil, a Bovespa terminou o dia com alta de 1,68%. Já
o dólar comercial seguiu seu
rumo de alta e fechou a R$
1,824, com ganho de 0,88%.
O Fed desprezou o clamor de
uma parte significativa do mercado e decidiu manter inalterado os juros em 2% ao ano, mas
deixou aberta uma janela para
"ações emergenciais" caso a
crise se intensifique.
Sem apoio privado
Em reunião na tarde de ontem, executivos de grandes
bancos e do Fed chegaram à
conclusão de que um empréstimo emergencial de US$ 75 bilhões da banca provada não poderia ser finalizado a tempo de
impedir a quebra da seguradora. A AIG faz apólices de seguro
de crédito para a maior parte
dos bancos e empresas do setor
imobiliário americano.
Ao anunciar o socorro ao AIG
em sua página da internet às
21h (22h em Brasília), o Fed enfatizou que "o empréstimo segurado tem termos e condições
elaborados para proteger os interesses do governo e dos contribuintes americanos".
Foi uma ação diferente da
vista nos últimos dias, quando
o governo Bush decidiu não
apoiar o Lehman Brothers após
fracassar em sua tentativa de
obter apoio do setor privado ao
banco de investimentos, que
quebrou na segunda-feira,
agravando a turbulência.
No Brasil, o presidente Lula
afirmou que a crise global "será
quase imperceptível" quando
comparada a crises passadas.
Já o presidente da Petrobras,
José Sergio Gabrielli, disse à
Folha que o financiamento da
exploração do pré-sal pode ficar mais difícil se a crise financeira se prolongar.
O país que mais sofreu ontem
foi a Rússia, com queda de
17,4% na Bolsa de Moscou.
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