São Paulo, quarta-feira, 17 de setembro de 2008

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análise

Ajuda deve aumentar a confiança

DENYSE GODOY
DA REPORTAGEM LOCAL

A decisão do governo americano de ajudar a AIG (American International Group) foi bem recebida no mercado financeiro.
Na avaliação dos analistas, devido à sua importância, uma eventual falência da seguradora poderia causar enormes problemas ao sistema bancário em todo o mundo.
"A AIG é gigante e atua em uma centena de países relacionando-se proximamente com outras instituições", diz Edward Wedbush, presidente da corretora Wedbush Morgan Securities.
Com a operação, espera-se que a confiança no setor seja um pouco reparada. "A maior questão aqui é justamente a perda generalizada de credibilidade. Se alguma outra organização quebrar, testemunharemos o caos", afirma Hugh Johnson, presidente da administradora de recursos Johnson Illington Advisors.
Após o anúncio do programa de salvamento, na noite de ontem, as principais Bolsas asiáticas operavam em alta, bem como os índices futuros do mercado acionário americano.
Estima-se que a AIG segure cerca de US$ 441 bilhões em títulos lastreados em hipotecas, os quais originaram a crise. "Caso houvesse mais calotes desses papéis, ela simplesmente não teria como pagar os seguros referentes", diz Johnson.
Fica configurado, então, o risco sistêmico que parece ser o principal critério do Fed (Federal Reserve, o banco central norte-americano) e do Departamento do Tesouro para organizar operações de salvamento de companhias em dificuldade. "Acho que a ajuda à AIG é um sinal de reconhecimento, por parte do governo, de que houve um erro em não auxiliar o Lehman Brothers", afirma Johnson.
Ainda não ficou claro o tamanho da ameaça que o Lehman Brothers representa. Os especialistas entenderam, a partir da decisão das autoridades, que não havia grande possibilidade de o banco arrastar consigo outras instituições. "É muito difícil, mesmo para quem está dentro da empresa, avaliar a exata extensão dos prejuízos", diz Wedbush. No entanto, para muitos, o Lehman estava tão envolvido com os títulos quanto o Bear Stearns, que foi vendido em março para o JPMorgan Chase em uma operação apoiada pelo Fed.


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