São Paulo, quinta-feira, 17 de setembro de 2009

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Bolsa alcança 60 mil pontos, maior nível em 14 meses

Alta no ano chega a 60,9%; dólar recua para R$ 1,80

FABRICIO VIEIRA
DA REPORTAGEM LOCAL

Depois de muito ensaiar, a Bolsa de Valores de São Paulo finalmente rompeu os 60 mil pontos, o que não ocorria há quase 14 meses. Na esteira do bom desempenho do mercado internacional, a Bovespa teve valorização de 1,94% e terminou o pregão a 60.410 pontos.
Em Nova York, a Bolsa subiu 1,12%, e, em Londres, 1,63%.
No mercado de câmbio, o clima externo também teve repercussão. A moeda americana, no fim do dia, estava cotada a R$ 1,80, após recuar 0,39% ante o real. A cotação de ontem foi a mais baixa em 12 meses. Neste mês, a depreciação da moeda estrangeira alcança 4,76%.
A movimentação na Bovespa ontem foi intensa, o que ilustra a animação dos investidores. Foram negociados no pregão R$ 7,02 bilhões, volume 49% superior à média diária do ano.
Notícias vindas dos EUA fortaleceram as cotações das commodities no mercado internacional. Nesse cenário, os papéis de empresas brasileiras do setor de siderurgia e de mineração, além da Petrobras, tiveram altas elevadas. Somente as ações de Vale, Usiminas e Petrobras foram responsáveis por quase 35% do giro do pregão.
A forte retração dos estoques de óleo cru nos EUA pressionou as cotações do petróleo. O barril do produto fechou em Nova York com alta de 2,23%, cotado a US$ 72,51. A ação preferencial da Petrobras encerrou com ganhos de 2,84%.
Outra notícia que favoreceu o mercado veio da ArcelorMittal. A gigante da siderurgia elevou sua previsão para o crescimento da demanda na China, o que fez com que as commodities metálicas subissem.
Para as ações preferenciais "A" da Vale, o resultado foi de apreciação de 1,46%. O papel PNA da Usiminas subiu 3,86%; Gerdau PN teve alta de 3,51%; e CSN ON, de 3,33%.
Com suas ações mais negociadas em alta, a Bovespa operou em terreno positivo durante todo o pregão. No ano, acumula ganhos de 60,9%.
A superação dos 60 mil pontos surpreendeu analistas. No mercado, muito tem se falado sobre o possível exagero da Bolsa, que teria subido de forma muito rápida nos últimos meses. Mas há também os mais otimistas, para quem a Bovespa está no rumo certo.
"Não acho que tem havido exagero do mercado como alguns analistas dizem", afirma Rossano Oltramari, analista-chefe da XP Investimentos. "Mas não esperava que passasse por uma recuperação tão rápida. De qualquer forma, a tendência de alta para a Bolsa prossegue", diz Oltramari.
A continuidade na entrada de capital externo na Bolsa tem sido importante para as ações brasileiras manterem-se em alta. Neste mês, até o dia 11, os investidores estrangeiros mais compraram que venderam ações na Bovespa no montante de R$ 511,5 milhões.


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