São Paulo, quinta-feira, 17 de outubro de 2002

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CONJUNTURA

Produção no Estado recua 6,6% em agosto sobre o mesmo período de 2001, ante crescimento de 0,9% no país

Indústria de SP encolhe pelo 3º mês seguido

CHICO SANTOS
DA SUCURSAL DO RIO

Em agosto, pelo terceiro mês consecutivo, a produção industrial de São Paulo, que tem peso de 45% na produção brasileira, apresentou desempenho negativo em relação ao mesmo mês do ano passado. A queda em agosto foi de 6,6%, contra uma expansão de 0,9% da produção do país.
De janeiro a agosto a produção da indústria paulista encolheu 3,1%. Em 12 meses a queda foi de 2,5%. Nos mesmos períodos, a produção brasileira cresceu 0,5% e caiu 0,8%, respectivamente. A economista Mariana Rebouças, analista do IBGE, considera esse descolamento entre a produção de São Paulo e a brasileira um fenômeno atípico e revelador de queda na demanda do mercado interno.
Segundo ela, o quadro de relativa estabilidade na produção do país vem sendo assegurado, basicamente, pela indústria extrativa mineral (petróleo, gás e minério), pela agroindústria e por setores altamente exportadores, como o de papel e celulose.
Nenhum desses setores, segundo a analista, é destaque na composição da indústria paulista, caracterizada pela produção de bens mais elaborados e majoritariamente dirigidos ao mercado interno, como os automobilísticos e os eletroeletrônicos.
São setores que sofrem mais com o aumento dos juros e o aperto do crédito, quadro que perdurou durante todo este ano no Brasil. Essa conjuntura foi agravada pelas medidas tomadas nesta semana e na semana passada pelo BC para conter a alta do dólar (aumento dos juros e dos compulsórios dos bancos).
Em agosto, dos 19 setores da indústria paulista pesquisados pelo IBGE, 13 tiveram queda na produção, com destaques para a indústria de material elétrico e de comunicação (queda de 28,5%), a química (9,2%) e a de material de transportes (8,6%).
No Rio de Janeiro, Estado que tem seu maior trunfo na produção de petróleo, a indústria cresceu 20,7% em agosto sobre agosto de 2001, a maior alta entre as áreas pesquisadas. O Rio lidera ainda o crescimento no acumulado do ano (10,3%) e em 12 meses (5,2%).
A indústria extrativa mineral (petróleo) do Rio cresceu 20,5% em agosto, mas a de transformação também mostrou aumento expressivo (21%). Segundo o IBGE, a base de comparação estava muito deprimida.
Bahia e Espírito Santo, Estados em que o setor de petróleo e gás e a indústria de papel e celulose são destaques, tiveram em agosto fortes aumentos nas suas produções industriais: 17,7% e 17,5%, respectivamente.


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