São Paulo, domingo, 17 de outubro de 2004

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DESTINO VERDE-AMARELO

Quantidade de viajantes do exterior cresce 15% até agosto; fluxo interno sobe com recuperação econômica

Turismo avança com estrangeiro e retomada

FABÍOLA SALANI
DA REDAÇÃO

Investimento externo, mais estrangeiros, retomada econômica. De todos os lados, os sinais são de melhora do turismo do Brasil.
Só em construção de hotéis e resorts, devem ser investidos R$ 3 bilhões nos próximos dois anos, segundo levantamento preliminar do Ministério do Turismo.
Entidades que representam agências de viagem e hotéis estimam um crescimento de 10% a 15% no fluxo de turistas na temporada que ora se inicia em relação à alta estação de 2003/2004.
E, de janeiro a agosto deste ano, 3.957.752 pessoas desembarcaram em vôos internacionais no país, 15,17% a mais do que em igual período de 2003. E os turistas que vieram de fora deixaram no país nesse período US$ 2,104 bilhões -36,36% a mais do que nos oito primeiros meses de 2003.
Neste ano, até agosto, 212.819 passageiros desembarcaram em vôos fretados internacionais, 118,6% a mais do que em igual período de 2003 e um número maior do que o total registrado em cada um dos anos anteriores desde 1998.
"Estamos vivendo a segunda onda de investimentos estrangeiros na área de hotelaria no país", afirmou Frederico Costa, diretor do Departamento de Financiamento e Promoção de Investimento do Ministério do Turismo. A primeira, segundo ele, foi a entrada das redes Accor e Pestana.
Costa afirmou que o interesse estrangeiro é maior no Nordeste e oriundo de grupos espanhóis, portugueses e italianos.
Outra mostra de melhora do mercado turístico nacional são os cruzeiros. Aldo Leoni Filho, vice-presidente da Braztoa, associação que reúne as operadoras, informa que deve haver 80% a mais de oferta de vagas em cruzeiros neste ano -e ainda destaca a vinda de navios maiores para a costa brasileira neste ano. "Aumentou a qualidade dos navios que vêm para o Brasil."
Maior operadora turística do país, a CVC é ainda mais otimista com relação ao período de verão e férias deste ano. "Estimamos uma melhora de 40% no volume de passageiros", afirmou Guilherme Paulus, presidente da empresa.

Mais fretamentos
Semanalmente, a operadora tinha 130 vôos fretados na temporada passada e deve passar a 180 na próxima. E vai promover cruzeiros em três navios pelo litoral do país -em 2003/2004, foi apenas um.
Os números de desembarques domésticos da Infraero dão mais fôlego a esse otimismo. Desde 1998, considerando o período de janeiro a agosto, o total de passageiros de vôos fretados -que carregam essencialmente turistas- deste ano só foi superado pelo de 2002. Foi 1,792 milhão de passageiros nos oito primeiros meses deste ano e 1,835 milhão em 2002.
Mas, apesar do bom momento, os crescimentos se dão sobre perdas, ocorridas, especialmente, na temporada 2002/2003.
Para Leonel Rossi Jr., diretor de assuntos internacionais da Abav (Associação Brasileira das Agências de Viagem), a melhora da economia se reflete no setor, daí a estimativa para um crescimento de 10% a 15%. "Mas estamos recuperando o que se vendia antes dos atentados nos Estados Unidos e dos problemas econômicos no Brasil", disse.
"O início deste ano já foi bem melhor do que o do ano passado e o de 2005 deve ter crescimento, o que significa duas temporadas consecutivas melhores do que a anterior", afirmou Márcio Favilla, secretário-executivo do Ministério do Turismo.

Destinos
Rossi Jr. informa que as dificuldades com vistos para os Estados Unidos acabaram reduzindo a demanda de viagens para o país e elevando para a Europa, "apesar de cara, com o euro".
Ele ainda destaca o aumento para Argentina, Uruguai, Chile e Peru. "O brasileiro está redescobrindo a América do Sul como destino de viagem", afirmou.
O turismo ecológico também aumenta. "O Amazonas é o campeão de crescimento de procura, aumentou 170% neste ano", disse Paulus. Segundo ele, mais hotéis de selva e a pesca do tucunaré têm atraído os viajantes.
Otimismo na economia e recuperação da auto-estima são os fatores que elevam a procura por viagens nacionais, diz o presidente da CVC.


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