São Paulo, terça-feira, 17 de outubro de 2006

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Indicador eleva a confiança no país, diz ministro

DA REPORTAGEM LOCAL

O ministro Guido Mantega (Fazenda) comemorou ontem o fato de o Brasil ter atingido níveis recordes de reservas internacionais. "Hoje as reservas brasileiras estão batendo recorde. É o maior volume de reservas de nossa história", disse Mantega, logo depois de ter afirmado que só vê "condições favoráveis para o Brasil".
Mantega estava em São Paulo para participar de evento que reúne, até hoje, representantes de Bolsas de Valores de todo o mundo. De acordo com o ministro, o volume recorde de reservas ajuda a diminuir o risco-país e o custo do financiamento externo, na medida em que diminui a desconfiança em relação à capacidade de pagamentos do Brasil. Os ganhos com esse ganho de confiança, disse, mais que compensam o custo que o governo tem para comprar e manter as reservas.
Para comprar os dólares que compõem as reservas internacionais, o governo precisa emitir dívida pública. Como os juros no Brasil são altos, alguns analistas têm apontado que a política de acumulação de reservas tem um custo muito alto para o país. "[Os ganhos] compensam perfeitamente [o custo]", disse Mantega ontem.
Carlos Kawall, secretário do Tesouro, também defendeu a política de acumulação de reservas. "A política de recuperação de reservas é um bem, não apenas de curto prazo, para eventuais turbulências no mercado internacional, mas também para as gerações futuras", disse.
Ele afirmou que o governo deve continuar com a política de aumento do nível de reservas internacionais, mas disse que o governo não tem uma meta ou nível desejado para o volume acumulado. De acordo com Kawall, um nível maior de reservas beneficiará os brasileiros no futuro porque reduz a possibilidade de crises externas afetarem o câmbio brasileiro e, por meio da oscilação do câmbio, afetar a inflação. "[Um nível maior de reservas] reduz o risco de um surto inflacionário via câmbio", disse o secretário.
Ainda segundo o ministro Mantega, o Brasil deverá crescer cerca de 5% no próximo ano, apesar de a maior parte dos analistas prever crescimento entre 3,5% e 4%. (MARCELO BILLI)


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