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Esquema foi investigado por polícia e fiscais durante 2 anos
DA REPORTAGEM LOCAL
O esquema ilegal de importação de equipamentos para a
área de tecnologia da informação descoberto pela Operação
Persona da Polícia Federal, que
resultou em 44 mandados de
prisão, foi investigado durante
dois anos por auditores fiscais e
por policiais federais.
Segundo o juiz Alexandre
Cassetari, da 4ª Vara Federal
Criminal, que assinou os mandados, as prisões têm caráter
preventivo para evitar que as
investigações sejam prejudicadas com a fuga dos envolvidos.
Em nota, Cassetari informa
que as beneficiárias do esquema seriam as empresas Cisco
System, Inc. (como exportadora, nos EUA) e a Cisco do Brasil
Ltda. (importadora), que operava com auxílio direto da fornecedora Mude Comércio e
Serviços Ltda. e de outras empresas americanas e brasileiras, reais e fantasmas, utilizadas como intermediárias nas
importações.
De acordo com ele, as empresas se valiam de documentos
falsos em que subfaturavam
preços de produtos, ocultando
os reais importadores e exportadores. Tudo para conseguir
pagar menos tributos. O esquema funcionou com a participação de fiscais da Receita Federal que também foram presos.
Segundo a investigação, parte da importação era feita pelo
aeroporto de Salvador (BA).
Os investigados foram divididos em três grupos. No primeiro deles estavam 20 "chefes",
representantes legais da Cisco
do Brasil e da Mude.
"Além dos fortes indícios de
suas participações nos delitos,
seu grau de atuação na quadrilha poderia atrapalhar a investigação", afirma Cassetari. Nesse grupo, apenas seis dirigentes
escaparam de ir para a prisão.
No segundo grupo foram incluídos 13 gerentes e administradores que não figuram como
sócios. Dez deles foram presos.
No terceiro time -o dos colaboradores- estavam oito sócios laranjas e seus 15 funcionários, quatro fiscais da Receita
Federal, três despachantes
aduaneiros e uma advogada.
Desse grupo, foram presos
seis funcionários e todos os servidores públicos. Segundo Cassetari, os despachantes aduaneiros e fiscais são suspeitos de
liberarem ilegalmente as mercadorias nos portos.
Além dos executivos atuais, o
ex-presidente da Cisco Carlos
Roberto Carnevale também foi
preso sob a alegação de que ainda teria participação nas atividades da Cisco e da Mude.
Além das prisões, os escritórios da Cisco e da Mude foram
interditados ontem para busca
e apreensão de computadores,
notebooks e outros equipamentos que servissem como
"elementos de prova".
(FF e JW)
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