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Alta em NY não salva Bovespa, que cai 1%
Com a Petrobras e os bancos em queda, reação do mercado acionário dos EUA teve impacto reduzido sobre a Bolsa de SP
Queda da Bovespa neste
mês alcança os 26,4%; ação
da Petrobras lidera perdas
no pregão, com petróleo
depreciado no exterior
FABRICIO VIEIRA
DA REPORTAGEM LOCAL
As ações da Petrobras não
permitiram que a Bovespa escapasse de mais um dia de perdas, mesmo com a reação do
mercado acionário norte-americano no fim do dia. A Bolsa de
Valores de São Paulo encerrou
o pregão com desvalorização de
1,06%, aos 36.441 pontos.
O dólar, após muita oscilação, encerrou com pequena
baixa diante do real, de 0,14%,
vendido a R$ 2,163.
Com o petróleo abaixo de
US$ 70 -recuou 6,3%, a US$
69,85 em NY-, os papéis da Petrobras não tiveram força para
encerrar as operações com ganhos. A depreciação da ação ordinária da estatal foi a maior do
índice Ibovespa ontem, ficando
em 8,67%. Sua ação preferencial recuou 7,50%. Os papéis da
Petrobras foram responsáveis
por cerca de 25% da movimentação total da Bovespa ontem.
O período da manhã foi bem
ruim para o mercado de ações.
Resultados negativos de instituições como Merrill Lynch e
Citigroup se somaram a dados
decepcionantes da economia
norte-americana -como os da
produção industrial- e aceleraram as vendas de ações.
Em Wall Street, o índice Dow
Jones chegou a cair mais de 4%
na mínima do dia, mas se recuperou no fim e subiu 4,68%.
A Bovespa marcou baixa de
8,36% no pior momento. Com
mais um dia de queda, a Bolsa
está com perdas de 26,4% no
mês e de 42,96% no ano.
Na Europa, onde as operações foram encerradas antes da
melhora nos EUA, houve baixas expressivas, como as das
Bolsas de Londres (5,35%) e de
Frankfurt (4,91%).
"Ainda teremos um bom
tempo de incertezas e dúvidas,
com os mercados oscilando
bastante. Dados econômicos
que têm saído vão formando
um quadro recessivo cada vez
mais real, o que vai manter os
mercados em sobressalto", avalia Newton Rosa, economista-chefe da Sul América Investimentos. "Neste período de balanços em que estamos entrando vai ser possível ter uma idéia
melhor dos estragos que a crise
tem causado nos resultados das
companhias", diz.
Dentre as grandes instituições financeiras brasileiras, a
primeiro a divulgar resultados
do terceiro trimestre será o
Bradesco, no próximo dia 27.
Mesmo que os bancos nacionais não tenham enfrentado
momentos críticos como os
americanos e europeus, analistas esperam que seus balanços
tragam algum impacto da crise,
como uma diminuição no retorno das carteiras de crédito.
Ontem as ações dos bancos
não escaparam das perdas:
Unibanco UNT caiu 6,12%; Itaú
PN recuou 6,09%; Banco do
Brasil ON, 4,71%; e Bradesco
PN teve baixa de 3,83%.
Dos papéis de maior peso na
composição do índice Ibovespa
-principal referência da Bolsa-, destaque para as perdas de
BM&FBovespa ON (-2,89%) e
Vale PNA (-2,12%).
Quem evitou que a Bolsa tivesse um dia pior foram os papéis da Gol PN, que dispararam
24,32%, e da Siderúrgica Nacional ON, que ganharam
17,28%. A ação da Gol subiu
amparada na depreciação do
petróleo. E o papel da CSN foi
impulsionado por rumores de
que negocia a venda de parte de
uma unidade de minério de ferro com um grupo japonês.
Ação contínua
As atuações constantes do
Banco Central evitaram que o
dólar se apreciasse ontem. Durante as operações, a moeda
norte-americana bateu em R$
2,262, alta de 4,43%. De sua
parte, o BC realizou primeiro
um leilão de linha, no qual vendeu US$ 1 bilhão. No começo da
tarde, vendeu mais dólares no
mercado à vista e, por fim, colocou mais cerca de US$ 1,8 bilhão em "swaps" cambiais, que
são títulos que acompanham a
oscilação da moeda.
Porém, a baixa de ontem
pouco efeito teve sobre a apreciação do dólar acumulada no
mês, que está em 13,6%.
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