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Medida do BC tenta incentivar crédito para microempresa
Empréstimos feitos com fundo garantidor terão impacto menor em índice de solvência de instituições
EDUARDO CUCOLO
DA SUCURSAL DE BRASÍLIA
O Banco Central anunciou
uma mudança para incentivar
os bancos a emprestarem dinheiro utilizando os fundos garantidores de crédito a micro e
pequenas empresas administrados pelo Banco do Brasil e
pelo BNDES.
Os empréstimos feitos com
garantia desses fundos terão
um impacto 50% menor sobre
o índice de Basileia -indicador
que determina o limite da carteira de crédito de uma instituição financeira- das instituições públicas e privadas.
Hoje, um banco tem de reservar R$ 11 do seu patrimônio para cada R$ 100 emprestados.
Agora, com os mesmos R$ 11,
poderá emprestar R$ 200, se
utilizar essas garantias.
Os dois fundos foram criados
neste ano pelo governo para
ajudar as empresas de menor
porte, que ainda sofrem com as
restrições ao crédito provocadas pela crise financeira.
Juntos, eles têm hoje R$ 1,3
bilhão, dinheiro suficiente para
garantir empréstimos no valor
de mais de R$ 15 bilhões. Até
agora, no entanto, apenas R$
340 milhões foram emprestados, pelo BB, gestor de um desses fundos.
Outros bancos também podem fazer empréstimos utilizando essas garantias. Para isso, a instituição precisa contribuir com 0,5% do valor do negócio. Mas, até o momento, nenhum acordo foi assinado.
Empréstimos do BB são para
linhas de capital de giro de micro e pequenas empresas que,
com a garantia do fundo, oferecem juros 30% menores. No
BNDES, serão atendidas empresas com receita bruta anual
de até R$ 60 milhões, o que inclui as de médio porte. Haverá
garantias para aquisição de caminhões por trabalhadores autônomos e para microempreendedores individuais.
Embora a regra de Basileia
determine que uma instituição
precise ter um patrimônio de,
no mínimo, 11% do valor dos
seus empréstimos, cada operação tem peso diferente. Nos negócios entre bancos, o impacto
é de apenas 50%. Como os fundos garantidores são administrados por grandes instituições,
o BC decidiu enquadrar esses
empréstimos nessa regra.
A mudança vai aliviar a margem que os bancos públicos
têm para emprestar. Nessa semana, BB e Caixa Econômica
Federal anunciaram que vão se
capitalizar para manter o ritmo
dos empréstimos.
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