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Aluguel sobe até 28% em SP em um ano
Índice foi apurado em pesquisa do Secovi-SP; na média da capital paulista, aumento foi de 8,3%, o menor desde junho de 2008
Maior aumento no menor valor por metro quadrado foi registrado em imóveis de um dormitório localizados na região central da cidade
TATIANA RESENDE
DA FOLHA ONLINE
Mudar de endereço em São
Paulo requer muita procura e
contas para avaliar se o aluguel
vai caber no orçamento. O valor
da locação subiu até 28,1% na
capital paulista em setembro,
considerando o valor cobrado
nos últimos 12 meses em contratos novos de imóveis residenciais.
O levantamento feito pelo
Secovi (sindicato da habitação)
de São Paulo, a pedido da Folha
Online, apontou que a maior
variação no valor mais baixo do
metro quadrado foi encontrada
em unidades de um dormitório
na região central, que engloba
os bairros da Barra Funda, Bom
Retiro, Cambuci, Centro, Liberdade, Pari e Santa Cecília.
Os imóveis com dois e três
dormitórios registraram alta de
até 23,1% -percentual encontrado, em ambos os casos, na
Bela Vista (centro). Na média
da capital, no entanto, o aumento foi de 8,3%, a menor alta
desde junho do ano passado.
O economista Cícero Yagi,
consultor do Secovi-SP, destaca que a recuperação da renda
com aluguéis vem ocorrendo
nos últimos três anos -após
mais de uma década estagnada- motivada pela queda da
oferta de imóveis e a melhoria
na renda da população.
As unidades no centro tendem a ter maior valorização, na
opinião do especialista, devido
à preocupação com o trânsito,
que vem aumentando em grandes cidades como São Paulo.
"As pessoas querem morar cada vez mais perto do trabalho
ou da escola."
De acordo com o Secovi, os
Jardins apresentaram em setembro o metro quadrado mais
caro da cidade, considerando o
menor valor encontrado em todos os tipos de imóveis: um (R$
23,15), dois (R$ 22,26) e três
(R$ 19,01) dormitórios, que tiveram aumento de 16,4%,
18,0% e 21,7%, respectivamente, nos últimos 12 meses.
No mês passado, o fiador foi a
garantia utilizada em metade
dos contratos de imóveis analisados na capital, seguido pelo
depósito em dinheiro ou caução (30%) e pelo seguro-fiança
(20%). A pesquisa mostrou ainda que casas e sobrados demoraram entre 9 e 25 dias para serem alugados, enquanto os
apartamentos, de 17 a 35.
Os inquilinos que permaneceram no mesmo imóvel e têm
o contrato de aluguel indexado
ao IGP-M (Índice Geral de Preços do Mercado) com vencimento em julho, agosto e setembro não tiveram alteração
no valor pago. O indicador medido pela FGV apresentou queda nesses três meses.
Segundo o Secovi, o IGP-M é
usado como base em mais de
90% dos contratos em São Paulo. Para Salomão Quadros,
coordenador de Análises Econômicas da FGV, a variação do
índice nos últimos 12 meses deve continuar negativa neste
mês e em novembro. "Nunca
houve um momento tão favorável [para o inquilino]."
Mesmo para os proprietários
de imóveis é vantajoso arcar
com a perda de renda mensal
ao continuar com o mesmo morador em vez de ficar livre para
reajustar o valor ao trocar de
locatário. "Se for um bom inquilino, é interessante manter
o contrato", avalia Roberto
Akazawa, gerente do Secovi.
Aqueles que pagam o aluguel e
o condomínio em dia e conservam o imóvel, diz, têm um
trunfo na hora da renegociação,
mesmo em áreas valorizadas.
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