São Paulo, sábado, 17 de outubro de 2009

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Aluguel sobe até 28% em SP em um ano

Índice foi apurado em pesquisa do Secovi-SP; na média da capital paulista, aumento foi de 8,3%, o menor desde junho de 2008

Maior aumento no menor valor por metro quadrado foi registrado em imóveis de um dormitório localizados na região central da cidade

TATIANA RESENDE
DA FOLHA ONLINE

Mudar de endereço em São Paulo requer muita procura e contas para avaliar se o aluguel vai caber no orçamento. O valor da locação subiu até 28,1% na capital paulista em setembro, considerando o valor cobrado nos últimos 12 meses em contratos novos de imóveis residenciais.
O levantamento feito pelo Secovi (sindicato da habitação) de São Paulo, a pedido da Folha Online, apontou que a maior variação no valor mais baixo do metro quadrado foi encontrada em unidades de um dormitório na região central, que engloba os bairros da Barra Funda, Bom Retiro, Cambuci, Centro, Liberdade, Pari e Santa Cecília.
Os imóveis com dois e três dormitórios registraram alta de até 23,1% -percentual encontrado, em ambos os casos, na Bela Vista (centro). Na média da capital, no entanto, o aumento foi de 8,3%, a menor alta desde junho do ano passado.
O economista Cícero Yagi, consultor do Secovi-SP, destaca que a recuperação da renda com aluguéis vem ocorrendo nos últimos três anos -após mais de uma década estagnada- motivada pela queda da oferta de imóveis e a melhoria na renda da população.
As unidades no centro tendem a ter maior valorização, na opinião do especialista, devido à preocupação com o trânsito, que vem aumentando em grandes cidades como São Paulo. "As pessoas querem morar cada vez mais perto do trabalho ou da escola."
De acordo com o Secovi, os Jardins apresentaram em setembro o metro quadrado mais caro da cidade, considerando o menor valor encontrado em todos os tipos de imóveis: um (R$ 23,15), dois (R$ 22,26) e três (R$ 19,01) dormitórios, que tiveram aumento de 16,4%, 18,0% e 21,7%, respectivamente, nos últimos 12 meses.
No mês passado, o fiador foi a garantia utilizada em metade dos contratos de imóveis analisados na capital, seguido pelo depósito em dinheiro ou caução (30%) e pelo seguro-fiança (20%). A pesquisa mostrou ainda que casas e sobrados demoraram entre 9 e 25 dias para serem alugados, enquanto os apartamentos, de 17 a 35.
Os inquilinos que permaneceram no mesmo imóvel e têm o contrato de aluguel indexado ao IGP-M (Índice Geral de Preços do Mercado) com vencimento em julho, agosto e setembro não tiveram alteração no valor pago. O indicador medido pela FGV apresentou queda nesses três meses.
Segundo o Secovi, o IGP-M é usado como base em mais de 90% dos contratos em São Paulo. Para Salomão Quadros, coordenador de Análises Econômicas da FGV, a variação do índice nos últimos 12 meses deve continuar negativa neste mês e em novembro. "Nunca houve um momento tão favorável [para o inquilino]."
Mesmo para os proprietários de imóveis é vantajoso arcar com a perda de renda mensal ao continuar com o mesmo morador em vez de ficar livre para reajustar o valor ao trocar de locatário. "Se for um bom inquilino, é interessante manter o contrato", avalia Roberto Akazawa, gerente do Secovi. Aqueles que pagam o aluguel e o condomínio em dia e conservam o imóvel, diz, têm um trunfo na hora da renegociação, mesmo em áreas valorizadas.


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