São Paulo, sexta-feira, 17 de novembro de 2006

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Deflação nos EUA reduz temores sobre os juros

Preços recuam 0,5%, após Fed indicar possível alta

VINÍCIUS QUEIROZ GALVÃO
DE NOVA YORK

Um dia depois de o Fed (o banco central dos EUA) ter sinalizado a possibilidade de novas altas dos juros básicos da economia americana, o governo americano divulgou que o CPI (índice de preços ao consumidor, na sigla em inglês) ficou abaixo do esperado.
Com a queda no custo de energia, o índice teve retração de 0,5%, mais que o estimado pelo mercado, que esperava recuo de 0,3%. A deflação de outubro foi a primeira registrada em um mês em comparação ao anterior desde o ano passado.
Excluindo alimentos e energia -itens mais voláteis, que variam sazonalmente-, o núcleo do índice de preços subiu 0,1% em outubro, menor avanço em 13 meses. Analistas estimavam alta de 0,2% para a medida. Os preços de energia caíram 7% no mês passado. No ano, o índice está em baixa de 1,5%, segundo taxa anual ajustada sazonalmente. Alimentos e bebidas registraram alta de 0,3% em outubro, contra avanço de 0,4% em setembro.
Na terça, outro indicador de inflação, o PPI (índice de preços ao produtor, na sigla em inglês), já havia mostrado recuo.
A queda de 1,6% no mês passado no indicador foi a maior desde outubro de 2001. O núcleo do índice, que exclui os preços de energia e alimentos, mais voláteis, caiu 0,9%, maior tombo desde agosto de 1993.
O resultado da inflação de outubro foi recebido com otimismo por analistas e investidores de Wall Street, e as Bolsas subiram (leia à pág. B10). A pressão menor dos preços pode levar o Fed a manter a pausa nos juros, hoje em 5,25% ao ano. Após um ciclo de altas de dois anos, interrompido em agosto, o banco central já cogitava novos aumentos para conter a alta dos preços. Embora a economia americana venha desaquecendo de forma moderada, o cenário afasta o temor de que os EUA estejam rumando para uma recessão.
"A economia americana continua gerando números contraditórios entre seus inúmeros indicadores. Essa relativa desordem de tendências não permite que se vislumbre quais os próximos passos que o Fed irá adotar", avalia em relatório a corretora de câmbio NGO.
Relatório do governo mostra estabilização do mercado de trabalho. O número de concessões de auxílio-desemprego caiu para 308 mil na semana passada, ante 310 mil na semana anterior, e a produção industrial subiu 0,2% em outubro, menos que o esperado.


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