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Mercado Aberto
guilherme.barros@uol.com.br
Ibre propõe estender o tapete vermelho ao capital externo
Quem não tem poupança interna, cresce com a externa. É
essa a proposta do Ibre (Instituto Brasileiro de Economia),
da Fundação Getulio Vargas, na
publicação da entidade que sairá na próxima semana.
"O crescimento econômico
não é mais um objetivo distante
e fugidio, mas realidade", diz
Luiz Schymura, diretor do Ibre.
"Assim, a melhor contribuição
dos economistas não é prescrever trajetos, mas indicar o que
cada opção significa em termos
de determinação de futuro."
Para o Ibre, apesar de nos últimos anos o Brasil ter se lançado num processo quase compulsório de desindividamento
externo, com superávit em
conta corrente (saldo positivo
no comércio com outros países) de pouco mais de 1% do
PIB, essa situação é passageira.
Isso porque o sistema previdenciário abrangente impede a
criação de poupança doméstica
que sustente o crescimento
econômico.
"O sistema previdenciário é
generoso com funcionários públicos e a maioria da população,
que recebe salários de até aproximadamente R$ 2 mil", diz
Schymura. "A razão, confirmada por trabalhos técnicos, é intuitiva: se o Estado provê, por
que poupar para a velhice?"
Com essa premissa, o Ibre
propõe a abertura ampla ao capital estrangeiro, por meio do
fortalecimento dos marcos regulatórios e do direito a propriedade, bem como a redução
da estrutura tributária e da burocracia. Ao importar a poupança externa, o crescimento
sustentável de médio e longo
prazos, em torno de 4,5% a 5%
ao ano, seria viabilizado.
A instituição, entretanto,
aponta outras duas opções para
o país, caso esse não seja o modelo escolhido. A primeira delas seria desvalorizar a moeda.
Apesar de fortalecer a indústria
nacional, tal alternativa, segundo o Ibre, teria a desvantagem
de inviabilizar a importação de
poupança. Com isso, o crescimento potencial de longo prazo
cairia para menos de 4%.
Outro cenário seria embarcar com firmeza nas reformas
estruturais: previdenciária, trabalhista, redução de gastos públicos e queda na carga tributária teriam reflexos positivos na
poupança e investimento. "Só
que essa parece uma opção improvável, já que a sociedade
brasileira tem dado mostras de
que coloca as garantias sociais
acima do crescimento."
Dessa forma, o mais sensato,
para o Ibre, é trabalhar com a
dependência da poupança externa e "estender o tapete vermelho ao capital estrangeiro".
Empresários produzem festa para jovem classe A
Com a chegada do fim do
ano e o início da temporada
de férias, começa também o
período de trabalho pesado
dos empresários de entretenimento Marcelo Beraldo e
Fábio Coelho, da Barong
Produções.
Especializados na realização de "balada jovem" para a
classe A, os dois começam a
preparar o Festival Ilhabella
Summerstage, festival de
música do litoral norte paulista.
O objetivo deles, nesta
produção, é atrair 17 mil pessoas, entre os dias 27 de dezembro e 5 de fevereiro, no
Píer 151, próximo ao Yatch
Club de Ilhabela.
Fundação Biominas negocia aumento de aporte do BID
A Fundação Biominas está
negociando um novo aporte do
BID (Banco Interamericano de
Desenvolvimento). Em 1999, o
banco de fomento colocou US$
3 milhões na incubadora, que
apoiou 12 empresas brasileiras
da área de biotecnologia. Com
as incubadas tendo bons resultados e ganhando vida própria,
a intenção é ampliar os investimentos para US$ 20 milhões.
"Essa é uma das áreas consideradas prioritárias pelo governo e de grande potencial no
Brasil", afirma Eduardo Emrich, presidente da Biominas.
A instituição acaba de fazer
um amplo levantamento sobre
o setor e mapeou as principais
áreas de expertise e pólos de
desenvolvimento de biotecnologia. Agora, prepara um congresso da área para o próximo
ano, com a presença de 300 visitantes internacionais, e estará presente na Bio 2008, maior
feira do mundo, que acontecerá
nos EUA. "Somos muito fortes
em agricultura, bioenergia,
saúde humana e animal, mas os
grandes centros não sabem disso", diz Emrich. "Iremos lá, nos
apresentar ao mundo."
ACESSÓRIO
Novembro é o mês que marca a expansão internacional da
Morana, rede de acessórios femininos. A empresa iniciou
sua internacionalização na última semana, com a inauguração de uma loja em Portugal, na cidade do Porto. Na semana
que vem, é a vez de Nova York receber uma loja da marca
-o local escolhido foi o Soho. No mercado internacional, a
Morana espera atingir consumidoras da classe média. Neste
ano, a rede passou por uma expansão também no Brasil, onde intensificou a presença das franquias da marca em cidades do interior.
NO CARRINHO
O Carrefour está trocando
a bandeira de algumas das
suas lojas pela do Atacadão,
rede de "atacarejo" adquirida no mês de abril pelo grupo francês. O motivo, de
acordo com consultores, é
que a marca Carrefour é encarada como careira pelos
consumidores de classes C e
D, cujo percentual de consumo tem registrado crescimento mais elevado. Com
mais volume e maior quantidade, as vendas tendem a
aumentar e o grupo passa a
ganhar na escala.
ATALHO
A Avon Brasil quer reduzir
a emissão de CO2 na atmosfera, modificando as rotas de
distribuição de seus cosméticos no país. Até o fim de
2008, a empresa pretende
reduzir em pelo menos 1 milhão a quilometragem total
percorrida por veículos que
efetuam a entrega de produtos às suas revendedoras.
Atualmente, são percorridos
50 milhões de quilômetros
por ano para a entrega de encomendas feitas por mais de
1,2 milhão de revendedoras
no Brasil.
com ISABELLE MOREIRA LIMA e JOANA CUNHA
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