São Paulo, sábado, 17 de novembro de 2007

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Mercado Aberto

guilherme.barros@uol.com.br

Ibre propõe estender o tapete vermelho ao capital externo

Quem não tem poupança interna, cresce com a externa. É essa a proposta do Ibre (Instituto Brasileiro de Economia), da Fundação Getulio Vargas, na publicação da entidade que sairá na próxima semana.
"O crescimento econômico não é mais um objetivo distante e fugidio, mas realidade", diz Luiz Schymura, diretor do Ibre. "Assim, a melhor contribuição dos economistas não é prescrever trajetos, mas indicar o que cada opção significa em termos de determinação de futuro."
Para o Ibre, apesar de nos últimos anos o Brasil ter se lançado num processo quase compulsório de desindividamento externo, com superávit em conta corrente (saldo positivo no comércio com outros países) de pouco mais de 1% do PIB, essa situação é passageira. Isso porque o sistema previdenciário abrangente impede a criação de poupança doméstica que sustente o crescimento econômico.
"O sistema previdenciário é generoso com funcionários públicos e a maioria da população, que recebe salários de até aproximadamente R$ 2 mil", diz Schymura. "A razão, confirmada por trabalhos técnicos, é intuitiva: se o Estado provê, por que poupar para a velhice?"
Com essa premissa, o Ibre propõe a abertura ampla ao capital estrangeiro, por meio do fortalecimento dos marcos regulatórios e do direito a propriedade, bem como a redução da estrutura tributária e da burocracia. Ao importar a poupança externa, o crescimento sustentável de médio e longo prazos, em torno de 4,5% a 5% ao ano, seria viabilizado.
A instituição, entretanto, aponta outras duas opções para o país, caso esse não seja o modelo escolhido. A primeira delas seria desvalorizar a moeda. Apesar de fortalecer a indústria nacional, tal alternativa, segundo o Ibre, teria a desvantagem de inviabilizar a importação de poupança. Com isso, o crescimento potencial de longo prazo cairia para menos de 4%.
Outro cenário seria embarcar com firmeza nas reformas estruturais: previdenciária, trabalhista, redução de gastos públicos e queda na carga tributária teriam reflexos positivos na poupança e investimento. "Só que essa parece uma opção improvável, já que a sociedade brasileira tem dado mostras de que coloca as garantias sociais acima do crescimento."
Dessa forma, o mais sensato, para o Ibre, é trabalhar com a dependência da poupança externa e "estender o tapete vermelho ao capital estrangeiro".

Empresários produzem festa para jovem classe A

Com a chegada do fim do ano e o início da temporada de férias, começa também o período de trabalho pesado dos empresários de entretenimento Marcelo Beraldo e Fábio Coelho, da Barong Produções.
Especializados na realização de "balada jovem" para a classe A, os dois começam a preparar o Festival Ilhabella Summerstage, festival de música do litoral norte paulista.
O objetivo deles, nesta produção, é atrair 17 mil pessoas, entre os dias 27 de dezembro e 5 de fevereiro, no Píer 151, próximo ao Yatch Club de Ilhabela.

Fundação Biominas negocia aumento de aporte do BID

A Fundação Biominas está negociando um novo aporte do BID (Banco Interamericano de Desenvolvimento). Em 1999, o banco de fomento colocou US$ 3 milhões na incubadora, que apoiou 12 empresas brasileiras da área de biotecnologia. Com as incubadas tendo bons resultados e ganhando vida própria, a intenção é ampliar os investimentos para US$ 20 milhões.
"Essa é uma das áreas consideradas prioritárias pelo governo e de grande potencial no Brasil", afirma Eduardo Emrich, presidente da Biominas.
A instituição acaba de fazer um amplo levantamento sobre o setor e mapeou as principais áreas de expertise e pólos de desenvolvimento de biotecnologia. Agora, prepara um congresso da área para o próximo ano, com a presença de 300 visitantes internacionais, e estará presente na Bio 2008, maior feira do mundo, que acontecerá nos EUA. "Somos muito fortes em agricultura, bioenergia, saúde humana e animal, mas os grandes centros não sabem disso", diz Emrich. "Iremos lá, nos apresentar ao mundo."

ACESSÓRIO
Novembro é o mês que marca a expansão internacional da Morana, rede de acessórios femininos. A empresa iniciou sua internacionalização na última semana, com a inauguração de uma loja em Portugal, na cidade do Porto. Na semana que vem, é a vez de Nova York receber uma loja da marca -o local escolhido foi o Soho. No mercado internacional, a Morana espera atingir consumidoras da classe média. Neste ano, a rede passou por uma expansão também no Brasil, onde intensificou a presença das franquias da marca em cidades do interior.

NO CARRINHO
O Carrefour está trocando a bandeira de algumas das suas lojas pela do Atacadão, rede de "atacarejo" adquirida no mês de abril pelo grupo francês. O motivo, de acordo com consultores, é que a marca Carrefour é encarada como careira pelos consumidores de classes C e D, cujo percentual de consumo tem registrado crescimento mais elevado. Com mais volume e maior quantidade, as vendas tendem a aumentar e o grupo passa a ganhar na escala.

ATALHO
A Avon Brasil quer reduzir a emissão de CO2 na atmosfera, modificando as rotas de distribuição de seus cosméticos no país. Até o fim de 2008, a empresa pretende reduzir em pelo menos 1 milhão a quilometragem total percorrida por veículos que efetuam a entrega de produtos às suas revendedoras. Atualmente, são percorridos 50 milhões de quilômetros por ano para a entrega de encomendas feitas por mais de 1,2 milhão de revendedoras no Brasil.


com ISABELLE MOREIRA LIMA e JOANA CUNHA

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