DA REDAÇÃO
DA ENVIADA ESPECIAL A ROMA

Moeda que mais subiu neste ano em relação ao dólar, o real permanece desvalorizado em 7,2% na comparação com a divisa dos EUA, segundo estudo do Bank of America que leva em conta dados como exportações e taxa de poupança.
Segundo Benoit Anne, do departamento de moedas estrangeiras de emergentes, em dois ou três anos, o dólar deverá valer R$ 1,60 (hoje está cotado a R$ 1,71). A divisa brasileira acumula alta de cerca de 30% neste ano em relação ao dólar.
"Em termos nominais, o real ainda está subvalorizado", disse Anne. "Nós achamos que o real deve se apreciar no longo prazo, baseado em nosso modelo."

Governo
O presidente Luiz Inácio Lula da Silva disse que o país tem de "aprender a lidar" com as oscilações da moeda. Mas afirmou que o BC continuará entrando no mercado para comprar divisa quando houver excessos.
"O ministro Guido [Mantega, da Fazenda] tomou medidas para ver se contém a entrada [de moeda] criando o IOF na Bolsa. Isso leva um tempo para surtir efeito", disse em Roma. Em seguida, acrescentou que há dólar em excesso e que "o BC precisa comprar (...) para não permitir que a moeda caia muito".
"Somos vitimas de uma boa causa, o câmbio flutuante. Como dizia [o ex-ministro Antonio] Palocci, o problema do câmbio flutuante é que ele flutua para cima ou para baixo, e nós temos que lidar com isso."
Mas Lula afirmou que não cabe ao governo dizer qual é o ponto de equilíbrio da moeda, e sim ao mercado. E dirigiu-se aos exportadores: "Temos que evoluir tecnologicamente para poder ganhar dinheiro exportando mesmo com o câmbio mais baixo". (LUCIANA COELHO)