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São Paulo, quarta-feira, 17 de dezembro de 2003

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PRODUÇÃO

Em baixa desde maio, no acumulado do ano, setor evoluiu 0,1% de janeiro a outubro; em 12 meses, aumento é de 0,7%

Indústria paulista volta a crescer, diz IBGE

CHICO SANTOS
DA SUCURSAL DO RIO

A produção industrial paulista, medida pelo IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística), inverteu o desempenho negativo no acumulado do ano que persistia desde maio. De janeiro a outubro houve crescimento de 0,1% em relação ao mesmo período de 2002. Em 12 meses, o resultado positivo é de 0,7%.
Outubro foi o terceiro mês consecutivo de desempenho positivo da produção industrial de São Paulo na comparação com o mesmo mês de 2002. Após quatro meses seguidos negativos, o setor cresceu 0,7% em agosto, 5,5% em setembro e 2,6% em outubro.
Com peso de cerca de 40% no indicador do IBGE, a indústria de São Paulo foi decisiva para que a produção do país crescesse 1,1% em outubro e saísse de quatro meses negativos no acumulado do ano para uma estabilidade no período de janeiro a outubro.
"Não dá para fazer projeção, mas é uma inversão significativa", disse o economista André Macedo, analista da Coordenadoria de Indústria do IBGE, sobre o desempenho da indústria paulista.
Ele destacou que o resultado de outubro em São Paulo é ainda mais importante porque se apoiou em setores que incluem bens de consumo duráveis, cujo crescimento da produção é um indicador importante de recuperação econômica. A produção paulista de material elétrico e de comunicação cresceu 38,9% e a mecânica, 10,5% em outubro.
Dos 12 Estados ou regiões que fazem parte do indicador de indústria regional do IBGE, 9 apresentaram desempenho positivo em outubro. O Paraná registrou o melhor resultado, com crescimento de 7,6%. O Rio, segunda maior economia do país, teve o pior resultado, com queda de 4%.
De acordo com o IBGE, os números do Paraná e do Rio Grande do Sul -a indústria gaúcha cresceu 5,5%, empatando em segundo lugar com a do Ceará, em outubro- estão diretamente ligados ao dinamismo do agronegócio no país.
A indústria química, que inclui fertilizantes e defensivos agrícolas, cresceu 14,8% no Paraná e 15,6% no Rio Grande do Sul. Já a indústria mecânica, que inclui máquinas agrícolas, cresceu 22,6% e 19,2% nos dois Estados, respectivamente. No acumulado de janeiro a outubro, a produção paranaense cresceu 3,4%. A gaúcha, 2,8%.
O Rio apresentou o sétimo número negativo seguido na comparação mensal com o mesmo mês do ano anterior. Em outubro, de acordo com o IBGE, a causa do mau desempenho foram a indústria extrativa mineral, basicamente petróleo e gás (-2,8%), e o setor têxtil, que caiu 68,1% por causa da parada de uma fábrica.
Um dado que chamou a atenção nos números da indústria regional do IBGE referentes a outubro foi o fraco desempenho do Espírito Santo (cresceu somente 0,1%), que vinha obtendo seguidamente a liderança no crescimento da produção mensal. Foi o pior resultado capixaba em 19 meses. Tanto que, no acumulado do ano, o crescimento ainda é de 15,3%.
Segundo o IBGE, o dado do Espírito Santo em outubro se explica pela paralisação de vários equipamentos da CST (Companhia Siderúrgica de Tubarão) para manutenção. A produção metalúrgica capixaba em 2003 caiu 32%.


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