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PRODUÇÃO
Em baixa desde maio, no acumulado do ano, setor evoluiu 0,1% de janeiro a outubro; em 12 meses, aumento é de 0,7%
Indústria paulista volta a crescer, diz IBGE
CHICO SANTOS
DA SUCURSAL DO RIO
A produção industrial paulista,
medida pelo IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística),
inverteu o desempenho negativo
no acumulado do ano que persistia desde maio. De janeiro a outubro houve crescimento de 0,1%
em relação ao mesmo período de
2002. Em 12 meses, o resultado
positivo é de 0,7%.
Outubro foi o terceiro mês consecutivo de desempenho positivo
da produção industrial de São
Paulo na comparação com o mesmo mês de 2002. Após quatro meses seguidos negativos, o setor
cresceu 0,7% em agosto, 5,5% em
setembro e 2,6% em outubro.
Com peso de cerca de 40% no
indicador do IBGE, a indústria de
São Paulo foi decisiva para que a
produção do país crescesse 1,1%
em outubro e saísse de quatro
meses negativos no acumulado
do ano para uma estabilidade no
período de janeiro a outubro.
"Não dá para fazer projeção,
mas é uma inversão significativa",
disse o economista André Macedo, analista da Coordenadoria de
Indústria do IBGE, sobre o desempenho da indústria paulista.
Ele destacou que o resultado de
outubro em São Paulo é ainda
mais importante porque se
apoiou em setores que incluem
bens de consumo duráveis, cujo
crescimento da produção é um
indicador importante de recuperação econômica. A produção
paulista de material elétrico e de
comunicação cresceu 38,9% e a
mecânica, 10,5% em outubro.
Dos 12 Estados ou regiões que
fazem parte do indicador de indústria regional do IBGE, 9 apresentaram desempenho positivo
em outubro. O Paraná registrou o
melhor resultado, com crescimento de 7,6%. O Rio, segunda
maior economia do país, teve o
pior resultado, com queda de 4%.
De acordo com o IBGE, os números do Paraná e do Rio Grande
do Sul -a indústria gaúcha cresceu 5,5%, empatando em segundo lugar com a do Ceará, em outubro- estão diretamente ligados ao dinamismo do agronegócio no país.
A indústria química, que inclui
fertilizantes e defensivos agrícolas, cresceu 14,8% no Paraná e
15,6% no Rio Grande do Sul. Já a
indústria mecânica, que inclui
máquinas agrícolas, cresceu
22,6% e 19,2% nos dois Estados,
respectivamente. No acumulado
de janeiro a outubro, a produção
paranaense cresceu 3,4%. A gaúcha, 2,8%.
O Rio apresentou o sétimo número negativo seguido na comparação mensal com o mesmo mês
do ano anterior. Em outubro, de
acordo com o IBGE, a causa do
mau desempenho foram a indústria extrativa mineral, basicamente petróleo e gás (-2,8%), e o setor
têxtil, que caiu 68,1% por causa da
parada de uma fábrica.
Um dado que chamou a atenção
nos números da indústria regional do IBGE referentes a outubro
foi o fraco desempenho do Espírito Santo (cresceu somente 0,1%),
que vinha obtendo seguidamente
a liderança no crescimento da
produção mensal. Foi o pior resultado capixaba em 19 meses.
Tanto que, no acumulado do ano,
o crescimento ainda é de 15,3%.
Segundo o IBGE, o dado do Espírito Santo em outubro se explica pela paralisação de vários equipamentos da CST (Companhia
Siderúrgica de Tubarão) para manutenção. A produção metalúrgica capixaba em 2003 caiu 32%.
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