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CRISE NO AR
Em novo capítulo da disputa jurídica, Tribunal do Rio mantém Fundação Ruben Berta afastada do comando
Justiça muda controle da Varig pela 5ª vez
MAELI PRADO
DA REPORTAGEM LOCAL
O controle da Varig mudou na
noite de ontem pela quinta vez
nesta semana. Em um novo lance
da disputa jurídica envolvendo o
destino da aérea, o Tribunal de
Justiça do Rio de Janeiro decidiu
afastar a Fundação Ruben Berta
do controle da empresa pela segunda vez em 24 horas.
A decisão foi tomada na noite
de ontem pelo desembargador
Paulo Maurício, da 4ª Câmara Cível do Tribunal de Justiça, que
aceitou um recurso do Ministério
Público do Rio de Janeiro.
A informação foi divulgada pelo
Ministério Público. A Folha não
conseguiu confirmar a informação no Tribunal de Justiça.
A controladora havia voltado ao
comando da Varig com uma decisão tomada anteontem por outro
desembargador do Tribunal, Siro
Darlan, que por sua vez havia
atendido a um recurso da Varig.
Até a noite de ontem, se esperava que acontecesse a assembléia
de credores marcada para a próxima segunda-feira e que originalmente aprovaria ou rejeitaria
um plano de recuperação para a
companhia aérea. Credores ouvidos pela Folha afirmaram que
compareceriam ao encontro, mas
havia o temor de que uma eventual nova decisão judicial, tomada
neste fim de semana, mude novamente o panorama.
Se acontecer, a assembléia deve,
em primeiro lugar, aprovar ou rejeitar a transferência do controle
da Fundação Ruben Berta para a
Docas Investimentos, do empresário Nelson Tanure. Segundo a
Folha apurou, a maior parte dos
credores está inclinada a não autorizar a transferência.
Além dessa questão, três planos
de recuperação para a aérea seriam avaliados. Um deles seria
apresentado pela própria Varig,
prevendo a conversão de débitos
em participações através de fundos de investimentos.
Outro seria apresentado pelo
TGV (Trabalhadores do Grupo
Varig). Este também prevê a criação de fundos de investimentos a
partir dos créditos, mas especifica
as condições do pagamento da dívida da companhia. O plano da
Varig, por outro lado, dá 24 meses
de prazo para que se decida sobre
o pagamento da dívida.
Um terceiro plano seria o da
Docas Investimentos, mas se os
credores rejeitarem na assembléia
a aquisição do controle da FRB
pela empresa de Nelson Tanure
este nem será votado.
Segundo fontes que acompanham as negociações, a FRB tentaria reverter a decisão de Maurício no fim de semana.
Incerteza
Ontem foi um dia confuso para
credores. Durante a tarde, os próprios advogados de diferentes
partes tentavam entender, sem
sucesso, os efeitos das diferentes
decisões da Justiça. "A coisa está
tão confusa que marcamos reunião com advogados só para entender o que ocorre", disse Odilon Junqueira, presidente do fundo credor Aerus.
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