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EUA já esgotam a munição contra a crise, diz Obama
DE WASHINGTON
As ferramentas de que o Fed
dispõe para combater a atual
crise econômica estão acabando. Quem diz isso ocupará a Casa Branca dentro de 34 dias e
pelos próximos quatro anos.
"Estamos esgotando a munição
tradicional usada numa recessão, que é baixar as taxas de juros", disse Barack Obama. "Eles
estão chegando ao mais baixo
que podem chegar."
O presidente eleito falava na
manhã de ontem em Chicago,
depois de anunciar seu novo secretário de Educação, Arne
Duncan. Após ressaltar que não
queria fazer um julgamento antecipado das decisões do banco
central norte-americano, disse
que outro tipo de ação também
será necessário.
"Embora eu ache que o Fed
ainda vai ter mais ferramentas
disponíveis, é vital que outras
áreas do governo se apresentem", afirmou o democrata. "E
é por isso que um plano de recuperação econômico é absolutamente vital." Sua equipe de
transição e líderes de seu partido no Congresso trabalham na
elaboração de um pacote do tipo calculado entre US$ 500 bilhões e US$ 1,5 trilhão.
Prevê a criação de até 2,5 milhões de empregos via investimento principalmente em infra-estrutura, diminuição do
imposto pago pela classe média, empréstimos a governos
estaduais e municipais, que lutam para fechar seus orçamentos, e ampliação de alguns benefícios de desempregados, entre outras medidas.
O novo Congresso, de maioria democrata, toma posse no
dia 6 de janeiro, e os líderes do
partido de Obama prometem
ter a medida aprovada para assinatura dele já na posse presidencial, 14 dias depois. Devem
encontrar resistência de parte
dos republicanos, que não
vêem com bons olhos o aumento de gastos pelo governo.
Segundo estimativas, a crise
já custou perto de US$ 8 trilhões aos cofres públicos, ou
60% do PIB do país. Apesar de
nova ação ser defendida por entidades multilaterais como o
Fundo Monetário Internacional (FMI), sua eficácia começa
a ser questionada.
(SD)
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