São Paulo, quarta-feira, 17 de dezembro de 2008

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EUA já esgotam a munição contra a crise, diz Obama

DE WASHINGTON

As ferramentas de que o Fed dispõe para combater a atual crise econômica estão acabando. Quem diz isso ocupará a Casa Branca dentro de 34 dias e pelos próximos quatro anos. "Estamos esgotando a munição tradicional usada numa recessão, que é baixar as taxas de juros", disse Barack Obama. "Eles estão chegando ao mais baixo que podem chegar."
O presidente eleito falava na manhã de ontem em Chicago, depois de anunciar seu novo secretário de Educação, Arne Duncan. Após ressaltar que não queria fazer um julgamento antecipado das decisões do banco central norte-americano, disse que outro tipo de ação também será necessário.
"Embora eu ache que o Fed ainda vai ter mais ferramentas disponíveis, é vital que outras áreas do governo se apresentem", afirmou o democrata. "E é por isso que um plano de recuperação econômico é absolutamente vital." Sua equipe de transição e líderes de seu partido no Congresso trabalham na elaboração de um pacote do tipo calculado entre US$ 500 bilhões e US$ 1,5 trilhão.
Prevê a criação de até 2,5 milhões de empregos via investimento principalmente em infra-estrutura, diminuição do imposto pago pela classe média, empréstimos a governos estaduais e municipais, que lutam para fechar seus orçamentos, e ampliação de alguns benefícios de desempregados, entre outras medidas.
O novo Congresso, de maioria democrata, toma posse no dia 6 de janeiro, e os líderes do partido de Obama prometem ter a medida aprovada para assinatura dele já na posse presidencial, 14 dias depois. Devem encontrar resistência de parte dos republicanos, que não vêem com bons olhos o aumento de gastos pelo governo.
Segundo estimativas, a crise já custou perto de US$ 8 trilhões aos cofres públicos, ou 60% do PIB do país. Apesar de nova ação ser defendida por entidades multilaterais como o Fundo Monetário Internacional (FMI), sua eficácia começa a ser questionada. (SD)


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