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Teles elevam investimento e focam novas tecnologias
BNDES já aprovou R$ 2,1 bi para Brasil Telecom e R$ 2,4 bi para Telemar
Empresas investem em convergência de mídias, como TV por assinatura, banda larga na internet e transmissão de voz e dados
DA SUCURSAL DE BRASÍLIA
No período de 2007 a 2010,
as empresas de telecomunicações devem investir R$ 58 bilhões no país, segundo dados do
BNDES (Banco Nacional de
Desenvolvimento Econômico e
Social) antes do anúncio de ontem da Telefônica.
Companhias concorrentes,
como a Telemar e a Brasil Telecom, contrataram financiamentos vultosos junto ao banco no ano passado.
O volume de desembolsos
para o setor de telecomunicações atingiu a cifra de R$ 2,1 bilhões em 2006, a maior desde
2001, e foi influenciada pela liberação das primeiras parcelas
de financiamento à Telemar
(R$ 2,4 bilhões) e à Brasil Telecom (R$ 2,1 bilhões).
O foco dos investimentos,
porém, mudou. Como a expansão da área de cobertura se dá
em ritmo menor, a prioridade
agora é o aporte de recursos em
tecnologia, já que a convergência de serviços (como TV por
assinatura, banda larga, voz e
dados) passou a concentrar a
disputa entre as companhias.
Movimenta ainda o setor de
telecomunicações a possível
venda da TIM Brasil pela telecom Italia e a disputa societária
pela Brasil Telecom.
Internet
Com o serviço de transmissão de voz por telefonia fixa estagnado, as concessionárias de
telefonia fixa têm usado sua infra-estrutura de fios para outros serviços, principalmente o
acesso à internet em alta velocidade.
Em 2005 (até setembro), as
três principais concessionárias
de telefonia fixa (Telefônica,
Telemar e Brasil Telecom) tinham aproximadamente 36,9
milhões de linhas fixas em serviço. Um ano depois, tinham
35,3 milhões: redução de 4,3%.
Por outro lado, a quantidade
de acessos à internet em banda
larga (ADSL) tem aumentado.
As teles tinham 2,7 milhões de
usuários ADSL em 2005. Em
2006, até setembro, esse número tinha chegado a 3,8 milhões, um aumento de 40,7%.
Para ampliar sua participação nesse segmento, as teles estão em disputa com a Anatel
(Agência Nacional de Telecomunicações) para poder participar da licitação de faixas de
freqüência para fornecimento
de acesso a internet em alta velocidade sem fio (wiMax).
A agência reguladora impediu que as teles participassem
dentro se suas próprias áreas
de concessão. Dessa forma, a
Telefônica, por exemplo, não
poderia comprar freqüências
em São Paulo, mas poderia
comprar no Rio de Janeiro. O
argumento da agência era tentar estimular a competição.
As concessionárias de telefonia fixa entraram na Justiça e
conseguiram, liminarmente,
derrubar a cláusula do edital
que restringia sua participação.
O leilão, no entanto, está suspenso pelo TCU (Tribunal de
Contas da União), que detectou
problemas nos preços mínimos
de alguns lotes.
Outra área de diversificação
das teles é a TV por assinatura.
A Telefônica se associou ao
grupo DTHi e já está oferecendo o serviço, via satélite, em São
Paulo. A empresa tenta na Anatel conseguir sua própria autorização, mas a agência ainda
não analisou o pedido. Além
disso, a tele comprou a TVA, do
Grupo Abril.
A Telemar também investiu
em TV por assinatura e comprou a Way Brasil, empresa que
oferece TV a cabo em Minas.
Além da diversificação dos
serviços, as concessionárias de
telefonia fixa têm braços na celular: a Telemar tem a Oi, a Brasil Telecom tem a Brasil Telecom GSM e a Telefônica é sócia
da Vivo.
Com telefonia fixa, móvel,
TV por assinatura e acesso à internet em alta velocidade, as teles querem vender para os
clientes pacotes fechados com
os vários tipos de serviço.
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