São Paulo, quinta-feira, 18 de janeiro de 2007

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Teles elevam investimento e focam novas tecnologias

BNDES já aprovou R$ 2,1 bi para Brasil Telecom e R$ 2,4 bi para Telemar

Empresas investem em convergência de mídias, como TV por assinatura, banda larga na internet e transmissão de voz e dados


DA SUCURSAL DE BRASÍLIA

No período de 2007 a 2010, as empresas de telecomunicações devem investir R$ 58 bilhões no país, segundo dados do BNDES (Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social) antes do anúncio de ontem da Telefônica.
Companhias concorrentes, como a Telemar e a Brasil Telecom, contrataram financiamentos vultosos junto ao banco no ano passado.
O volume de desembolsos para o setor de telecomunicações atingiu a cifra de R$ 2,1 bilhões em 2006, a maior desde 2001, e foi influenciada pela liberação das primeiras parcelas de financiamento à Telemar (R$ 2,4 bilhões) e à Brasil Telecom (R$ 2,1 bilhões).
O foco dos investimentos, porém, mudou. Como a expansão da área de cobertura se dá em ritmo menor, a prioridade agora é o aporte de recursos em tecnologia, já que a convergência de serviços (como TV por assinatura, banda larga, voz e dados) passou a concentrar a disputa entre as companhias.
Movimenta ainda o setor de telecomunicações a possível venda da TIM Brasil pela telecom Italia e a disputa societária pela Brasil Telecom.

Internet
Com o serviço de transmissão de voz por telefonia fixa estagnado, as concessionárias de telefonia fixa têm usado sua infra-estrutura de fios para outros serviços, principalmente o acesso à internet em alta velocidade.
Em 2005 (até setembro), as três principais concessionárias de telefonia fixa (Telefônica, Telemar e Brasil Telecom) tinham aproximadamente 36,9 milhões de linhas fixas em serviço. Um ano depois, tinham 35,3 milhões: redução de 4,3%.
Por outro lado, a quantidade de acessos à internet em banda larga (ADSL) tem aumentado. As teles tinham 2,7 milhões de usuários ADSL em 2005. Em 2006, até setembro, esse número tinha chegado a 3,8 milhões, um aumento de 40,7%.
Para ampliar sua participação nesse segmento, as teles estão em disputa com a Anatel (Agência Nacional de Telecomunicações) para poder participar da licitação de faixas de freqüência para fornecimento de acesso a internet em alta velocidade sem fio (wiMax).
A agência reguladora impediu que as teles participassem dentro se suas próprias áreas de concessão. Dessa forma, a Telefônica, por exemplo, não poderia comprar freqüências em São Paulo, mas poderia comprar no Rio de Janeiro. O argumento da agência era tentar estimular a competição.
As concessionárias de telefonia fixa entraram na Justiça e conseguiram, liminarmente, derrubar a cláusula do edital que restringia sua participação. O leilão, no entanto, está suspenso pelo TCU (Tribunal de Contas da União), que detectou problemas nos preços mínimos de alguns lotes.
Outra área de diversificação das teles é a TV por assinatura. A Telefônica se associou ao grupo DTHi e já está oferecendo o serviço, via satélite, em São Paulo. A empresa tenta na Anatel conseguir sua própria autorização, mas a agência ainda não analisou o pedido. Além disso, a tele comprou a TVA, do Grupo Abril.
A Telemar também investiu em TV por assinatura e comprou a Way Brasil, empresa que oferece TV a cabo em Minas.
Além da diversificação dos serviços, as concessionárias de telefonia fixa têm braços na celular: a Telemar tem a Oi, a Brasil Telecom tem a Brasil Telecom GSM e a Telefônica é sócia da Vivo.
Com telefonia fixa, móvel, TV por assinatura e acesso à internet em alta velocidade, as teles querem vender para os clientes pacotes fechados com os vários tipos de serviço.


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