São Paulo, domingo, 18 de fevereiro de 2007

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Mercado Aberto

@ - guilherme.barros@uol.com.br

Risco-país pode conter alta do câmbio

Apesar da preocupação com a excessiva valorização do câmbio nas últimas semanas, o governo não pensa em adotar nenhuma medida fora do receituário normal, como centralização cambial ou mudança do regime, para conter esse processo.
A equipe econômica do governo aposta na manutenção na atual política para conseguir frear a contínua valorização cambial. As duas principais armas são a redução do juro e as intervenções que já vêm sendo feitas no mercado pelo Banco Central.
Há, no entanto, outro fato que pode contribuir para esse processo. A expectativa por parte do governo é que, em breve, o risco-país do Brasil pare de cair, e isso poderá fazer com que se estabilize a entrada de recursos externos no país, o que pode ajudar a conter a valorização do real.
O risco-país do Brasil se encontra, hoje, na faixa de pouco mais de 180 pontos, enquanto na média dos países emergentes está em 160 pontos. A equipe econômica acha que o Brasil deve chegar à média dos emergente, e, depois, o risco-país irá ficar estacionado.
Caso isso ocorra, o ingresso de dinheiro de fora também deve parar de crescer. Hoje, como o risco-país do Brasil cai mais velozmente do que o dos demais emergentes, a parcela de investimentos externos também tem se elevado.
De qualquer forma, o principal instrumento com que conta o governo para frear a valorização do câmbio é mesmo a queda dos juros. O risco-país é apenas um elemento adicional que pode ajudar a conter a valorização excessiva do real.
A opinião do governo é que o Banco Central irá manter o ritmo de queda da taxa de juro, independentemente de mudança ou não na diretoria. Isso porque não há nenhum sinal de pressão inflacionária, tanto interna quanto externa.
O susto de dezembro e janeiro da inflação foi muito mais por motivos episódicos do que por qualquer outra razão. A pequena alta da inflação se deu por conta de aumentos tradicionais dessa época do ano, como mensalidade escolar e transporte urbano. A tendência é a de a taxa repetir o comportamento do ano passado.

ASSINATURA FAMILIAR

O trabalho foi maior que o esperado para o arquiteto Fernando Iglesias, responsável pelo projeto do Porto Rubayat, nova unidade da rede de restaurantes de São Paulo. "Ele era para ser bem menor, mas, quando estávamos quase inaugurando, compramos um terreno maior. Foram 22 meses entre projeto e construção." O resultado é um projeto marcado pela luz natural, que entra no ambiente por uma fachada de vidro. E, graças a ela, é possível ver o "skyline" da avenida Brigadeiro Faria Lima, na região oeste da cidade. Autor do projeto do Figueira, localizado na região dos Jardins, que também é cercado por vidro, Iglesias diz que os projetos são diferentes. "A iluminação natural é mais controlada. Ele é arejado, dá a sensação de ser um espaço aberto, mas é, ao mesmo tempo, fechado, com ar refrigerado." O restaurante é comandado por Carlos, irmão do arquiteto. Os dois são filhos do proprietário da rede, Belarmino Iglesias.

HORA DA REFORMA

Uma reforma milionária está na agenda do executivo Roberto Klabin para seu hotel fazenda Caiman, em Mato Grosso do Sul. Serão investidos R$ 4 milhões na reforma do empreendimento. "Vai continuar do mesmo tamanho, mas vamos mudar de padrão", diz. Ele explica que essa "mudança de padrão" acontece mais para agradar aos turistas nacionais do que os estrangeiros. "O brasileiro é muito mais exigente." Localizada dentro de uma estância de 53 mil hectares que conta até com uma RPPN (reserva particular do patrimônio natural), a Caiman conta com 23 apartamentos para hospedagem e outros seis, que atualmente estão fechados. Depois da reforma, o hotel oferecerá 29 apartamentos.

TRABALHO E FOLIA
Lula marcou reunião na Quarta-Feira de Cinzas para discutir o PAC com os ministros da área econômica.

TERCEIRA VIA
Surgiu um terceiro grupo interessado na compra da Editora Três. Além de Nelson Tanure e Daniel Dantas, Domingo Alzugaray tem conversado com João Camargo, do Grupo Camargo de Comunicações, e Johnny Saad, presidente do Grupo Bandeirantes.

ARIGATÔ
A CNI e sua congênere japonesa Nippon Keidanren realizam a reunião conjunta do Comitê Econômico Brasil Japão no dia 6 de março, em SP. Na programação, painéis sobre o crescimento do Brasil e do Japão, apresentação de "cases" de investidores estrangeiros e oportunidades. Estarão presentes Kenichi Yoshida, diretor da Toyota do Brasil, Haruka Nishimatsu, CEO da Japan Airlines, Masanobu Matsuda, presidente da Panasonic do Brasil e outros.

FUSÃO
O ano passado registrou um recorde de fusões e aquisições no setor de mineração. Ao todo, foram nove fusões e aquisições (veja quadro ao lado). Segundo pesquisa realizada pela KPMG, o número de transações no setor aumentou cerca de 350% sobre 2005, quando aconteceram apenas duas. A tendência é que esse mercado continue aquecido. Na semana passada, a Bovespa teve forte alta, puxada pelas ações de empresas de mineração e siderurgia.

BRASILEIRA
A companhia americana Agility se prepara para iniciar a instalação de um escritório no Brasil. A empresa, que possui capital de US$ 4,5 bilhões e opera atualmente em cem países, pretende investir em logística e serviços de frete. No mês de março, representantes da companhia cumprirão um programa de visitas e reuniões fixado pelo presidente da Apex, Juan Quirós.

PROVA DE BALA
Com a determinação do Ministério do Trabalho para que as empresas de segurança forneçam coletes à prova de bala para seus funcionários, a Abrablin (associação de empresas de blindagem) estima um mercado potencial de 250 mil pessoas. Com a atual produção de 25 mil peças por semestre, serão necessários cinco anos de trabalho, de acordo com cálculos da entidade.


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