|
Texto Anterior | Próximo Texto | Índice
outro lado
Só divulguei fato, diz representante de associação
DA REPORTAGEM LOCAL
"Não tenho dinheiro na
Bolsa. Por que teria interesse
em alterar a cotação da Telebrás?", disse à Folha Marcelo Branco, representante da
Associação Software Livre.
No último dia 2, Branco
divulgou, em seu Twitter,
frases de Lula no sentido de
que a Telebrás vai se transformar numa estatal da banda larga. Em dois dias, o papel da empresa subiu 33%.
"As ações da Telebrás já vinham se valorizando aos milhares. Meu único objetivo
foi o de democratizar informações que poderiam ter ficado nos bastidores. Se o governo errou ao falar o que
não deveria, ou se existem
declarações contraditórias, o
problema não é meu, mas do
governo. Eu fiz o que jornalistas como vocês fariam. Divulguei o fato."
Rogério Santanna, secretário de Logística e Tecnologia do Ministério do Planejamento, recusou-se a comentar o assunto, alegando que
foi conselheiro da Telebrás.
No entanto, em entrevista
à editora tele.síntese, concedida em 2009, ele declarou:
"Pela avaliação técnica, a decisão pela Telebrás fará com
que as coisas aconteçam
mais rápido. Porque toda a
parte jurídica e societária já
foi estudada. Se optar por
outra empresa pública, esse
estudo terá que ser feito para
ver se há implicações no estatuto delas. O estatuto da
Telebrás é compatível com a
atribuição, a empresa é bem
estruturada, tem funcionários da área, tem tudo para
assumir esse papel."
Em nota divulgada no dia
11, em resposta a reportagem
publicada pela Folha, Hélio
Costa informou que, "em nenhum momento, o governo
afirmou que a Telebrás será
reativada".
Segundo ele, "não é possível determinar, por ora,
quais seriam as atribuições
da Telebrás e o escopo de sua
atuação na hipótese de sua
eventual participação no
Plano Nacional de Banda
Larga".
Estatais como a Eletrobrás
(dona da rede de fibras óticas) e a Telebrás remetem
quaisquer pedidos de declarações ao Planalto, a quem
caberá decidir o plano da tele
estatal e o eventual papel da
Telebrás dentro dele.
Em janeiro de 2010, em
resposta a um pedido da Bovespa, o presidente da Telebrás, Jorge da Motta e Silva,
informou: "A diretoria da
Telebrás desconhece fatos
que possam justificar as oscilações referenciadas com
as ações da companhia. Não
temos nenhum documento
oficial sobre a questão".
Em novembro de 2007,
declarações de Motta e Silva
ajudaram a Telebrás a se valorizar em mais de 500% em
dois dias. Em setembro de
2009, o próprio Motta e Silva recebeu uma advertência
da CVM por não ter obtido
informações a respeito do
papel da Telebrás no projeto
de banda larga. A CVM não
quis comentar o assunto.
Texto Anterior: Ações da Telebrás sobem 35.000% no governo Lula Próximo Texto: Ação da antiga estatal ainda pode ser atualizada e vendida Índice
|