São Paulo, quinta-feira, 18 de fevereiro de 2010

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Consolidação no setor de etanol avança com fusão ETH-Brenco

Nova empresa tem planos para moer 37 milhões de toneladas de cana e produzir 3 bi de litros de álcool

AGNALDO BRITO
DA REPORTAGEM LOCAL

A ETH Bioenergia, empresa de açúcar e álcool controlada pelo grupo Odebrecht, anuncia hoje, em São Paulo, o acordo final para a fusão de ativos com a Brenco, empresa criada por um grupo de investidores, como Vinod Khosla, criador da Sun, e Steve Case, responsável pela AOL nos EUA. O memorando de entendimento para a união das duas empresas havia sido assinado no início de novembro do ano passado.
A fusão cria uma das maiores companhias de processamento de cana-de-açúcar no Brasil, com estimativa de capacidade para moagem de 37 milhões de toneladas e a produção de 3 bilhões de litros de álcool a partir da safra 2013/2014.
Criada em 2007, a ETH -presidida pelo ex-presidente da petroquímica Braskem- tem projetos para investimentos de R$ 6 bilhões nos próximos anos. O objetivo do braço de açúcar e álcool do grupo Odebrecht é montar três polos de produção nos Estados de São Paulo, Mato Grosso do Sul e Goiás. Um terço do capital da ETH já é controlado por uma trading japonesa, a Sojitz.
A Brenco, empresa que enfrentou grandes dificuldades financeiras nos últimos anos depois de se lançar num grande projeto de investimento, tinha planos para investir R$ 5,5 bilhões até o ano de 2015. A meta era construir 12 unidades de processamento de cana. Como a ETH, o plano da Brenco também era montar três polos de produção.

Consolidação
O processo de consolidação do setor de açúcar e álcool avançou nos últimos meses no Brasil. No início de fevereiro, um acordo histórico marcou a união da Cosan e a petroleira Shell. A união formou uma companhia com força suficiente para ser uma grande consolidadora do setor. O negócio envolverá a junção da divisão de distribuição de combustíveis no mercado brasileiro.
Shell e Cosan (que assumiu a estrutura de distribuição da Esso no ano passado) serão responsáveis, sozinhas, por distribuir 3 bilhões de litros de álcool no mercado interno.
A Shell terá papel fundamental para a internacionalização do álcool combustível. O acordo entre Shell e Cosan é considerado passo importante para a conversão do etanol em commodity mundial.


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