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São Paulo, terça-feira, 18 de março de 2003

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Guerra pode definir nova alta da Selic

DA REPORTAGEM LOCAL

O mercado financeiro espera a manutenção da taxa básica de juros nos atuais 26,5% ao ano na reunião do Copom (Comitê de Política Monetária) que acontece entre hoje e amanhã.
Mas há instituições financeiras que dizem acreditar que a Selic (taxa básica) possa ser elevada em até 0,5 ponto percentual, devido à possibilidade de petróleo e dólar dispararem em consequência de um ataque dos EUA ao Iraque.
A desaceleração da escalada dos preços mostrada pelos últimos índices de inflação divulgados aumentou a expectativa de que o Copom vá manter os juros inalterados. Conter a disparada dos preços está entre as maiores preocupações do governo.
O economista-chefe da Febraban, Roberto Troster, diz que o Copom deve manter ou aumentar em até 0,50 ponto percentual a taxa de juros.
"Mesmo com os sinais de arrefecimento da inflação, a Selic poderia subir até 0,5 ponto percentual. Até quarta-feira, quando acaba a reunião [do Copom], muita coisa pode acontecer no cenário externo", diz Troster.
Para Joaquim Kokudai, diretor de tesouraria do banco Lloyds TSB, o Copom não deve mexer nos juros. "O Copom estará atento às oscilações nos preços do petróleo e do dólar nesses dias. Se começarem a subir, a Selic poderia acabar sendo elevada em 0,50 ponto percentual", diz Kokudai.

Juros futuros
As projeções dos juros futuros subiram um pouco ontem na BM&F (Bolsa de Mercadorias & Futuros). Dos 26,50% do fechamento da última sexta-feira, a taxa do contrato DI -que considera os juros interbancários- de prazo mais curto foi para 26,54% anuais ontem, depois de superar os 26,65% pela tarde. Apesar de a alta ter sido modesta, aponta que alguns investidores já não descartam mais a possibilidade de alta da taxa básica nesta reunião do Copom.
"A inflação está recuando, mas mais devagar que o desejado. Por isso, acredito que haja uma elevação de 0,5 ponto percentual na Selic", afirma Eduardo Freitas, do Unibanco.
"O discurso recente dos diretores do BC aponta manutenção dos juros", afirma Aquiles Mosca, economista do ABN-Amro Asset Management.


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