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PFL elogia revisão, mas diz que nem
governo FHC cedeu tanto ao Fundo
DA SUCURSAL DE BRASÍLIA
O líder do PFL, José Agripino
(RN), elogiou os termos da revisão do acordo com o FMI (Fundo
Monetário Internacional), mas
disse que não foi isso o que o PT
prometeu na eleição.
""Acho que essa é a receita que se
impõe a um governo que elegeu
como metas a contenção do déficit público, a contenção da inflação, uma política fiscal austera,
como recomendam as economias
modernas. Está tudo certo, só não
foi isso o que o PT prometeu. O
PT propunha ruptura. Não tenho
lembrança de que o governo Fernando Henrique Cardoso tenha
sido tão condescendente com o
FMI ", disse Agripino.
Para o líder do PSDB no Senado, Arthur Virgílio (AM), o governo Lula mais uma vez segue o
receituário da política econômica
do governo tucano. ""Esse acerto
mostra que talvez eu tenha razão
quando digo que eles trabalharão
melhor quando pararem de falar
em mudança [da política econômica" fictícia", disse.
O senador Eduardo Suplicy
(PT-SP) mostrou preocupação
com o fato de o governo incluir no
acordo compromissos que envolvem aprovação de propostas legislativas pelo Congresso.
""O governo brasileiro está fazendo uso do colchão propiciado
pelo acordo com o FMI, mas vemos que, ao mesmo tempo, está
efetuando compromissos do ponto de vista daquilo que cabe ao
Congresso definir, na sua soberania. O governo pode encaminhar
propostas ao Congresso, mas não
pode ser parte do acordo com o
FMI que o Congresso venha a decidir de acordo com o que quer o
Fundo", disse Suplicy.
Ala radical do PT
A chamada ala "radical" do PT
criticaram os termos da revisão
do acordo com o FMI. "Acho que
o FMI acredita que o Brasil é seu
office-boy", afirmou a deputada
Luciana Genro (PT-RS). Segundo
ela, "é lamentável que o governo
aceite esse tipo de tutela".
Outro expoente da ala mais à esquerda do partido, o deputado
João Batista Oliveira de Araújo
(PA), conhecido como Babá, disse
que a transição entre o modelo de
FHC e a "mudança" que o governo se comprometeu na campanha parece "não ter fim". "É inconcebível o governo Lula se submeter a um acordo como esse".
O tucano Alberto Goldman (SP)
disse que o "estabelecimento de
prazos vai além dos limites previstos em acordos desse tipo. É
um exagero de submissão. Daqui
a pouco vão querer definir o prazo de aprovação das matérias no
Congresso".
(RANIER BRAGON E RAQUEL ULHÔA)
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