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São Paulo, terça-feira, 18 de março de 2003

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PFL elogia revisão, mas diz que nem governo FHC cedeu tanto ao Fundo

DA SUCURSAL DE BRASÍLIA

O líder do PFL, José Agripino (RN), elogiou os termos da revisão do acordo com o FMI (Fundo Monetário Internacional), mas disse que não foi isso o que o PT prometeu na eleição.
""Acho que essa é a receita que se impõe a um governo que elegeu como metas a contenção do déficit público, a contenção da inflação, uma política fiscal austera, como recomendam as economias modernas. Está tudo certo, só não foi isso o que o PT prometeu. O PT propunha ruptura. Não tenho lembrança de que o governo Fernando Henrique Cardoso tenha sido tão condescendente com o FMI ", disse Agripino.
Para o líder do PSDB no Senado, Arthur Virgílio (AM), o governo Lula mais uma vez segue o receituário da política econômica do governo tucano. ""Esse acerto mostra que talvez eu tenha razão quando digo que eles trabalharão melhor quando pararem de falar em mudança [da política econômica" fictícia", disse.
O senador Eduardo Suplicy (PT-SP) mostrou preocupação com o fato de o governo incluir no acordo compromissos que envolvem aprovação de propostas legislativas pelo Congresso.
""O governo brasileiro está fazendo uso do colchão propiciado pelo acordo com o FMI, mas vemos que, ao mesmo tempo, está efetuando compromissos do ponto de vista daquilo que cabe ao Congresso definir, na sua soberania. O governo pode encaminhar propostas ao Congresso, mas não pode ser parte do acordo com o FMI que o Congresso venha a decidir de acordo com o que quer o Fundo", disse Suplicy.

Ala radical do PT
A chamada ala "radical" do PT criticaram os termos da revisão do acordo com o FMI. "Acho que o FMI acredita que o Brasil é seu office-boy", afirmou a deputada Luciana Genro (PT-RS). Segundo ela, "é lamentável que o governo aceite esse tipo de tutela".
Outro expoente da ala mais à esquerda do partido, o deputado João Batista Oliveira de Araújo (PA), conhecido como Babá, disse que a transição entre o modelo de FHC e a "mudança" que o governo se comprometeu na campanha parece "não ter fim". "É inconcebível o governo Lula se submeter a um acordo como esse".
O tucano Alberto Goldman (SP) disse que o "estabelecimento de prazos vai além dos limites previstos em acordos desse tipo. É um exagero de submissão. Daqui a pouco vão querer definir o prazo de aprovação das matérias no Congresso".
(RANIER BRAGON E RAQUEL ULHÔA)


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