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TV DIGITAL
Ministro afirma que padrão japonês, de sua preferência, é defendido por todas as emissoras
TV Globo não precisa de padrinho, diz Costa
ELVIRA LOBATO
DA SUCURSAL DO RIO
"A TV Globo não precisa de padrinho", afirmou o ministro das
Comunicações, Hélio Costa, ao
justificar, ontem, sua posição em
relação à TV digital. Ele apóia o
sistema japonês ISDB, que é defendido pelas emissoras de televisão, em movimento liderado pelas Organizações Globo.
"Não preciso defender a TV
Globo. A TV Globo não precisa de
padrinho. Estou defendendo o
modelo que é bom para o telespectador (...) Todas as redes de televisão apóiam o sistema japonês,
inclusive a TV Cultura, que é pública", disse ele.
Disse que tem sido interpretado
erroneamente como um defensor
do padrão japonês. ""Defendo o
sistema que garanta a recepção da
TV aberta nos celulares. No sistema japonês, a transmissão é de
graça. No europeu, o consumidor
tem de pagar", declarou.
Financiamento
Segundo Hélio Costa, o governo
estuda abrir uma linha de crédito
no Banco Popular do Brasil para
financiar o consumidor na compra do decodificador de sinais. O
equipamento -que permitirá
que os aparelhos de televisão analógicos captem a programação digital transmitida pelas emissoras
de TV- deve ser vendido no
mercado interno por cerca de R$
100, disse o ministro.
Costa disse que o governo não
pretende subvencionar (bancar
parte do custo) a compra do decodificador, como fizeram os EUA,
que, segundo afirmou, gastaram
US$ 1,5 bilhão em subsídios.
Surpreendentemente, o ministro amenizou o discurso, ontem,
ao falar da disputa entre os padrões de TV digital europeu e japonês, que se acirrou na última
semana.
A decisão do governo era aguardada na sexta-feira passada, mas
o comitê de nove ministérios que
participam da discussão pediu
mais tempo para examinar as
contrapartidas oferecidas pelos
países fornecedores das tecnologias: EUA, Japão e União Européia. A Folha informou, na semana passada, que o presidente Lula
já se decidiu pelo sistema japonês,
mas, nos últimos dias, os europeus acenaram com a possibilidade de implantar uma fábrica de
semicondutores no país, igualando-se aos japoneses, que fizeram a
oferta primeiro.
Na última segunda-feira, em
Belo Horizonte (MG), Costa acusou as companhias telefônicas de
serem monopolistas e de comprarem consciências na mídia. As teles defendem o europeu DVB, que
abre espaço para que elas entrem,
indiretamente, no mercado de radiodifusão.
Questionado sobre o motivo da
declaração feita em Minas, Costa
limitou-se a dizer que ""a carapuça
serviu" e quem tinha de vender a
consciência já o teria feito, sem
explicar a que empresas ou pessoas se referia.
Em relação à acusação de reserva de mercado para a indústria japonesa, afirmou que, com um
chip de R$ 8, o Brasil poderá produzir televisores para os padrões
ISDB, DVB ou ATSC. Com isso,
segundo afirmou, o país poderia
exportar TVs nos três padrões.
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