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COMBUSTÍVEL
Produto hidratado fica 1,01% mais barato, apura Cepea; cotação do anidro, que é misturado à gasolina, fica estável
Após 8 semanas, álcool recua na usina em SP
DA REDAÇÃO
O reajuste dos preços do álcool
combustível está chegando ao fim
nas usinas paulistas. Após oito semanas seguidas de alta, o preço
do álcool hidratado teve o primeiro recuo. Ficou 1,01% mais barato.
Já o álcool anidro, que é misturado à gasolina, ficou estável, conforme dados do Cepea (Centro de
Estudos Avançados em Economia Aplicada).
O preço do álcool começa a baixar após ter subido 18,2% acima
da cotação de R$ 1,05 por litro estabelecida entre governo e usineiros em janeiro deste ano.
Compras menores das distribuidoras, troca de álcool por gasolina por parte dos consumidores e efeito das medidas adotadas
pelo governo foram os responsáveis pela redução.
Antonio de Pádua Rodrigues,
diretor técnico da Unica (União
da Agroindústria Canavieira de
São Paulo), diz que há queda da
demanda nos últimos dias. O
mercado está com oferta maior e
os produtores já não têm mais a
expectativa de novas altas de preços como nas semanas anteriores.
A queda dos preços deve continuar porque nas próximas semanas entra em campo um novo fator de pressão de baixa: a antecipação da safra. Por ora, os efeitos
da antecipação estão mais nas expectativas do que na oferta real de
produto, diz Pádua.
Demanda menor
A demanda normal de álcool
para este mês seria de 1,2 bilhão
de litros, mas a redução da mistura à gasolina -de 25% para
20%- e a retração da demanda
por parte dos consumidores vão
significar pelo menos 300 milhões
de litros a menos no consumo
mensal, diz Pádua.
Além da redução interna de
consumo, as tradings estão encontrando dificuldades para exportar. A demanda externa continua aquecida, mas a burocracia
colocada pelo governo inibe a negociação de novos contratos.
No caso dos contratos já acertados, os exportadores brasileiros
estão com dificuldades para cumprir os prazos de entrega devido à
burocracia e pagando multas por
atraso para navios parados nos
portos à espera do combustível.
Queda nos postos
A demanda menor por álcool já
fez os preços recuarem também
nos postos, segundo pesquisa do
Sincopetro (o sindicato dos revendedores).
A lição que fica, diz Pádua, é que
os consumidores aprenderam
que podem fazer o preço de mercado -e não precisam esperar o
álcool chegar a R$ 2,10 por litro
para substituir o combustível por
gasolina.
Os novos dados de preços do álcool foram divulgados ontem pelo Cepea. Em média, o álcool hidratado foi comercializado a R$
1,2286 por litro nas usinas paulistas, sem impostos.
Esse preço mostra queda de
1,01% em relação aos da semana
passada. Já o álcool anidro ficou
em R$ 1,2199, com aumento de
0,1% por litro.
(MAURO ZAFALON)
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