São Paulo, sábado, 18 de março de 2006

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COMBUSTÍVEL

Produto hidratado fica 1,01% mais barato, apura Cepea; cotação do anidro, que é misturado à gasolina, fica estável

Após 8 semanas, álcool recua na usina em SP

DA REDAÇÃO

O reajuste dos preços do álcool combustível está chegando ao fim nas usinas paulistas. Após oito semanas seguidas de alta, o preço do álcool hidratado teve o primeiro recuo. Ficou 1,01% mais barato.
Já o álcool anidro, que é misturado à gasolina, ficou estável, conforme dados do Cepea (Centro de Estudos Avançados em Economia Aplicada).
O preço do álcool começa a baixar após ter subido 18,2% acima da cotação de R$ 1,05 por litro estabelecida entre governo e usineiros em janeiro deste ano.
Compras menores das distribuidoras, troca de álcool por gasolina por parte dos consumidores e efeito das medidas adotadas pelo governo foram os responsáveis pela redução.
Antonio de Pádua Rodrigues, diretor técnico da Unica (União da Agroindústria Canavieira de São Paulo), diz que há queda da demanda nos últimos dias. O mercado está com oferta maior e os produtores já não têm mais a expectativa de novas altas de preços como nas semanas anteriores.
A queda dos preços deve continuar porque nas próximas semanas entra em campo um novo fator de pressão de baixa: a antecipação da safra. Por ora, os efeitos da antecipação estão mais nas expectativas do que na oferta real de produto, diz Pádua.

Demanda menor
A demanda normal de álcool para este mês seria de 1,2 bilhão de litros, mas a redução da mistura à gasolina -de 25% para 20%- e a retração da demanda por parte dos consumidores vão significar pelo menos 300 milhões de litros a menos no consumo mensal, diz Pádua.
Além da redução interna de consumo, as tradings estão encontrando dificuldades para exportar. A demanda externa continua aquecida, mas a burocracia colocada pelo governo inibe a negociação de novos contratos.
No caso dos contratos já acertados, os exportadores brasileiros estão com dificuldades para cumprir os prazos de entrega devido à burocracia e pagando multas por atraso para navios parados nos portos à espera do combustível.

Queda nos postos
A demanda menor por álcool já fez os preços recuarem também nos postos, segundo pesquisa do Sincopetro (o sindicato dos revendedores).
A lição que fica, diz Pádua, é que os consumidores aprenderam que podem fazer o preço de mercado -e não precisam esperar o álcool chegar a R$ 2,10 por litro para substituir o combustível por gasolina.
Os novos dados de preços do álcool foram divulgados ontem pelo Cepea. Em média, o álcool hidratado foi comercializado a R$ 1,2286 por litro nas usinas paulistas, sem impostos.
Esse preço mostra queda de 1,01% em relação aos da semana passada. Já o álcool anidro ficou em R$ 1,2199, com aumento de 0,1% por litro.
(MAURO ZAFALON)

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