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Mercado Aberto
guilherme.barros@uol.com.br
Crise vira centro das discussões no governo
O agravamento da crise econômica global se tornou o centro das discussões dentro do
governo. Na reunião da coordenação política ontem com o
presidente Lula, o ministro da
Fazenda, Guido Mantega, fez
uma análise dessa nova onda de
pessimismo no mercado global.
A avaliação foi a de que a crise
é grave, de grandes proporções,
mas o Brasil está preparado para enfrentar essa situação adversa.
A crise financeira também foi
o principal tema da reunião de
Mantega com a bancada do
PMDB. Hoje, ele irá se reunir
com a bancada do PT e a turbulência internacional também
deverá ser o tema principal.
Na avaliação de Mantega, há
uma grande diferença entre o
momento de hoje e a crise de
1929, que desencadeou a maior
recessão da história do capitalismo. Na época, o Banco Central restringiu o crédito, não
baixou os juros e levou os Estados Unidos à depressão.
Hoje, a autoridade monetária
age exatamente ao contrário. O
Banco Central americano tem
baixado os juros, deve reduzir a
taxa básica hoje e tem concedido dinheiro para injetar liquidez no mercado. A atuação do
Banco Central pode, assim,
amenizar a crise, apesar de
muitos economistas acharem
que tem sido insuficiente para
evitar a turbulência. O Banco
Central americano teria começado a agir tarde demais.
Mantega acha que o pânico
de ontem vivido nas Bolsas foi,
em grande parte, pressão por
parte do mercado para o Banco
Central americano reduzir hoje
em um ponto percentual a taxa
básica de juros nos Estados
Unidos. Para Mantega, o mercado tem tudo para se recuperar hoje, depois de o Fed cortar
o juro de 3% para 2%. A gangorra de altos e baixos do mercado
vai continuar.
O mercado acha, no entanto,
que essa nova maré de pessimismo não depende apenas da
ação do Banco Central americano. Serão necessários também mais crédito para irrigar o
sistema financeiro e, se possível, que mais nenhuma instituição financeira jogue a toalha, a exemplo do que aconteceu com o Bear Stearns.
Grupo catarinense compra Forum e Triton de Tufi Duek
O grupo catarinense AMC
Têxtil comprou as grifes Forum, Triton, Forum Tufi Duek
e Tufi Duek -todas do grupo
TF, do empresário e estilista
Tufi Duek. A única marca do
grupo que não foi adquirida foi
a Carina Duek, criada pela filha
de Tufi. O valor da compra não
foi revelado. Tufi Duek deve
permanecer como diretor de
criação das suas ex-marcas.
A AMC Têxtil, comandada
pelo empresário Alexandre
Menegotti, é dona da Colcci,
Sommer, As Carmelitas e do licenciamento brasileiro da Coca-Cola Clothing.
A aquisição de empresas de
moda por grupos maiores repete fenômeno que ocorreu na
Europa na década passada. Na
virada do ano, o estilista Alexandre Herchcovitch vendeu
suas duas marcas -Herchcovitch; Alexandre e Herchcovitch Jeans- à holding IM
-Identidade Moda, que também controla a Zoomp e a Zapping. Em dezembro, holding
formada pelo banco UBS passou a controlar a Ellus.
PARTITURA
A agenda da Sociedade de Cultura Artística, neste ano, inclui a turnê nacional do grupo de percussão Kodo, do Japão,
a temporada de concertos -com presenças como Nelson
Freire e Daniel Barenboin- e a aquisição de um piano Steinway para seu teatro. A Lei Rouanet aprovou um orçamento de R$ 8 milhões, e a lista de patrocinadores já tem nomes
como Instituto Votorantim, Telefônica, CCE, Citrovita, Suzano Papel e Celulose, Credit Suisse/Hedging Griffo e doações de pessoas físicas. "Já foram captados cerca de R$ 3
milhões", diz Antonio Hermann, diretor-tesoureiro da SCA.
VELOCIDADE
Antonio Ermírio de Moraes Filho, dono da fábrica de
carros esportivos Lobini, lança, em abril, uma TV de automobilismo. A Race TV terá transmissão on-line de corridas de esportes como kart e motocicleta. A idéia surgiu
quando a Lobini transmitiu em seu site uma prova da categoria GT3, que reúne Porsches, Ferraris e outros, e teve audiência em mais de 20 países, segundo Moraes Filho.
GREVE
O juiz federal Jurandi Pinheiro, da 4ª Vara Federal
de Porto Alegre, concedeu
uma liminar ontem proibindo o governo de tomar qualquer providência para impedir a greve dos auditores fiscais. A liminar proíbe, inclusive, que o governo corte o
ponto dos trabalhadores. A
Receita Federal está preocupada com os efeitos da paralisação, com previsão para
começar hoje, porque acha
que o movimento dos servidores pode afetar a fiscalização nas aduanas e possa prejudicar as importações e exportações brasileiras.
HERMANO
A empresa especializada
em automação Gertec começa a vender seus produtos para a Argentina. Um dos
principais negócios será o
fornecimento de terminais
de consultas de preços.
NO CARRINHO
A Escafandro Participações S.A., da Companhia de
Concessões Rodoviárias,
comprou 40% do capital da
Renovias, que administra
cinco rodovias entre Campinas e o sul de Minas Gerais.
SÓ PRESIDÊNCIA
O consultor Mark Johnson, especialista em estratégia de inovação empresarial,
desembarca em abril no país
para o "President's Meeting", reunião fechada só para presidentes de empresas.
ENCONTROS
A EESP-FGV abrirá, dia
25, os encontros "Economia
Brasileira em Perspectiva".
Participarão Nelson Barbosa, secretário de acompanhamento da Fazenda, e
Yoshiaki Nakano.
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