São Paulo, terça-feira, 18 de março de 2008

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Mercado Aberto

guilherme.barros@uol.com.br

Crise vira centro das discussões no governo

O agravamento da crise econômica global se tornou o centro das discussões dentro do governo. Na reunião da coordenação política ontem com o presidente Lula, o ministro da Fazenda, Guido Mantega, fez uma análise dessa nova onda de pessimismo no mercado global.
A avaliação foi a de que a crise é grave, de grandes proporções, mas o Brasil está preparado para enfrentar essa situação adversa.
A crise financeira também foi o principal tema da reunião de Mantega com a bancada do PMDB. Hoje, ele irá se reunir com a bancada do PT e a turbulência internacional também deverá ser o tema principal.
Na avaliação de Mantega, há uma grande diferença entre o momento de hoje e a crise de 1929, que desencadeou a maior recessão da história do capitalismo. Na época, o Banco Central restringiu o crédito, não baixou os juros e levou os Estados Unidos à depressão.
Hoje, a autoridade monetária age exatamente ao contrário. O Banco Central americano tem baixado os juros, deve reduzir a taxa básica hoje e tem concedido dinheiro para injetar liquidez no mercado. A atuação do Banco Central pode, assim, amenizar a crise, apesar de muitos economistas acharem que tem sido insuficiente para evitar a turbulência. O Banco Central americano teria começado a agir tarde demais.
Mantega acha que o pânico de ontem vivido nas Bolsas foi, em grande parte, pressão por parte do mercado para o Banco Central americano reduzir hoje em um ponto percentual a taxa básica de juros nos Estados Unidos. Para Mantega, o mercado tem tudo para se recuperar hoje, depois de o Fed cortar o juro de 3% para 2%. A gangorra de altos e baixos do mercado vai continuar.
O mercado acha, no entanto, que essa nova maré de pessimismo não depende apenas da ação do Banco Central americano. Serão necessários também mais crédito para irrigar o sistema financeiro e, se possível, que mais nenhuma instituição financeira jogue a toalha, a exemplo do que aconteceu com o Bear Stearns.

Grupo catarinense compra Forum e Triton de Tufi Duek

O grupo catarinense AMC Têxtil comprou as grifes Forum, Triton, Forum Tufi Duek e Tufi Duek -todas do grupo TF, do empresário e estilista Tufi Duek. A única marca do grupo que não foi adquirida foi a Carina Duek, criada pela filha de Tufi. O valor da compra não foi revelado. Tufi Duek deve permanecer como diretor de criação das suas ex-marcas.
A AMC Têxtil, comandada pelo empresário Alexandre Menegotti, é dona da Colcci, Sommer, As Carmelitas e do licenciamento brasileiro da Coca-Cola Clothing.
A aquisição de empresas de moda por grupos maiores repete fenômeno que ocorreu na Europa na década passada. Na virada do ano, o estilista Alexandre Herchcovitch vendeu suas duas marcas -Herchcovitch; Alexandre e Herchcovitch Jeans- à holding IM -Identidade Moda, que também controla a Zoomp e a Zapping. Em dezembro, holding formada pelo banco UBS passou a controlar a Ellus.

PARTITURA

A agenda da Sociedade de Cultura Artística, neste ano, inclui a turnê nacional do grupo de percussão Kodo, do Japão, a temporada de concertos -com presenças como Nelson Freire e Daniel Barenboin- e a aquisição de um piano Steinway para seu teatro. A Lei Rouanet aprovou um orçamento de R$ 8 milhões, e a lista de patrocinadores já tem nomes como Instituto Votorantim, Telefônica, CCE, Citrovita, Suzano Papel e Celulose, Credit Suisse/Hedging Griffo e doações de pessoas físicas. "Já foram captados cerca de R$ 3 milhões", diz Antonio Hermann, diretor-tesoureiro da SCA.

VELOCIDADE

Antonio Ermírio de Moraes Filho, dono da fábrica de carros esportivos Lobini, lança, em abril, uma TV de automobilismo. A Race TV terá transmissão on-line de corridas de esportes como kart e motocicleta. A idéia surgiu quando a Lobini transmitiu em seu site uma prova da categoria GT3, que reúne Porsches, Ferraris e outros, e teve audiência em mais de 20 países, segundo Moraes Filho.

GREVE
O juiz federal Jurandi Pinheiro, da 4ª Vara Federal de Porto Alegre, concedeu uma liminar ontem proibindo o governo de tomar qualquer providência para impedir a greve dos auditores fiscais. A liminar proíbe, inclusive, que o governo corte o ponto dos trabalhadores. A Receita Federal está preocupada com os efeitos da paralisação, com previsão para começar hoje, porque acha que o movimento dos servidores pode afetar a fiscalização nas aduanas e possa prejudicar as importações e exportações brasileiras.

HERMANO
A empresa especializada em automação Gertec começa a vender seus produtos para a Argentina. Um dos principais negócios será o fornecimento de terminais de consultas de preços.

NO CARRINHO
A Escafandro Participações S.A., da Companhia de Concessões Rodoviárias, comprou 40% do capital da Renovias, que administra cinco rodovias entre Campinas e o sul de Minas Gerais.

SÓ PRESIDÊNCIA
O consultor Mark Johnson, especialista em estratégia de inovação empresarial, desembarca em abril no país para o "President's Meeting", reunião fechada só para presidentes de empresas.

ENCONTROS
A EESP-FGV abrirá, dia 25, os encontros "Economia Brasileira em Perspectiva". Participarão Nelson Barbosa, secretário de acompanhamento da Fazenda, e Yoshiaki Nakano.

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