São Paulo, terça-feira, 18 de março de 2008

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Produtor diz que vai se adequar à lei trabalhista

DA REPORTAGEM LOCAL

Os produtores de tomate da região de Itapeva, Ribeirão Branco, Guapiara e Capão Bonito vão tomar as providências necessárias para se adequar à legislação trabalhista, segundo José Osmar Rodrigues Machado, contador de cerca de 200 produtores de tomate de Ribeirão Branco. Na cidade, existem cerca de 1.250 produtores.
"O diabo não é tão feio como eles pintam", diz o contador, ao se referir à fiscalização realizada pela Delegacia Regional do Trabalho e pelo Ministério Público do Trabalho nas lavouras de tomate.
Segundo o contador, cerca de 2.000 trabalhadores de Ribeirão Branco dependem do tomate para sobreviver. "Coitado do povo da região se não existissem esses produtores. Eles trabalham direitinho. Algumas falhas existem, mas são mínimas."
Carmelino Domingues de Almeida, dono do sítio Alecrim, em Guapiara, um dos produtores de tomate que assinaram o TAC (Termo de Ajustamento de Conduta) com o MPT, diz que teve, por determinação dos fiscais, de demitir um empregado "com quase 18 anos" -faltam, segundo ele, cerca de 20 dias para esse funcionário completar 18 anos.
"Esse rapaz não pára de chorar, já que foi demitido. O pessoal do Ministério Público parece que não quer que a gente trabalhe e dê emprego", afirma o produtor.
Dono de um sítio com oito hectares e 40 mil pés de tomate, Almeida afirma que emprega 18 pessoas -todas têm registro em carteira. "Esse pessoal da fiscalização está judiando do povo rural."
Os produtores de tomate, segundo ele, estão tendo prejuízo com a plantação neste ano. A caixa de tomate, com 23 quilos sai da lavoura entre R$ 15 e R$ 18. "Só que, para dar algum lucro ao produtor, a caixa deveria estar custando R$ 25", diz Almeida.
O contador Machado diz que o produtor da região de Ribeirão Branco que cultiva, em média, 30 mil pés de tomate, paga R$ 420 para o trabalhador. "Só que o trabalhador tem também participação nos lucros do sítio."
O contador Diego Geraldo Zuconi diz que três produtores para quem trabalha (sítios Rossi, Chaparral e Juraci) vão contratar uma empresa para assessorá-los sobre normas de saúde e segurança do trabalhador.
"As autuações vão fazer com que eles regularizem suas falhas. Já estamos providenciando uma assessoria adequada." (FF e CR)

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