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Empreendedorismo "por necessidade" deve crescer
Com crise, movimento neste ano deve ser inverso ao de 2008
NATÁLIA PAIVA
COLABORAÇÃO PARA A FOLHA
Após onze anos trabalhando
com sistemas de refrigeração
-sem carteira assinada-, Jorge Alves, 25, abriu no ano passado uma empresa de venda de
ar-condicionado em Guarulhos. Mas a Frost, com foco no
pós-venda, não tem um "diferencial". "É arroz-com-feijão."
Segundo a pesquisa GEM
(Global Entrepreneurship Monitor), divulgada ontem com o
Sebrae, Alves se encaixa no perfil do empreendedor brasileiro
em 2008: jovem, abriu negócio
por oportunidade (não por necessidade) e não investe em
inovação. A taxa de empreendedores iniciais atingiu 12,02%
da população; mais da metade
têm até 34 anos, 2/3 empreendem por oportunidade e 3,3%
apostam no novo. Ante 2007, a
taxa diminuiu 0,70 ponto; em
2009, com a piora do nível de
emprego, deve crescer.
O Brasil é o 13º maior empreendedor do mundo e o 3º
maior do G20. O que não quer
dizer muito, já que a Bolívia
(29,82%) está no topo da lista,
um dos menores é a Alemanha
(3,77%) e os EUA ficam no intermédio (10,76%). O presidente do Sebrae, Paulo Okamotto,
diz que a taxa do Brasil (semelhante à de Índia e México) tem
de ser maior que a de países desenvolvidos "porque estamos
num país de muitas oportunidades". Taxa alta demais, diz,
significa empregos de menos.
Pela primeira vez houve inversão no número dos que empreendem por oportunidade e
por necessidade no Brasil. Mas,
para Sebrae e GEM, devido à
piora do mercado de trabalho,
espera-se taxa maior em 2009,
mas com relação oportunidade/necessidade desfavorável.
O economista da FGV Marcelo Neri afirma que no Brasil o
sonho da "carteira assinada"
ainda é maior do que o de abrir
negócio próprio. O empreendedorismo, diz, tem peso de R$ 20
bilhões mensais na economia
(renda de 24,9% da população).
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