São Paulo, quinta-feira, 18 de março de 2010

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Meirelles planeja trocar o BC pela eleição ao Senado

VALDO CRUZ
DA SUCURSAL DE BRASÍLIA

O presidente do Banco Central, Henrique Meirelles, disse à cúpula do PMDB e a amigos que sua disposição é a de deixar o governo e disputar a eleição para o Senado por Goiás. Com ele, sairia o diretor de Política Econômica, Mário Mesquita.
Meirelles condicionou sua decisão final, porém, a uma última conversa que terá com o presidente Lula, assim que ele regressar de sua viagem ao Oriente Médio.
Se for confirmada a saída de Meirelles, a sucessão dentro do BC já está acertada com Lula. Para seu lugar iria o diretor Alexandre Tombini (Normas). No de Mesquita entraria o diretor Carlos Hamilton (Assuntos Internacionais). Mesquita e Hamilton trabalharam juntos e são afinados na visão mais conservadora de conduzir a política monetária.
Dentro do BC, por sinal, sempre se comentou que a indicação de Carlos Hamilton para a diretoria de Assuntos Internacionais foi feita visando no futuro a substituição de Mário Mesquita.
Já a indicação de Tombini para assumir o comando do banco agrada ao Ministério da Fazenda. Ele é considerado menos conservador e mais próximo das teses desenvolvimentistas defendidas pelo ministro Guido Mantega.
Antes refratário a uma saída de Meirelles, a quem chegou a pedir que ficasse no governo, Lula passou a trabalhar com a hipótese de ter o presidente do BC como uma alternativa à mão para ser o candidato a vice na chapa da ministra Dilma Rousseff na disputa pela Presidência da República.
O nome preferido pela cúpula do PMDB é o do presidente do partido e da Câmara dos Deputados, Michel Temer (SP). Ou seja, Lula teria de convencer os peemedebistas a aceitarem Meirelles, algo considerado, hoje, improvável. Por isso, assessores de Lula não descartam que ele mude de ideia e reforce o pedido para que Meirelles fique no governo.
O presidente do BC é um cristão-novo no PMDB. Filiou-se ao partido no ano passado. Recentemente, a cúpula peemedebista pediu que ele fosse candidato ao Senado. Em troca, seria o primeiro nome a ser indicado pelo partido para integrar a área econômica de um eventual governo Dilma.
Segundo relato de peemedebistas, Meirelles gostou da proposta e ficou de estudá-la. Nos últimos dias, respondeu ao partido que estava disposto a aceitá-la, mas que somente poderia dar uma palavra final depois de uma conversa com o presidente, programada para o início da próxima semana.
Meirelles chegou a comentar com Lula na semana passada a possibilidade de deixar o governo, mas o presidente pediu que aguardasse seu retorno do giro pelo Oriente Médio para uma conversa conclusiva.


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