|
Texto Anterior | Próximo Texto | Índice
foco
Meirelles planeja trocar o BC pela eleição ao Senado
VALDO CRUZ
DA SUCURSAL DE BRASÍLIA
O presidente do Banco
Central, Henrique Meirelles,
disse à cúpula do PMDB e a
amigos que sua disposição é
a de deixar o governo e disputar a eleição para o Senado
por Goiás. Com ele, sairia o
diretor de Política Econômica, Mário Mesquita.
Meirelles condicionou sua
decisão final, porém, a uma
última conversa que terá
com o presidente Lula, assim
que ele regressar de sua viagem ao Oriente Médio.
Se for confirmada a saída
de Meirelles, a sucessão dentro do BC já está acertada
com Lula. Para seu lugar iria
o diretor Alexandre Tombini
(Normas). No de Mesquita
entraria o diretor Carlos Hamilton (Assuntos Internacionais). Mesquita e Hamilton trabalharam juntos e são
afinados na visão mais conservadora de conduzir a política monetária.
Dentro do BC, por sinal,
sempre se comentou que a
indicação de Carlos Hamilton para a diretoria de
Assuntos Internacionais foi
feita visando no futuro a
substituição de Mário
Mesquita.
Já a indicação de Tombini
para assumir o comando do
banco agrada ao Ministério
da Fazenda. Ele é considerado menos conservador e
mais próximo das teses desenvolvimentistas defendidas pelo ministro Guido
Mantega.
Antes refratário a uma saída de Meirelles, a quem chegou a pedir que ficasse no governo, Lula passou a trabalhar com a hipótese de ter o
presidente do BC como uma
alternativa à mão para ser o
candidato a vice na chapa da
ministra Dilma Rousseff na
disputa pela Presidência da
República.
O nome preferido pela cúpula do PMDB é o do presidente do partido e da Câmara dos Deputados, Michel
Temer (SP). Ou seja, Lula teria de convencer os peemedebistas a aceitarem Meirelles, algo considerado, hoje,
improvável. Por isso, assessores de Lula não descartam
que ele mude de ideia e reforce o pedido para que Meirelles fique no governo.
O presidente do BC é um
cristão-novo no PMDB. Filiou-se ao partido no ano
passado. Recentemente, a
cúpula peemedebista pediu
que ele fosse candidato ao
Senado. Em troca, seria o
primeiro nome a ser indicado pelo partido para integrar
a área econômica de um
eventual governo Dilma.
Segundo relato de peemedebistas, Meirelles gostou da
proposta e ficou de estudá-la. Nos últimos dias, respondeu ao partido que estava
disposto a aceitá-la, mas que
somente poderia dar uma
palavra final depois de uma
conversa com o presidente,
programada para o início da
próxima semana.
Meirelles chegou a comentar com Lula na semana
passada a possibilidade de
deixar o governo, mas o presidente pediu que aguardasse seu retorno do giro pelo
Oriente Médio para uma
conversa conclusiva.
Texto Anterior: Análise: Emprego segue em alta, mas não se acelera Próximo Texto: Serviço Folha-IOB Índice
|