São Paulo, quinta-feira, 18 de março de 2010

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outro lado

Para empresa, autuação de fiscais é "equivocada"

DA REPORTAGEM LOCAL

A Marisa afirma que não tem responsabilidade nenhuma sobre as condições de trabalho de empresas que são contratadas por seus fornecedores diretos para o processo de fabricação de suas peças e que considera a autuação "equivocada".
Informa ainda que "não mantém e nunca manteve vínculos com trabalhadores estrangeiros em situação de vulnerabilidade ou trabalhadores em condições irregulares".
José Luis Oliveira Lima, advogado da rede, afirma que a Marisa firmou um TAC (Termo de Ajustamento de Conduta) com o Ministério Público do Trabalho, em 2007, no qual se comprometeu a fazer auditorias periódicas nos seus fornecedores diretos e que está cumprindo esse acordo. A rede tem cerca de 450 fornecedores credenciados no Brasil.
"A GSV não é credenciada da Marisa. Por essa razão, a Marisa não tem responsabilidade sobre as condições de trabalho dessa empresa", diz Lima.
A Dranys Confecções, que teria contratado os serviços da GSV -por meio de outras empresas-, acaba de ser descredenciada da Marisa. A Marisa informa que todos os fornecedores que apresentarem irregularidades no trabalho serão descredenciados.
A empresa Bureau Veritas foi contratada pela rede para fazer a auditoria nos fornecedores. Até agora, três fornecedores foram descredenciados por não estarem operando de acordo com a legislação trabalhista.
Com faturamento anual de R$ 1,5 bilhão e 11 mil funcionários, a Marisa tem ações negociadas em Bolsa. Em 2009, registrou lucro líquido de R$ 140,7 milhões -crescimento de 181,5% sobre o de 2008.
Nos contratos estabelecidos com seus fornecedores, segundo Lima, a Marisa estabelece a proibição de práticas inadequadas nas relações de trabalho.
C&A, Renner e Riachuelo informam que cumprem o acordo assinado com o MPT e que repudiam "toda e qualquer forma de trabalho considerado escravo". Ressaltam ainda, que, se constatadas irregularidades, descredenciam seus fornecedores diretos.
A Folha não localizou os responsáveis pelas confecções citadas pelos fiscais como subcontratadas da rede Marisa.
Valboa Febrero Guzman, dono da oficina GSV, diz que está há dez anos no país, que tem CNPJ e está regularizando a situação dos trabalhadores. "Não trabalho mais para a Marisa", diz Guzman. A reportagem esteve no local na última segunda-feira e constatou que a oficina continua funcionando.


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