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outro lado
Para empresa, autuação de fiscais é "equivocada"
DA REPORTAGEM LOCAL
A Marisa afirma que não tem
responsabilidade nenhuma sobre as condições de trabalho de
empresas que são contratadas
por seus fornecedores diretos
para o processo de fabricação
de suas peças e que considera a
autuação "equivocada".
Informa ainda que "não
mantém e nunca manteve vínculos com trabalhadores estrangeiros em situação de vulnerabilidade ou trabalhadores
em condições irregulares".
José Luis Oliveira Lima, advogado da rede, afirma que a
Marisa firmou um TAC (Termo
de Ajustamento de Conduta)
com o Ministério Público do
Trabalho, em 2007, no qual se
comprometeu a fazer auditorias periódicas nos seus fornecedores diretos e que está cumprindo esse acordo. A rede tem
cerca de 450 fornecedores credenciados no Brasil.
"A GSV não é credenciada da
Marisa. Por essa razão, a Marisa não tem responsabilidade
sobre as condições de trabalho
dessa empresa", diz Lima.
A Dranys Confecções, que teria contratado os serviços da
GSV -por meio de outras empresas-, acaba de ser descredenciada da Marisa. A Marisa
informa que todos os fornecedores que apresentarem irregularidades no trabalho serão
descredenciados.
A empresa Bureau Veritas foi
contratada pela rede para fazer
a auditoria nos fornecedores.
Até agora, três fornecedores foram descredenciados por não
estarem operando de acordo
com a legislação trabalhista.
Com faturamento anual de
R$ 1,5 bilhão e 11 mil funcionários, a Marisa tem ações negociadas em Bolsa. Em 2009, registrou lucro líquido de R$
140,7 milhões -crescimento de
181,5% sobre o de 2008.
Nos contratos estabelecidos
com seus fornecedores, segundo Lima, a Marisa estabelece a
proibição de práticas inadequadas nas relações de trabalho.
C&A, Renner e Riachuelo informam que cumprem o acordo assinado com o MPT e que
repudiam "toda e qualquer forma de trabalho considerado escravo". Ressaltam ainda, que,
se constatadas irregularidades,
descredenciam seus fornecedores diretos.
A Folha não localizou os responsáveis pelas confecções citadas pelos fiscais como subcontratadas da rede Marisa.
Valboa Febrero Guzman, dono da oficina GSV, diz que está
há dez anos no país, que tem
CNPJ e está regularizando a situação dos trabalhadores. "Não
trabalho mais para a Marisa",
diz Guzman. A reportagem esteve no local na última segunda-feira e constatou que a oficina continua funcionando.
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