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Movimentos sociais criam cartilha que prevê "crise prolongada" no mundo
EDUARDO SCOLESE
DA SUCURSAL DE BRASÍLIA
Movimentos sociais, entre
os quais o MST (Movimento
dos Trabalhadores Rurais
Sem Terra), sindicatos e pastorais da Igreja Católica, criaram uma cartilha de 60 páginas para "debater a crise" nacional e internacional como
"prioridade absoluta".
A cartilha, à qual a Folha teve acesso, está sendo impressa e distribuída nos Estados.
Um primeiro lote, de 50 mil
exemplares, já saiu da gráfica.
A meta é imprimir 500 mil.
Em meio a uma série de
ataques ao capitalismo, os
movimentos sociais afirmam
na cartilha que a "crise será
profunda, internacional e
prolongada", o que, segundo
eles, causará "muito trabalho
e um longo período de disputa
pela frente".
Segundo a cartilha, a crise
trará dois resultados possíveis: surgimento de um "capitalismo renovado e mais explorador" ou "saltos de organização que podem superar as
perversidades capitalistas". A
cartilha convoca os militantes
a não se abaterem e partirem
a um "mutirão de debates".
Nessa linha, propõe a criação de materiais mais simples
de discussão, como boletins,
cartazes e "pichações".
"A população está sendo
enrolada, porque a direita
passa o discurso de que a crise
pega a todos, somos todos culpados e ela será rápida, quando na verdade as pessoas precisam se dar conta que a crise
não vai pegar todo mundo, ela
tem culpados e eles precisam
pagar. A crise será prolongada", disse João Pedro Stedile,
da direção nacional do MST.
A cartilha ataca a política de
juros do Banco Central, traz a
lista dos brasileiros que aparecem entre os mais ricos do
mundo, faz ataques à gigante
mineradora Vale e ao banco
Opportunity, de Daniel Dantas, e aponta as consequências da crise no país, como desemprego, queda na renda e
aumento dos preços.
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